Fraudes ocorreram em
SP, DF, MG e RS.
O tribunal do Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (Cade)
condenou na segunda-feira (8) onze empresas e 42 por formação de cartel em
licitações públicas de trens e metrôs. De acordo com a decisão, as fraudes
aconteceram em São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul e no Distrito
Federal.
"Pelas práticas
anticompetitivas, foram condenadas as empresas Alstom Brasil Energia,
Bombardier Transportation Brasil, CAF Brasil Indústria e Comércio, IESA
Projetos Equipamentos e Montagens, MGE Equipamentos e Serviços Rodoviários,
Mitsui & Co Brasil, MPE - Montagens e Projetos Especiais, TC/BR Tecnologia
e Consultoria Brasileira, Empresa Tejofran de Saneamento e Serviços, Temoinsa
do Brasil, e TTrans Sistemas de Transportes ao pagamento de multas que somam,
no total, 515,6 milhões. Com relação às 42 pessoas físicas condenadas, o
Conselho aplicou multas no valor total de R$19,5 milhões", diz a nota
divulgada à imprensa.
Ainda conforme o
material, a investigação do Cade mostrou que "o cartel foi organizado a
partir de encontros e contatos entre empresas e/ou consórcios concorrentes ou
que tinham potencial interesse em determinada licitação pública. Os contatos
aconteciam antes e durante os certames, estendendo-se em alguns casos até o
momento posterior à adjudicação do contrato".
Além disso, o órgão
ainda apontou que "o objetivo do cartel era dividir o mercado, fixar
preços, ajustar condições, vantagens e formas de participação das empresas nas
licitações. Para tanto, os membros do conluio utilizaram estratégias como
supressão de propostas, apresentação de propostas de cobertura, formação de
consórcios e realização de subcontratações, e ainda contaram, por vezes, com a
colaboração e facilitação de consultorias especializadas".
O caso teve início em
maio de 2013, a partir da assinatura de acordo de leniência celebrado entre
Siemens, Superintendência-Geral do Cade, Ministério Público Federal e
Ministério Público do Estado de São Paulo. Com base nos indícios apresentados,
o Cade obteve autorização judicial para realizar, em julho do mesmo ano,
operação de busca e apreensão na sede de empresas suspeitas de participarem do
cartel. A análise do material apreendido (mais de 30 terabytes de dados
eletrônicos e documentos físicos) resultou na instauração do processo
administrativo.
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