Os números preocupam
especialistas da saúde, que se mobilizaram esta semana para disseminar
conhecimento e conscientizar a população para o cuidado com os olhos.
Principal causa de cegueira no mundo, o glaucoma é uma doença que afeta
milhares de brasileiros, e, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde
(OMS), em dois anos, a estimativa é que 80 milhões de pessoas tenham a doença.
Os números preocupam especialistas da saúde, que se mobilizaram esta semana
para disseminar conhecimento e conscientizar a população para o cuidado com os
olhos.
O dia 26 de maio foi instituído o Dia de Combate ao Glaucoma, mas a semana
nacional de atividades no combate à doença teve início no último dia 21, e
segue até a próxima segunda-feira (28). Para fazer um alerta sobre a
importância do tratamento adequado, o Elevador Lacerda permanece durante toda a
semana iluminado de verde.
De acordo com o oftalmologista do Hospital São Rafael, César Sampaio,
existem várias causas que levam ao glaucoma, "mas no final todas elas
estão relacionadas com o aumento da pressão intraocular", que é a pressão
de dentro do olho. Na fase inicial, a doença é silenciosa, mas sinais como
flutuação da visão e dor ocular podem indicar para a existência da doença.
Segundo o especialista o glaucoma crônico é o mais comum no Brasil.
Contudo, existe também o glaucoma agudo. "Este acomete os pacientes de
forma súbita e está relacionado à visão, com olho vermelho e doloroso, podendo
gerar náuseas e vômitos. Acontece a partir dos 40 anos, mas pode acontecer em
qualquer idade. É procurar serviço de emergência para fazer tratamento, porque
o risco de perder a visão e maior e mais rápido”, explica, destacando que o
risco triplica a partir dos 70 anos de idade.
Por se tratar de algo silencioso, a recomendação é incluir a consulta
oftalmológica regularmente na rotina. César Sampaio chama a atenção ainda para
o exame correto, salientando que "óticas que realizam exames devem ser
evitadas, porque acham que está tudo bem, mas não está. O exame precisa ser
feito por um oftalmologista. “Fazer em ótica é um problema sério, inclusive de
saúde pública", disse.
De acordo com o médico, o ideal é que as consultas comecem logo após o
nascimento da criança, a fim de doenças como o glaucoma congênito possam ser
identificados. “Dos três aos 10 anos, a ida ao médico deve ser reforçada para
avaliar a principal causa de cegueira tratável e de baixo rendimento escolar,
que são as ametropias, como miopia, hipermetropia e astigmatismo. Já a partir
dos 40, as consultas devem ser mais frequentes para aferição da pressão e exame
de fundo do olho. Aos 60 anos, a principal causa de cegueira, felizmente
reversível, é a catarata”, esclarece o especialista.
Padronização do
tratamento.
Por meio da Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG), será lançado este ano
o manual com as diretrizes para orientar efetivamente os oftalmologistas sobre
o uso de recursos para o correto diagnóstico da doença.
O manual poderá ser utilizado pelos médicos que vão padronizar os
procedimentos para diagnósticos e tratamento da doença. O material também
servirá de parâmetro para as agências reguladoras de saúde e na liberação de
tratamentos e procedimentos médicos no âmbito privado e público.
Doença silenciosa, que muito raramente causa dor, o glaucoma é
caracterizado por alteração do nervo óptico, que causa dano irreversível das
fibras nervosas e pode levar à cegueira. Para a presidente da SGB, Wilma Lelis
Barboza, o tratamento precisa ser padronizado em todo o território nacional.
“Com este manual médicos, pacientes e sociedade ganham numa visão do que
é a enfermidade e como ela deve ser corretamente tratada”, garante.
Demora no diagnostico.
Uma recente pesquisa apontou que 50% dos pacientes que já têm
glaucoma desconhecem que têm a doença. Por ser assintomática, muitas pessoas
demoram a ter o diagnóstico ou negligenciam o tratamento (uso de colírios). A
baixa adesão ao tratamento é uma das principais causas para a progressão da
doença.
Dados do SUS mostram que, anualmente, são feitos 2,2 milhões de
atendimentos de pacientes com glaucoma na Rede Pública.
Tratamento.
O tratamento inclui o uso de medicamentos (colírios), procedimentos a
laser ou cirurgia. No Brasil, o tratamento do glaucoma é fornecido pelo SUS há
cerca de 10 anos.
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