FONTE: Matheus Fortes, TRIBUNA DA BAHIA.
O órgão estadual já deu início a uma ação de
chamamento da população para tornar a prática da doação de sangue cada vez mais
comum entre os baianos.
Com a
aproximação do verão, o estoque baixo de sangue nos bancos da Fundação de
Hematologia e Hemoterapia da Bahia (Hemoba) já preocupa as autoridades de
saúde.
Para
fazer o novo preenchimento desse estoque tão fundamental principalmente às
ocorrências de urgência, o órgão estadual já deu início a uma ação de
chamamento da população para tornar a prática da doação de sangue cada vez mais
comum entre os baianos.
De
acordo com o coordenador de coleta da Hemoba, Marcelo Mattos, a ação batizada
“Desafio no Sangue”, convoca a sociedade aos postos, aproveitando todo o mês de
novembro, quando se celebra o Dia Nacional do Doador de Sangue, no dia
25.
A
campanha foi motivada pelo fato de que a Bahia opera com o estoque inferior ao
mínimo necessário de bolsas de sangue. Apenas 1,4% dos baianos doam
regularmente, percentual muito abaixo do recomendado pela Organização Mundial
da Saúde (OMS). Segundo a OMS, o ideal é que de 3% a 5% da população doe
regularmente.
O
especialista explica que os homens podem fazer a doação de três em três meses.
Já as mulheres podem fazê-la de quatro em quatro meses, já que a recuperação da
hemoglobina é mais lenta devido ao fluxo menstrual.
“A
doação é espontânea e a população baiana costuma a atender muito bem aos
chamamentos comparecendo aos postos. Nós tivemos bons resultados em campanhas
anteriores que fizemos em função dos festejos juninos e das Olimpíadas,
conseguindo otimizar os estoques naquela ocasião”, explicou Mattos.
Apesar
dos resultados positivos a chegada do verão traz uma nova dificuldade para o
órgão. “O que acontece nesta época é que, devido as férias escolares, as
famílias viajam, e dão menos importância à doação, de modo que já temos uma
queda esperada na coleta durante a época do Natal e Réveillon. É por isso que
começamos a campanha já desde agora, antes mesmo das festas de fim de ano”.
Associado
a este fator, o verão já traz um aumento natural na doação de sangue,
principalmente em Salvador, que é uma cidade litorânea e turística, e que sofre
um aumento da população circulante. Este fator, colocado junto à grande
quantidade de festas populares na cidade, favorece ao aumento de incidentes e
trauma de um modo geral.
Segundo
Mattos, os tipos de sangue com fator RH negativo são aqueles mais necessários.
“Por serem tipos de sangue mais raros na população mundial, como um todo, eles
acabam estando sempre em menor quantidade nos estoques”. Assim, o coordenador
enfatiza a importância de quem tem sangue O, A, B, AB e B negativo de
participarem da ação.
“Sangues como A- e O- são ainda mais importantes, pois até
identificarmos o paciente, eles podem ser utilizados nos casos de emergência.
Ainda assim é preciso reiterar que todos os tipos de sangue são importantes à
doação, não apenas estes mais raros”, apontou Mattos.
Critérios para o doador.
Entre
os critérios básicos, o doador ter entre 16 e 69 anos, pesar no mínimo 50 kg.
No dia da doação é necessário estar bem alimentado, descansado, não ter
ingerido bebida alcoólica nas últimas 12 horas, e não ter fumado nas últias 2
horas.
A
pessoa que tiver feito tatuagens no período superior a um ano também podem
doar. Outros detalhes, em relação à doenças e uso de medicamentos são
verificados na entrevista que é feita antes da doação.
O
coordenador de coleta enfatiza que, no próprio site da Hemoba
(http://www.saude.ba.gov.br/hemoba), é possível tirar dúvidas sobre a doação,
consultando, na página “Legislação”, a Portaria 158, de 04 de fevereiro de
2016, no quadro anexo, onde constam as informações de pelo menos 90% das
dúvidas daqueles que não querem fazer uma viagem perdida até os postos.
No
site, também constam os 26 postos de doação espalhados por toda a Bahia – seis
deles estão na capital –, com os devidos endereços, telefones e horários de
funcionamento, e que podem ser consultados na seção “Unidades”.
Em
2013, a Hemoba registrou 91.826 coletas. Já em 2014, foram registrados 98.686
e, em 2015, cerca de 104.322 bolsas. Até setembro deste ano, esse número já
ultrapassou 84 mil bolsas de sangue, que são processadas e distribuídas para
aproximadamente 350 hospitais e clínicas da rede pública e conveniada do
Sistema Único de Saúde (SUS).
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