Acumular pode causar câncer? É possível gozar sem ejacular? Passar sêmen no rosto deixa a pele mais bonita? Confira o que é verdade e o que é
mito.
1. Acumular esperma não
é bom, não.
Embora ainda não existam evidências científicas de que o acúmulo de
esperma pode causar problemas na próstata, certos estudos sugerem que ele seja,
de alguma forma, carcinogênico. "Algumas pesquisas mostram que homens com
vida sexual mais ativa - ou seja, que ejaculam mais - diminuem a chance de ter
câncer de próstata, mas isso não está completamente confirmado. Então,
teoricamente, acumular pode ser ruim por esse motivo", diz Alex Meller,
urologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Porém, normalmente,
o próprio organismo costuma produzir uma ejaculação noturna para eliminar a
quantidade "concentrada".
2. Gozar e ejacular são
coisas completamente diferentes.
O orgasmo masculino é uma sensação totalmente cerebral. Normalmente
acontece junto com a ejaculação, mas isso não é regra. Na verdade, o prazer é
independente do ato do homem ejacular ou não", afirma Valter.
3. A
"babinha" pode provocar gravidez.
Seu nome científico é líquido pré-ejaculatório, um fluido cheio de
substâncias que preparam o caminho para a passagem do espermatozóide. De acordo
com Javaroni, trata-se de uma secreção produzida pelas glândulas periuretrais
(em volta da uretra) em resposta ao estímulo e à excitação sexual. "A
finalidade seria lubrificar o pênis e a vagina, facilitando a penetração. Esse
líquido pode conter espermatozoides móveis e, por isso, a prática do chamado
coito interrompido é perigosa quando a gravidez não é desejada", avisa o
urologista. Isso é mais comum em uma segunda relação sexual na mesma ocasião -
na primeira transa, nem sempre o líquido conta com espermatozóides, já que
alguns "morrem" devido à acidez da uretra.
4. Poluções noturnas
podem acontecer durante a vida toda.
A liberação do sêmen durante a noite começa usualmente no início da
puberdade, por conta do aumento da produção de testosterona pelos testículos e
da consequente atividade da próstata, das vesículas seminais e dos próprios
testículos, que ficam maiores e mais tensos. Mais associadas à fase da
adolescência, as poluções podem durar até a vida adulta, enquanto os homens tiverem
bons níveis de testosterona. "Quando o jovem começa a se masturbar ou a
fazer sexo, as poluções se tornam mais raras. No adulto, entretanto, quando a
frequência sexual é modificada de maneira abrupta podem voltar a acontecer
episódios", fala Javaroni.
5. O volume diminui com
o passar dos anos.
A melhor fase de fecundação para o homem é entre 18 e 35 anos. "A
partir daí, o sêmen do homem começa a perder qualidade e, apenas teoricamente,
não deveria engravidar. Claro que existem casos de pacientes com filhos mais
tardiamente, mas isso geralmente envolve alguma dificuldade. A janela de tempo
ideal é mais jovem", explica Alex Meller.
6. Usos
"curiosos" para o sêmen? Lenda!
Volta e meia surgem notícias - ou melhor, boatos - de que o esperma pode
ter uso cosmético em pastas de dentes e cremes de beleza. Ingrediente de
drinques e pratos, substituto para cola e até recurso para diminuir os enjôos
matinais das grávidas são outras utilizações que já foram especuladas, mas,
segundo os especialistas, é tudo lenda. "Considerando que se trata de um
líquido biológico e rico em vários micronutrientes, não é de se estranhar o
fato de que muitos usos curiosos derivados do sêmen já foram relatados. Não há,
todavia, base científica e segurança comprovada para o emprego rotineiro. Até
porque o esperma pode conter germes e veicular doenças", fala Valter
Javaroi, da SBU.
7. O esperma contém
inúmeras doenças.
O sêmen pode abrigar mais de 20 diferentes tipos de vírus. Se o homem tem
uma prostatite (doença inflamatória da próstata), ao ejacular diretamente na
vagina há o risco de transmitir bactérias que podem provocar uma infecção grave
na mulher. Doenças sexualmente transmissíveis como HIV e herpes também podem
ser veiculadas através do contato com o esperma, por isso o uso de preservativo
é imprescindível.
8. Cheiro e gosto
diferem de homem para homem.
O aroma e o sabor do esperma mudam de acordo com o que cada sujeito come.
Comidas muito temperadas, por exemplo, deixam o gosto amargo. O sêmen de
fumantes e alcóolicos também pode ser mais amargo que o de vegetarianos, não
fumantes e abstêmios. A quantidade de frutas e açúcares ingeridos também altera
o sabor. O cheiro varia conforme a pessoa, mas alterações muito drásticas e
marcantes podem ser sinal de infecções.
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