FONTE: , Leticia Lopes, https://extra.globo.com/
A tradicional festa de
réveillon no Rio não será como nos anos anteriores devido à pandemia do novo
coronavírus. Nem por isso o céu deixará de ser iluminado pela queima de fogos.
Cristo Redentor, Aterro do Flamengo e as praias da Barra e de Botafogo vão ser
transformados em pontos de evento, com shows e queima de fogos a fim de evitar
aglomerações. A confirmação foi feita pela prefeitura do Rio no início da tarde
desta quarta-feira.
O prefeito Marcelo
Crivella afirma que a comemoração deve evitar lotação dos transportes e alta
concentração de pessoas na região das praias. O prefeito não mencionou o bairro
de Copacabana, mas o formato da celebração em toda a cidade ainda está sendo
estudado pela Riotur. Crivella afirma que será comunicado pelo órgão. No ano
passado, Copacabana atraiu cerca de 3 milhões de pessoas em sua tradicional
festa de réveillon, um cartão-postal do Brasil no exterior.
— Esses estudos estão
sendo feitos pela Riotur, pelo setor de hotéis e de turismo. Quero agradecer
também ao (empresário) Roberto Medina, que tem dado contribuições muito
grandes. Todos estão sendo ouvidos. Eu fico a par, acompanhando de perto os
assuntos. Para a gente evitar uma grande aglomeração num local apenas, vamos
dividi esse evento em vários pontos da cidade exatamente pra evitar
aglomerações nos transportes e também facilitar a segurança e a vigilância. Eu
espero que dê tudo certo — afirmou Crivella após solenidade em homenagem às
vítimas de explosão em Beirute, capital do Líbano.
A ocasião não será só
de festa. Apesar de haver mais shows espalhados, as vítimas da Covid-19 serão
lembradas em um momento de silêncio, em respeito a seus familiares. Os médicos,
que estão na linha de frente, também serão homenageados.
— A ideia é prestar uma
grande homenagem a seus familiares, fazer um momento de silêncio. E evitar
qualquer tipo de contágio em massa, fazer diversas solenidades, diversos shows,
diversas atividades em pontos espalhados da cidade. Cristo Redentor, Praia de
Botafogo, Praia da Barra da Tijuca, Aterro do Flamengo, Ilha do Governador.
Enfim, espalhar nossos eventos todos para que a gente possa ter os 2 milhões de
pessoas, mas em locais mais separados, evitando grandes aglomerações nos
transportes e também na região da praia.
De acordo com a
prefeitura, a proposta de transmitir os eventos pela internet está mantida. O
município afirma estar em contato com a Riotur e o setor hoteleiro para ajustar
os detalhes, a serem aprovados pelo comitê científico que tem acompanhado o
cenário de pandemia no Rio.
Na tarde desta
terça-feira, o estado do Rio registrou 111 mortes e 847 novos casos do novo
coronavírus nas últimas 24 horas. Agora, o território fluminense soma 13.715
mortes e 168.911 casos de Covid-19 desde o início da pandemia, em março. A
capital soma 8.419 óbitos neste período.
Novo formato no novo
normal.
Em 26 de julho, a
Riotur afirmou estudar novos formatos da festa de réveillon, tendo em mente a
proposta de ano novo "mais virtual e descentralizado". Na ocasião, a
pasta manifestou a vontade de pulverizar as atividades, levando-as também para
as zonas Norte e Oeste do Rio. A sugestão foi endossada pela Associação de
Hotéis, que mostrou preocupação caso a festa fosse cancelada — o que atingiria
em cheio o setor de turismo, que já vem sofrendo com a pandemia.
A prefeitura do Rio afirmou querer a opinião dos cariocas, por meio de uma consulta, sobre a festa. O empresário Roberto Medina, criador do Rock in Rio, se adiantou e fez sua sugestão: uma celebração sem aglomeração na Avenida Atlântica, onde as pessoas nas janelas formariam um coral à meia-noite, como adiantou o colunista Ancelmo Gois. A orla então seria fechada para moradores da via e para turistas hospedados em hotéis da cidade, com a festa transmitida on-line. Crivella agradeceu a participação de Medina em pensar um outro formato, mas não passou detalhes do que foi aproveitado das intervenções.
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