Resumo da
notícia
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Dormência
e formigamento nas mãos geralmente são provocadas quando um nervo é
comprimido
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Em
muitos casos, isso ocorre ao ficar longos períodos sem movimentar as mãos
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No
entanto, algumas doenças cardiovasculares e crises de ansiedade podem gerar o
problema
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Por
isso, caso a dormência seja frequente, procure ajuda médica
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Sua mão e seu braço
costumam formigar frequentemente e junto com o incômodo vem a dúvida: "Será
que devo me preocupar?". A resposta é sim, pois quando é recorrente a
condição pode ser sintoma de problemas que merecem cuidado, que vão desde
questões ortopédicas até ansiedade,
doença do pânico e infarto.
Para compreender a
relação da dormência com algumas doenças, antes é preciso saber que as mãos são
uma das partes do corpo com maior sensibilidade ao toque, pois estão cheias de
receptores neurais --daí o motivo de problemas tão diferentes se manifestarem
no local.
Esses receptores são
conectados ao cérebro por uma rede de nervos que passam pelos braços. Quando um
nervo ou um pequeno grupo é danificado ou comprimido, a conexão com o cérebro
pode se prejudicar e o resultado disso podem ser os formigamentos frequentes.
É
só uma simples dormência?
Ficar muito tempo em
uma mesma posição sem mexer o braço pode causar dormência. Neste caso,
movimentar o membro em questão por um breve período de tempo tende a resolver o
caso e não é necessariamente sinal de doença.
Mas quando a situação
persiste ou ocorre várias vezes e ainda vem com outros sintomas, como
taquicardia, dor no punho, no peito ou em outras áreas, é importante investigar
o problema. Segundo o ortopedista Marcello Gonçalves, especialista em cirurgia
da mão pela UFF (Universidade Federal Fluminense), apesar de se manifestar na
mão, o problema pode não ter a origem lá. Coração, coluna e até um estado de
ansiedade podem ser outras causas desse formigamento. A seguir, explicamos três
problemas que geralmente estão ligados à dormência e que é importante saber
identificar.
Síndrome
do túnel do carpo (STC).
A síndrome do túnel do
carpo representa 90% de todas as chamadas neuropatias compressivas (em que há
compressão dos nervos), de acordo com um estudo
publicado no European Journal of Physical and Rehabilitation Medicine. A doença
é mais comum em mulheres na faixa etária entre 40 e 60 anos e em pessoas que
fazem movimentos repetitivos, desde o uso do teclado do computador ao de uma britadeira
durante uma construção.
Em doenças ortopédicas
como essa, o motivo do formigamento ou dormência é justamente associado a
compressões de nervos, especialmente o radial, o ulnar e o mediano, principais
nervos dos membros superiores, segundo Gonçalves.
Como
identificar.
Dois dos exames mais
comuns feitos para identificar a síndrome são os chamados manobra de Phalen e
teste de Tínel. No primeiro, pede-se ao paciente que ele flexione os punhos com
o dorso das mãos encostando um no outro e fique na posição por cerca de um
minuto para avaliar se o formigamento piora ou a dor aumenta.
Já no teste de Tínel, o
médico costuma verificar a sensibilidade do nervo do punho do paciente. Caso
exista alguma lesão no nervo, o comum é o toque dar uma espécie de choque. Uma
a eletroneuromiografia dos membros superiores pode ser feita para confirmar o
diagnóstico.
O problema pode ser
tratado com o uso de anti-inflamatórios e fisioterapia. Porém, dependendo do
caso, pode haver necessidade de uma cirurgia. Alguns pacientes também relatam
melhora com acupuntura.
Hipertensão
e doenças do coração.
Mãos e braços dormentes
também podem ser sintomas relacionados a alguma doença cardiovascular. Uma
delas é a pressão
alta,
que muitas vezes não apresenta sinais, mas também pode gerar dormência. A
condição pode levar a problemas sérios como cegueira, insuficiência renal,
ataque cardíaco e AVC (derrame),
por isso merece muita atenção.
Outro problema que pode
gerar formigamento frequentemente ou uma dor irradiada para o punho esquerdo é
o infarto
do miocárdio, segundo Dany David Kruczan, doutor em cardiologia pela UFRJ
(Universidade Federal do Rio de Janeiro). "Normalmente, o sintoma de
infarto vem também com uma dor forte no peito que irradia para o dorso ou para
o braço superior esquerdo. O paciente pode ainda ter ânsia de vômito, ficar
pálido, sudorese, um mal-estar muito grande", diz Kruczan.
No consultório, o
médico vai avaliar se o formigamento é acompanhado de alguma dor ou se acontece
algo com uma mudança de posição do braço, por exemplo. Também vai verificar se
a dormência se manifesta ao apertar um ou outro ponto do braço ou punho.
"A dor associada a uma doença coronariana não sofre essas influências.
Então, com essa avaliação o especialista consegue afastar a hipótese de uma
questão mais grave", explica o cardiologista.
Tanto a hipertensão
quanto o infarto podem ser evitados com hábitos saudáveis, como uma boa
alimentação, praticar regular de atividade física e redução do estresse.
Síndrome
do pânico e outros transtornos de ansiedade.
A síndrome, transtorno
ou doença do pânico é caracterizada por crises de ansiedade em que a pessoa tem
sensações como de quem vai enlouquecer, perder o controle, enfartar ou até
morrer. Um artigo científico da Frontiers in Psychology estima que 264 milhões
de pessoas vivam atualmente com algum tipo de transtorno de ansiedade, como a
síndrome do pânico.
Segundo o psiquiatra
Cesar Polli, quando a doença do pânico ainda está no começo, o paciente
apresenta como principal sintoma o medo de morrer. "Ele tem realmente a
impressão de que vai sofrer um ataque cardíaco, por exemplo. "Esse medo
tende a se agravar e então podem surgir outros sintomas físicos, como dor no
peito, formigamento e dormência nos membros.
O tratamento do
problema é feito com medicamentos e terapia cognitivo comportamental. De acordo
com Polli, é importante a conscientização de que paciente sofrendo um
transtorno de ansiedade. "Ao entender que aquilo (o medo) não mata, fica
mais fácil reconhecer a crise e esperar que ela passe." Práticas que
ajudam a reduzir a ansiedade, como meditação e atividade física, também ajudam
a aliviar o problema.
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