FONTE: https://www.ibahia.com/
O diagnóstico é confirmado através do exame de
endoscopia digestivo.
A gastrite nervosa, também conhecida
como dispepsia funcional, é uma doença do estômago que, apesar de não causar
inflamação como a gastrite clássica, provoca sintomas como azia, queimação e
sensação de estômago cheio. E surgem devido a tensões emocionais, como
estresse, ansiedade e nervosismo. Este tipo de gastrite pode ser tratada com
mudanças na alimentação e com o uso de medicamentos com efeito antiácido e
calmante da mucosa.
Entretanto, cuidar do controle emocional é parte essencial do tratamento
conforme orienta o médico especialista Rodrigo José Felipe, membro titular da
Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva e membro da Câmara Técnica de
Gastroenterologia e Endoscopia do Conselho Regional de Medicina da Bahia.
“Embora os sintomas da gastrite nervosa possam surgir a qualquer
momento, costumam se intensificar em períodos de tensão emocional”. De acordo
com o médico, alguns desses sintomas também podem estar presentes em outros
tipos de gastrite e confundir o diagnóstico da doença.
Fatores de risco.
A gastrite é uma inflamação aguda ou crônica da mucosa que reveste as
paredes internas do estômago e provoca dor intensa, azia e queimação, além de
perda do apetite, sensação de empachamento, náuseas e vômitos.
De
acordo com Dr. Rodrigo, tanto a bactéria H.pylori, quanto anti-inflamatórios
não hormonais são graves fatores de risco. “A H.pylori é considerada a
principal causa de gastrite crônica ativa, e os anti-inflamatórios não
hormonais também aumentam as chances de lesões, uma vez que tendem a impactar
negativamente em substâncias produzidas pelo próprio órgão atingindo a parece
do estômago e causando lesões que podem até virar úlceras”, explica ele.
Tabagismo – Estudos
sugerem que fumar aumenta o risco de infecção por H.pylori, retarda a
cicatrização de úlceras pépticas (feridas na parede interna do estômago ou
duodeno), e aumenta a probabilidade da úlcera péptica recidivar, além de
aumentar a produção de outras substâncias que podem prejudicar o revestimento
do estômago, como a pepsina, uma enzima que digere as proteínas. De acordo com
o médico, o tabagismo também interfere em fatores que protegem ou cicatrizam a
parede do estômago, como a diminuição de fluxo sanguíneo; secreção de muco
(líquido viscoso que protege a parede contra o ácido); e produção de
bicarbonato de sódio (substância salina que neutraliza o ácido) pelo pâncreas.
Bebida alcoólica - O uso crônico de bebida alcoólica lesiona a parede
do estômago, fragilizando a camada protetora do órgão. “Dessa forma, o estômago
fica mais vulnerável e irritado, o que leva à gastrite”, explica o
especialista.
Diagnóstico e tratamento.
O
diagnóstico é confirmado através do exame de endoscopia digestiva e, no caso de
confirmação, é indicado o tratamento, feito, inicialmente, com uso de
antibióticos por 14 dias. Após 45 dias se repete o exame e, se for necessário,
se inicia um novo tratamento com antibióticos diferentes.
Prevenção.
Dr.
Rodrigo destaca que é importante adotar um estilo de vida saudável com prática
regular de atividade física, e evitar alimentos gordurosos e enlatados, abuso
de bebida alcoólica, e o tabagismo. “Mudanças no estilo de vida não apenas
evitam a gastrite, mas outras doenças do sistema digestório. Também é
importante evitar o sobrepeso e tratar a obesidade”, orienta.
Saiba mais sobre outros tipos de gastrite.
Aguda por estresse - é uma forma erosiva que pode ser causada,
inclusive, por lesões fora do estômago, como queimaduras extensas na pele,
lesões cranianas e lesões que provocam hemorragias importantes. “Não se conhece
bem a razão pela qual uma doença grave pode causar gastrite, mas acredita-se
que pode estar relacionado à redução do fluxo sanguíneo que irriga o estômago,
assim como o aumento da quantidade de ácido no estômago, e com a deterioração
da capacidade de proteção e renovação do revestimento gástrico”, explica o
especialista.
Por radiação - pode ocorrer se for administrada radioterapia à região
inferior esquerda do tórax, ou à região superior do abdômen, que pode causar
irritação ao revestimento do estômago.
Pós-gastrectomia - manifesta-se em pessoas submetidas à cirurgia de
extração de parte do estômago (gastrectomia parcial). A inflamação geralmente
ocorre no local onde o tecido foi suturado.
Atrófica
- faz com que o revestimento gástrico se torne muito fino (atrófico) e perca
parcial, ou totalmente, suas células produtoras de ácido e enzimas. Esse quadro
clínico pode ocorrer quando anticorpos atacam o revestimento gástrico, chamado
gastrite atrófica metaplásica autoimune. “A gastrite atrófica também pode
ocorrer em pessoas com infecção crônica causada pela bactéria H. pylori, e
pessoas submetidas a uma gastrectomia parcial”, revela o especialista.
Eosinofílica - pode se originar de uma reação alérgica provocada por uma
infestação por lombrigas, mas normalmente a causa é desconhecida.
A doença de Ménétrier - é um raro distúrbio cuja causa é desconhecida, e
consiste em um tipo de gastrite caracterizada pelo desenvolvimento de pregas
grandes e espessas e cistos com conteúdo líquido na parede do estômago. “Essa
doença pode ser decorrente de uma resposta imunológica anormal, embora também
tenha sido associada à infecção por H.pylori”, explica o especialista.
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