FONTE: ***Jairo Bouer (doutorjairo.blogosfera.uol.com.br).
Tomar um porre
realmente ajuda a afogar as mágoas? Infelizmente sim, segundo um estudo. Para
piorar, esse suposto efeito antidepressivo se inicia rápido e não demora para
acabar, o que torna a bebida ainda mais atraente – e perigosa – para quem está
triste ou deprimido.
Cientistas liderados
por Kimberly Raab-Graham, professor de fisiologia e farmacologia da escola de
medicina do Wake Forest Baptist Medical Center, nos Estados Unidos, dizem ter
descoberto o caminho bioquímico que faz o álcool funcionar como uma espécie de
antidepressivo.
As conclusões,
publicadas na revista Nature Communications, explicam por que é tão
comum que pessoas com depressão sejam dependentes de álcool e vice-versa.
Usando um modelo
animal, eles observaram que uma dose alta de álcool é capaz de bloquear
receptores de um tipo de proteína associada ao aprendizado e à memória. E,
junto com uma outra proteína, chamada de FMRP, faz com que um neurotransmissor
conhecido como GABA passe a estimular, em vez de inibir, a atividade dos neurônios.
Tudo isso pode
parecer complicado, mas o que interessa é que esse caminho bioquímico é
parecido com o que é provocado por certas substâncias antidepressivas de ação
rápida que ainda estão em estudo. Os pesquisadores também descobriram que esse
efeito do álcool dura ao menos 24 horas.
Os autores ressaltam
que se automedicar com álcool é extremamente perigoso, pois, invariavelmente,
esse hábito se transforma em vício. Mas o trabalho também faz lembrar que dar a
devida atenção a sintomas depressivos é uma forma de evitar que o envolvimento
com álcool – tão comum na nossa sociedade – acabe levando à dependência.
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