Essa é a primeira
vez que a Petrobras reajusta o botijão desde setembro de 2015.
O
consumidor vai sentir no bolso, “no curtíssimo prazo”, o aumento do preço do
botijão de gás que passa a vigorar nas refinarias da Petrobras a partir de
terça-feira, segundo o presidente do sindicato das distribuidoras de gás
(Sindigás), Sérgio Bandeira de Mello.
A
estatal anunciou na sexta-feira (17) reajuste de preço de 9,8%. Mas, como
o botijão passa por distribuidores e revendedores até chegar às residências, é
possível que os dois elos da cadeia aproveitem para rever suas margens de lucro
e que o aumento chegue maior ao consumidor.
Pelas
contas da Petrobras, um repasse integral do reajuste nas refinarias deve pesar
R$ 1,76 no preço final, o equivalente à alta de 3,1% por botijão. Especialistas
calculam, no entanto, que os comerciantes vão aproveitar a má notícia para
ampliar os ganhos e encarecer o produto de 5% a 10%, dependendo do espaço
permitido pela concorrência. O Sindigás não quis fazer projeções com o
argumento de que “o mercado é livre”.
Essa
é a primeira vez que a Petrobras reajusta o botijão desde setembro de 2015. Em
geral, a petroleira pratica valores menores do que os do mercado internacional.
Mesmo após esse aumento, a diferença ainda está na casa dos 20%, de acordo com
o Sindigás. De janeiro de 2003 a agosto de 2015, o valor médio passou de R$
29,35 para R$ 46,02, alta de 56,8%, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis (ANP). Até dezembro, já tinha sido reajustado em
89,4%.
“É
inevitável que isso tivesse acontecido. No longo prazo, há perdas com a
inflação, que pesa sobre a logística e mão de obra, e ainda têm os tributos”,
afirmou o presidente do Sindigás. Finanças A Petrobras entregou recurso à
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), reguladora do mercado financeiro, para
justificar a utilização da contabilidade de hedge em suas demonstrações
financeiras de 2013 a 2015. O resultado de 2016 será divulgado na terça-feira,
e repetirá a mesma sistemática.
A
empresa passou a utilizar a contabilidade de hedge depois que as projeções de
exportação explodiram, em razão do pré-sal, e a Petrobras passou a considerar
que deveria recorrer ao mecanismo para proteger as vendas externas de
oscilações cambiais. O corpo técnico da comissão, no entanto, questiona se essa
tem sido realmente a finalidade da Petrobras que, dessa forma, teria
supostamente inflado os resultados dos últimos anos.
O
prazo para a apresentação do recurso pela petroleira venceu na
quinta (16), quando foi entregue o documento, com pedido de
confidencialidade à CVM. O corpo técnico da autarquia terá dez dias úteis para
decidir se modifica ou mantém sua decisão. Caso mantenha, o processo será
encaminhado ao colegiado da Comissão - formado pelo presidente, Leonardo
Pereira, e diretores -, ao qual caberá a palavra final.
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