Se o namorado chega ao
orgasmo antes dela, a consultora Luciane, 32 anos, não interrompe a transa:
mantém seus movimentos até atingir o clímax -- o par, que já conhece seus
hábitos, procura
não mudar o ritmo e acompanhá-la até o fim.
Gabriela, 43 anos,
empreendedora, não esconde do marido quando está com algum tipo de dificuldade
e pede a ajuda dele para reforçar os estímulos que tanto gosta, como sexo oral.
O recurso é certeiro para ela gozar logo depois. Em comum, as
duas se negam a mentir para os parceiros, dizendo que chegaram
lá, quando isso não acontece de verdade.
"Não é raro vermos
mulheres fingindo orgasmo para agradar o companheiro. Ainda temos a cultura
machista, aliada à falta de informação de que o homem é responsável pelo prazer
da mulher -- e que o
fato de ela ter orgasmo é um prêmio, uma recompensa para ele",
critica Gislene Teixeira, especialista em relacionamento e sexualidade,
mediadora e conciliadora de conflitos.
Então, em vez de
orgasmos incompletos, fingidos ou frustrantes, o caminho é mostrar ao par que a
transa ainda não terminou para você. Luciane e Gabriela já encontraram a
maneira de fazer isso, mas para quem não sabe como abordar o assunto, com medo
de magoar o parceiro, Gislene Teixeira e o psicanalista Alexandre Pedro, dão
dicas sutis (ou não tão sutis assim) que funcionam.
1.
Crie (e siga) um mapa do prazer.
Torne o momento mais
criativo e lúdico, apostando numa brincadeira sexual de última hora. Proponha
um "mapa do prazer exclusivo" e conduza os passos, ditando comandos
diversos, como "mais para baixo", "mais forte", "mais
intenso" ou tarefas - "sexo oral" ou "carícia nos
seios", por exemplo. Também vale adotar códigos: "verde" ou
"morno" para o par saber que está no caminho certo e
"vermelho" ou "frio" para que ele entenda que precisa mudar
a posição ou a pressão etc. Com suas regras no joguinho, fica mais fácil
alcançar o resultado que quer.
2.
Dirty talk com recadinho.
Se o par gozou, você
pode recorrer a frases maliciosas, que revelam sutilmente o cenário. Dizer algo
do tipo: "Que delícia te ver assim! Não vejo a hora de gozar como
você" é uma maneira bem delicada de dizer que ainda não atingiu o seu
orgasmo e que vai estimular o outro a fazer com que você tenha a mesma
experiência.
3.
Relembre situações.
Outro recurso é apelar
para momentos que os dois já viveram e que foram muito bons e excitantes, na
sua avaliação. "Faz do mesmo jeito que você fez na semana passada e eu
gostei tanto?" costuma ser uma boa jogada para tentar alguma posição
diferente ou estímulo que te excite bastante.
4.
Peça para ser tocada.
O orgasmo do outro foi
tão forte que não falta pique para seguir na transa? Deixe o crush no papel de
coadjuvante enquanto você se masturba até se satisfazer. Ou seja, peça que ele
faça carícias pelo seu corpo ou te toque em
pontos estratégicos e zonas erógenas. O par vai entender
que ainda não gozou e, se for uma pessoa bem legal, te ajudará a experimentar
isso também.
5.
Não pare.
Lembra da fórmula
adotada por Luciane? Faça igual. Se o parceiro já atingiu o orgasmo e você
ainda está no caminho, nada de parar no clímax dele. Certamente ele vai
perceber que você ainda não chegou ao orgasmo, sem se magoar. É muito provável
que a pessoa seguirá te acompanhando. Caso contrário, se decidir parar, adote a
tática anterior e desloque-o à posição de assistente.
6.
Fale às claras.
Sinceridade é tudo num
relacionamento, certo? Pois a mesma coisa tem de acontecer na cama. Se você
prefere não dar sinais sutis de que ainda não gozou, opte por dizer abertamente
que está com dificuldade em atingir o orgasmo e que gostaria que o par te
ajudasse a chegar no clímax. Com uma informação clara e objetiva, acompanhada
de um pedido de colaboração (e nunca cobrança ou como indireta de
responsabilidade), juntos, podem encontrar o melhor caminho para o orgasmo dos
dois.
Bônus:
masturbe-se,
conheça o próprio corpo, o que lhe agrada e garanta o
próprio orgasmo, caso o par não te acompanhe nessa busca por prazer. É a melhor
maneira de prevenir decepções na cama e não depender de outra pessoa para
gozar.
"Nós somos
responsáveis por nosso prazer. O parceiro apenas nos ajuda a intensificar as
sensações. Os prazeres são compartilhados e só podemos compartilhar com outro
se conhecermos nosso corpo, nos tocarmos, sentirmos onde, como, com qual
intensidade, velocidade, pressão e com qual movimento sentimos prazer",
lembra Gislene.
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