terça-feira, 2 de julho de 2019

SEXO NA MENOPAUSA: O QUE TODA MULHER DEVERIA SABER...


FONTE: *** Heloísa Noronha, Colaboração com Universa,https://universa.uol.com.br/
 
        
       
A menopausa é uma fase de muitas mudanças -- físicas, emocionais, psíquicas, comportamentais. Mas a sua chegada não significa um ponto final na vida sexual das mulheres. Com as informações e os cuidados adequados, é possível continuar a desfrutar de bons momentos de prazer, sozinha ou com alguém.

A libido diminui, mas isso não é definitivo.
A queda do estrógeno costuma afetar a libido, mas uma conversa franca com o ginecologista sobre suas necessidades e a possibilidade de uma reposição hormonal podem contornar esse problema. Vale lembrar que, como o desejo também é influenciado pela área psíquica, algumas mulheres passam a se sentir mais livres por não ter que lidar com a possibilidade de uma gravidez e isso se reflete na frequência e na qualidade do sexo.

O lubrificante ajuda nos casos de secura vaginal.
A secura vaginal é um dos sintomas mais comuns e pode ocorrer já no climatério, o período que antecede a menopausa e que pode durar anos. Como a mucosa da região também fica mais fina nessa etapa da vida, a penetração pode se tornar mais dolorida e ainda causar fissuras e cortes, prejudicando a relação e, consequentemente, o prazer da mulher. O lubrificante íntimo à base de água ajuda a reduzir o incômodo, mas apenas na hora. É importante que conversar com o ginecologista sobre o uso de hidratantes vaginais diários. Outro aspecto a considerar é a autoestima: se, de alguma forma, a menopausa afetar a autoimagem e a segurança, relaxar para ter uma transa gostosa se torna mais difícil.

As preliminares ganham ainda mais importância.
A resposta sexual fica um pouco mais demorada na menopausa, ou seja, a mulher demora mais para se excitar. A sensibilidade também passa por transformações -- algumas se queixam de mudanças na maneira como recebem as carícias nos mamilos, por exemplo. Por isso, é importante dividir incertezas e inseguranças com o par e investir mais tempo nas preliminares até que o tesão fique a ponto de bala para o clímax.

É importante encará-la como mais uma fase na vida.
E é o que ela é, de fato, não é mesmo? Os especialistas recomendam olhar a menopausa como uma fase de transformação, não de sofrimento. Todo ritual de passagem tem prós e contras e é preciso lidar com sabedoria e, claro, cuidado. Usar a experiência dos anos a favor ajuda a enfrentar essa etapa como tantas outras barreiras foram superadas. É imprescindível não se fechar às mudanças e fazer alguns ajustes na vida, mas sem angústias ou medos.

Se a vida sexual foi ruim até agora, dá para se reinventar.
A segurança, a maturidade e a experiência ganhas podem ser parceiras da menopausa, inclusive para se redescobrir e se reinventar, se for caso. Entrar na menopausa não significa que a vida sexual acabou, inclusive para as viúvas ou que não têm um par há anos. Com o auxílio de bons profissionais, que indicarão os medicamentos e/ou tratamentos mais adequados, é possível desfrutar de uma sexualidade plena e saudável. A menopausa fecha o ciclo reprodutivo, mas não fecha o ciclo de atividade sexual, que sempre pode ser melhorado. Existem algumas mulheres, porém, cuja repressão sexual ao longo da vida encontra, enfim, uma justificativa para encerrar o assunto de vez. Mesmo assim, usar esse momento para um processo de autoconhecimento - com terapia, sim, por que não? - pode ser libertador e facilitar a descoberta de facetas até então escondidas.

A masturbação continua sendo algo normal e saudável.
Como em qualquer outra fase da vida, a masturbação permite obter prazer sem cobranças e é uma ferramenta importante de conhecimento para a mulher descobrir onde e como gosta de ser estimulada. E, obviamente, o orgasmo segue importante para a manutenção da saúde e é absolutamente normal e saudável conseguir esse prazer por meio da masturbação. Como alguns sintomas também costumam afetar esse processo, é bom falar com o ginecologista sobre possíveis incômodos. Especialistas relatam que muitas mulheres se sentem mais reservadas para falar sobre sexo durante a menopausa, mas seria producente deixar de lado a vergonha e o pudor em nome do próprio bem-estar.

Sex toys podem ser ótimos aliados.
Desde que, é bom salientar, usados com lubrificante à base de água. Lembre-se: a mucosa fina e o ressecamento devido à baixa de estrógeno deixam a vagina mais sensível, no caso dos vibradores. Massageadores do tipo bullet ou direcionados ao clitóris são propícios para estimular a circulação local e a própria lubrificação natural. Além disso, há acessórios que ajudam a fortalecer o assoalho pélvico, musculatura que sustenta a bexiga, a uretra, o útero e o reto, combatendo a flacidez vaginal e a incontinência urinária. Conversar com o ginecologista sobre quais os melhores sex toys pode ajudar a fazer a melhor escolha - e a usar do jeito certo.

É essencial buscar tratamentos adequados.
A reposição hormonal, uma das técnicas mais conhecidas, precisa ser discutida com o médico para saber se há ou não contraindicação. No entanto, há casos em que a diminuição na libido tem a ver com outras doenças e até mesmo com fatores psíquicos e emocionais. Assim, fazer um check-up completo pode ser interessante. Algumas mulheres necessitam de tratamentos multidisciplinares, como terapia - individual, de casal ou sexual - e fisioterapia pélvica.

*** Fontes: José Maria Soares, vice-chefe do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo); José Renato Pires de Oliveira, ginecologista da Santa Casa de Mauá, em São Paulo (SP) e Rosely Salino, psicóloga, sexóloga e terapeuta de casal, de São Paulo (SP).

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