sexta-feira, 21 de agosto de 2009

NÃO MUDO DE OPINIÃO...

FONTE: Janio Lopo (TRIBUNA DA BAHIA).

O prefeito João Henrique e o ministro Geddel Vieira Lima classificam de fofoca, futricas e de outros adjetivos toda a celeuma envolvendo a ida do alcaíde de Salvador ao encontro do governador Jaques Wagner, na última segunda-feira, quando ambos (JH e JW) teriam tratado exclusivamente de questões administrativas. O prefeito chegou até a emitir nota falando que sua relação com Geddel “é pautada pela transparência, lealdade e intransigente interesses” da cidade. Geddel, por sua vez, preferiu não dá maior atenção ao ocorrido. E o que disse Wagner? O governador ficou na dele. Talvez rindo por dentro, talvez, quem sabe, dando de ombros, mas certamente, sentindo-se fortalecido por conta das inconfidências trocadas amigável e amavelmente com João Henrique.
Sei não: podem me prender, podem me bater, podem até deixar-me sem comer, mas eu não mudo de opinião: a reunião entre o prefeito e o governador foi essencialmente política. Óbvio. Houve pinceladas administrativas – mais do que natural. Assim como os demais comentaristas políticos da terrinha também chegaram aos meus ouvidos mil e uma informações sobre os supostos segredos trocados entre o homem público número um do Estado e o homem público número um do município. Jamais, nem sob tortura, eu exporia minhas fontes palacianas – digo palacianas porque elas estão diretamente ligadas a Ondina e ao Thomé de Souza. Nos tempos de maiores tormentas ambos evitavam inclusive caminhar pelo mesmo passeio. E de repente, mais do que de repente, se transformaram em irmãos siameses. Concordo num ponto: não há nada de anormal numa audiência entre o governador e o prefeito da capital, independentemente da importância econômica e populacional da cidade e do Estado.
Aliás, proponho que essas discussões se deem de forma mais sistemática. Só teremos a ganhar. O único porém de toda essa história é que, em sendo uma visita oficial, nada impediria que ela (a visita) estivesse transparentemente cravada na agenda de João e de Wagner. O que surpreendeu a imprensa e aos bisbilhoteiros de plantão foi o caráter sigiloso, misterioso, imprevisível e até inimaginável da súbita reunião. Alguém foi se queixar a alguém e esse alguém não foi Wagner. Os 40 minutos que, dizem, eles estiveram sozinhos infelizmente não foram registrados sequer por uma mosca.
O prefeito poderia estar se rebelando contra os métodos objetivos, francos e diretos do ministro Geddel Vieira Lima (os motivos cabe a ele, JH, explicar). Aliás, não foram poucas as vezes que, publicamente, na sua característica humildade, João reconheceu o trabalho de Geddel em favor de Salvador e as juras que fez de exorcizar o capeta existente nas almas petistas. Deixemos que Geddel e o prefeito se entendam. Acho que eles já se entendem o suficiente para saberem o que querem, inclusive qual o destino a tomar. No mais, para fechar esse artigo, digo apenas que esta é uma briga de branco, o que não nos impede de vasculhar o que anda acontecendo debaixo dos cobertores peemedebistas.
Gostaria também, e muito, saber o que as cortinas atrás das quais estiveram Wagner e João têm a revelar sobre os trechos mais picantes do bate-papo entre os dois. Nada como um dia atrás do outro. Ah, ia esquecendo: a propósito, aposto o celular que nem é meu como o prefeito e o governador não tocaram uma palavra, uma palavrinha sequer, sobre a chuva que não tem transtornado a vida de Salvador, embora ultimamente ela desabroche das nuvens, dando-nos a suave sensação de que dias ensolarados ainda virão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário