FONTE:, em São Paulo, https://www.uol.com.br/
Um estudo conduzido por
pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, mostrou que a
falta de mulheres em testes de dosagem de drogas provoca supermedicação no
público feminino. Publicado no periódico Biology of Sex Differences, o
trabalho científico constatou que essa diferença de gênero deixa as mulheres
com reações adversas a medicamentos quase duas vezes mais do que os homens.
Os pesquisadores
analisaram artigos e identificaram uma diferença entre os gêneros na dosagem de
86 medicamentos aprovados pelo FDA —órgão que regula medicamento nos Estados
Unidos — incluindo antidepressivos, remédios cardiovasculares e analgésicos,
entre outros.
Nos estudos avaliados,
os cientistas puderam ver que as mulheres receberam a mesma dose da droga que
os homens, mas tinham concentrações mais altas no sangue e demoravam mais para
eliminar a substância do organismo.
Em 90% dos casos
analisados, o público feminino apresentou efeitos colaterais piores, como
náuseas, dores
de cabeça, depressão,
déficits cognitivos, entre outros.
Um dos autores do
estudo, Irving Zucker, ressalta que por décadas as mulheres foram excluídas de
ensaios clínicos. "A negligência com as mulheres é generalizada, mesmo em
estudos com células e animais, no qual pacientes eram predominantemente
homens", diz.
Um exemplo de droga que
permanece mais tempo no organismo das mulheres é o medicamento Zolpidem,
comercializado como Ambien, causando sonolência e prejuízo cognitivo. Por essa
razão, o FDA reduziu pela metade a dose recomendada prescrita em mulheres.
Por causa dessas
mudanças, em 2016, o National Institute of Health determinou que
cientistas fossem obrigados a recrutarem participantes do sexo masculino e
feminino em suas pesquisas e protocolos.
O pesquisador defende
ainda uma pesquisa mais ampla na indústria farmacêutica e na medicina em
relação a diferenças de gênero, áreas em que as mulheres sempre ficam em
desvantagem no consumo de medicamentos prescritos.
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