Caracterizada pela elevada relação entre a massa de tecido adiposo e a
massa total do corpo, a obesidade aumenta a incidência de complicações orais
inflamatórias, como as doenças periodontais. Isto ocorre porque as inflamações
respondem de forma proporcional ao aumento da adiposidade corporal, como
explica o diretor do Instituto de Odontologia da PUC-Rio (IoPuc), Ricardo
Fischer (CRORJ 13099). “Só pelo fato da pessoa ser obesa, o risco da doença
periodontal aumenta, pois o tecido adiposo libera marcadores biológicos que são
inflamatórios”, afirma o especialista.
De acordo com Ricardo Fischer, os marcadores biológicos que favorecem o
aparecimento de doenças inflamatórias são processos feitos para a defesa do
organismo, e o excesso faz com que atuem de maneira contrária. “Estes
marcadores são produtos inflamatórios, liberados por alguns tecidos. Quando tem
uma inflamação, estes produtos são utilizados para proteger as pessoas dos
processos inflamatórios. Mas se você tem isso em excesso, ele acaba sendo um
fator favorável para a inflamação, diz o profissional.
Segundo o especialista, uma higiene oral correta pode contrabalancear os
efeitos do aumento destes marcadores. “A doença periodontal é iniciada através
do acúmulo de placas bacterianas. Então, por mais que a obesidade aumente os
marcadores inflamatórios, se o obeso tiver uma higiene oral muito boa, talvez
não contraia estas complicações”, afirma o dentista.
Embora a relação entre obesidade e doença periodontal exista, o diretor
do Instituto de Odontologia da PUC-Rio afirma que o fator não é determinante
para as doenças orais inflamatórias. “Estudos transversais mostram que obesos
tem mais doenças periodontais. Isso é um indicativo de que a obesidade é um
fator de risco, mas não podemos afirmar que é um fator decisivo. Na comparação
com fatores como diabetes e fumo, por exemplo, a obesidade está um estágio
abaixo na classificação científica”, diz o dentista.
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