A Organização
Mundial da Saúde (OMS) divulgou um dado alarmante: o Brasil é o país com o
maior percentual de pessoas com transtorno
de ansiedade em todo o
mundo. Pelo menos 9,3% dos brasileiros sofrem com esse mal, marcado pela
dificuldade de se concentrar, insônia e preocupação excessiva.
Além
disso, o país é o 5º do mundo com maior índice de depressão, atrás apenas de
Ucrânia, Austrália, Estônia e Estados Unidos. Cerca de 11 milhões de
brasileiros têm quadro depressivo (5,8%) e isso é agravante, porque a doença
está associada a mortes por suicídio e outros males que podem até levar ao
câncer.
Ansiedade dos
brasileiros.
Esses
dados mostram que o país, outrora conhecido como alegre e cordial, está envolto
num clima de incerteza que tem comprometido cada vez mais a saúde da população.
Dan
Chisholm, especialista em saúde mental da OMS, disse ao Vix que o aumento das taxas de ansiedade e depressão tem mais a ver com o momento que o
país passa do que aspectos culturais. “Trata-se da manifestação de uma
confluência de diferentes fatores a nível individual, social e ambiental”.
O
dado mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
comprova que o brasileiro ficou mais pobre nos
últimos anos, com um recuo de 5,4% no
rendimento mensal médio.
Chisholm
aponta que esse dado é relevante para interpretar os números da OMS, mas que
não se trata apenas disso. “Sim, problemas socioeconômicos como pobreza,
desemprego ou desigualdade de renda podem ser fatores justificáveis, mas também
pode haver questões mais amplas (políticas e macroeconômicas), além de fatores
biológicos e a tendência de comportamento dos brasileiros”.
O
especialista lembra que não é bem uma surpresa o fato de o Brasil ter altos
índices de ansiedade e depressão. Em 2014, por exemplo, um relatório da OMS
focado na cidade de São Paulo indicou que os paulistanos são os que têm maior
incidência a perturbações mentais em todo o mundo (pelo menos 29,6% deles
sofrem disso).
“É
muito difícil pontuar um fator em particular que explique tudo isso”, refletiu
Chisholm. “É preciso pesquisar a fundo cada uma dessas particularidades”.
Campanha
contra depressão.
Apesar
de a ansiedade ser considerado o ‘mal do século’, Chisholm diz que a OMS se
esforça em uma campanha a nível mundial para conscientizar sobre a depressão.
No
dia 7 de abril, a organização promove o Dia Mundial da Saúde, a fim de ouvir o
que as pessoas que sofrem com depressão têm a dizer. “Pode ser um ponto vital
na sensibilização sobre o tema, ajudando a identificá-la em nós mesmos ou
aqueles com quem vivemos, nos envolvemos ou trabalhamos, para ajudar a procurar
ajuda, se necessário”, alerta o especialista.
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