Resumo da notícia
A ressaca costuma aparecer seis a oito horas depois que bebemos
O problema ocorre devido ao acúmulo de substâncias tóxicas geradas na metabolização do álcool
O fígado é o principal órgão responsável por eliminar essas substâncias e, conforme envelhecemos, seu trabalho fica mais lento
Assim, as toxinas permanecem mais tempo no corpo e seus efeitos prejudiciais são potencializados
A perda muscular e o aumento no uso de medicamentos, comuns conforme envelhecemos, também têm relação com a piora da ressaca
Cerveja, vodca, catuaba, gim, vinho, caipirinha. Quando se é jovem, misturar todas essas bebidas muitas vezes não é sinônimo de problema. Muito pelo contrário. Você bebe, bebe, bebe e a ressaca não aparece --ou é bem fraquinha.
Porém, para quem gosta de uns bons drinques, infelizmente com o passar dos anos os efeitos da bebedeira tendem a ser bem mais complicados, pois o corpo não responde mais da mesma maneira. Não, não é coisa da sua cabeça: a ressaca piora conforme envelhecemos.
Os motivos para sua ressaca piorar.
O fígado não trabalha como antes A ressaca tende a aparecer de seis a oito horas após o consumo de bebidas alcoólicas. Ela acontece devido ao acúmulo no sangue de uma substância chamada acetaldeído, que possui efeitos tóxicos e, em excesso no organismo, gera problemas como sudorese, dor de cabeça, náusea, vômito e taquicardia.
O fígado é responsável por transformar essas toxinas em subprodutos inofensivos, que são eliminados nas fezes ou na urina. Porém, como o passar dos anos, a taxa de metabolização do órgão vai diminuindo e certas enzimas que são responsáveis pela limpeza do corpo são produzidas em menor quantidades. Assim, as toxinas do álcool permanecem por mais tempo na corrente sanguínea e os efeitos da ressaca são piores.
Você perde músculos (e água) Quando envelhecemos, há uma tendência natural em reduzirmos nossa massa muscular e acumularmos mais gordura. O músculo é constituído de cerca de 70% de água, enquanto a gordura possui apenas 10%. E menos água no corpo significa menor quantidade de líquido para o álcool ser diluído. Assim, a substância fica mais concentrada no sangue e seu efeito tóxico é acentuado --é por isso que existe aquela velha e boa recomendação de sempre intercalar um copo de drinque com um de água para minimizar a embriaguez e a ressaca.
Bebemos com menos frequência Conforme a idade avança, é natural que muitas pessoas diminuam o número de vezes que vão a festas, baladas e bares. E o nosso organismo vive de adaptações. Se você bebe constantemente, ele tende a se tornar mais "resistente" ao álcool e sofre menos com seus efeitos tóxicos --mas em longo prazo isso vai continuar gerando sérios problemas de saúde.
Você usa mais medicamentos O aumento no número de velinhas no bolo de aniversário tende a ser acompanhado de dores e desconfortos pelo corpo, resfriados recorrentes etc. Aí, você passa a tomar mais remédios para minimizar esses problemas. E sabe quem metaboliza as substâncias presentes nos comprimidos (e nos xaropes, nas pílulas etc.)? Pois é, o fígado! Com mais trabalho, a taxa com que o órgão realiza a limpeza das toxinas da bebida alcoólica do organismo diminui e a ressaca aumenta.
Como evitar a ressaca?
Aquela velha história de que se alimentar bem ajuda a evitar que você fique bêbado rapidamente também vale para ressaca. Ao "forrar" o estômago a absorção do álcool pelo organismo fica mais lenta e a substância demora mais tempo para chegar à corrente sanguínea. Assim, o fígado tem mais tempo para eliminar suas toxinas. Como falamos, a tática de intercalar um copo de água e um de drinque também é válida.
Além disso, não misture bebidas alcoólicas e prefira as de cor clara que, segundo os especialistas, dão menos ressaca por geralmente ter menos aditivos, corantes e outras substâncias que também são metabolizadas pelo fígado. Se é fã de vinho, cerveja e outros drinques mais escuros, maneire no consumo para não ficar sofrendo durante muitas horas no dia seguinte.
*** Fontes: Bianca Della Guarda, hepatologista da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein; Andressa Heimbecher Soares, endocrinologista e colaboradora do Grupo de Obesidade e Síndrome Metabólica do HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo); e Ricardo Barbuti, gastroenterologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
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