Uma revisão
de estudos publicados no periódico científico BJU
International descobriu que as estimativas para a prevalência global da disfunção erétil variam
amplamente em diferentes países: enquanto em alguns lugares o problema atinge
3% população masculina, em outros, o número pode chegar a 76,5%.
A variação, de acordo
com os autores, refletem as diferenças nas idades da população estudada, estilo
de vida e nos diferentes métodos de avaliação da disfunção erétil usados pelos
pesquisadores.
O
que é disfunção erétil?*
Apesar de muitas
pessoas utilizarem o termo "impotência sexual" para se referir ao
problema, os especialistas evitam utilizá-lo por causa da conotação negativa
que possui. A disfunção erétil (DE) é caracterizada pela incapacidade de
iniciar ou manter uma ereção firme o suficiente para uma relação sexual
satisfatória. O conceito é amplo e pode ocorrer por uma dificuldade ou falha no
funcionamento de uma ou mais estruturas envolvidas durante o ato.
De acordo com estudos
da Sociedade Brasileira de Urologia, cerca de metade dos homens com mais de 40
anos apresentam queixas relacionadas à ereção. Pesquisas norte-americanas
mostram uma prevalência de disfunção erétil pelo menos leve em torno de 40% aos
40 anos e de quase 70% aos 70 anos. Para disfunção grave, as proporções são ao
redor de 20% e 50%, respectivamente.
O
que causa a disfunção erétil?
O
problema pode ter diferentes causas:
Orgânica Mais comum a
partir dos 40 anos, envolve uma causa física. Problemas cardiovasculares,
metabólicos, neurológicos, hormonais, cirurgias ou uso de certos remédios ou
substâncias são os motivos mais frequentes.
Psicogênica é o nome
que se dá quando não há qualquer problema físico que explique a dificuldade. O
principal responsável por esse tipo de disfunção erétil, mais comum em jovens é
a ansiedade
e o medo de falhar. Nesse caso, fatores psicológicos têm uma consequência
física: os picos de adrenalina levam à contração das estruturas que deveriam
estar relaxadas para a válvula que mantém a ereção funcionar.
Mista Quando a
dificuldade envolve fatores físicos e psicológicos.
Fatores de risco.
Idade (quanto maior a
idade, maior a propensão à disfunção erétil);
Abuso de álcool e
drogas ilícitas que podem prejudicar a capacidade cognitivas;
Uso de anabolizantes em
altas quantidades ou por longos períodos, o que interfere na produção natural
de testosterona;
Mdicamentos como
anti-hipertensivos, antipsicóticos, ansiolíticos e antidepressivos, que podem
ter problemas de ereção como efeito colateral;
Cirurgias para retirada
da próstata, bem como a radioterapia pélvicas;
Níveis baixos de
testosterona (hipogonadismo), hiperprolactinemia e distúrbios da tireoide
também podem interferir negativamente, e devem ser tratados;
Qualquer doença que
afete o cérebro (como Alzheimer
e Parkinson), a medula ou os nervos periféricos;
Tabagismo: as substâncias
do cigarro prejudicam as artérias e a circulação sanguínea;
Pressão alta,
sedentarismo, obesidade e colesterol alto: os mesmos fatores de risco para
aterosclerose e doenças cardiovasculares são uma ameaça às ereções, já que gera
prejuízos à circulação.
Prevenção.
Prática de atividades
físicas, um cardápio equilibrado e o controle de fatores de risco
cardiovasculares, como colesterol alto e obesidade, são medidas eficazes contra
a disfunção erétil.
Para evitar os fatores
psicológicos que ocasionam o quadro, aprender a gerenciar a ansiedade, assim
como investir em diálogo e intimidade com a(o) parceira(o) podem evitar que
falhas eventuais se transformem em um problema recorrente.
Em circunstâncias
específicas, como após o tratamento de tumores de próstata, bexiga ou reto, há
protocolos seguidos pelos médicos para preservar a função erétil.
Tratamentos.
O acompanhamento médico
é indispensável para a investigação, diagnóstico e discussão sobre as opções
mais indicadas para cada caso.
Além dos remédios já
bem conhecidos, como o Viagra, o tratamento pode incluir injeções penianas,
bombas de vácuo, implantes de próteses penianas, terapia, mudanças no estilo de
vida e tratamento hormonal.
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