FONTE: Janio Lopo (TRIBUNA DA BAHIA).
O “nebulso caso Ilha do Urubu”, como pertinentemente detalhou ontem a Tribuna da Bahia, em matéria assinada pelo repórter Evandro Matos, pode ser transformado numa cachoeira de transparência caso os principais personagens envolvidos no episódio se disponham a comparecer a uma Comissão Parlamentar de Inquérito específica sobre o tema. A CPI seria aberta pela Assembleia Legislativa a pedido da bancada da situação (PT e seus correligionários) já que a questão surgiu na época do governador Paulo Souto (Democratas). Seriam ouvidos os posseiros, beneficiados com a doação das terras por iniciativa de Souto, os empresários que a adquiriram dos seus supostos donos e os atuais proprietários do pedaço, que teriam pago uma merreca pela área. Os advogados de todos os lados também prestariam depoimentos. Bem, já levantei a bola. Agora, vamos aguardar que os deputados estaduais façam o gol. A CPI se comprometeria a atuar sem colocar obstáculos ao acompanhamento da imprensa. Nada de sessões privadas para encobrir a responsabilidade de fulano ou sicrano.
Para o leitor que ainda está tateando a respeito desse comentário, tentaria pintar o quadro mais reduzido possível sobre o “nebuloso caso Ilha do Urubu”. Em síntese, tratou-se de um patrimônio público baiano que foi parar nas mãos de investidores no fim do governo passado. Tem até especulador belga na jogada. Como se vê, nessa ilha há de tudo, menos carniça. Seu valor atual está calculado em R$ 50 milhões. Uma verdadeira mina de ouro próxima a Trancoso, em Porto Seguro. Há uma ação popular na Justiça do Estado em nome de Rubens Luís Freiberger que contesta o ato de Paulo Souto, sob a justificativa de ilegalidades. O ex-governador desmente categoricamente a existência de qualquer irregularidade no processo conduzido pela Coordenação de Reforma Agrária (CDA) do Estado, e que teve o seu aval. Souto, inclusive, promete acionar judicialmente o advogado José César Oliveira, que anda falando horrores sobre a transação. Oliveira representa Freiberger, o autor da ação popular.
Se partirmos do princípio segundo o qual não há mistério que não seja desvendado, logo chegaremos a uma única conclusão: estamos diante de uma situação que tem, sim, um viés político e pode, perfeitamente, ser tratada também sob esse ângulo. Deixemos que o Judiciário faça a sua parte, mas está na hora de pressionarmos a Assembleia Legislativa para a instalação de uma CPI. Não importa a autoria do pedido de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito mas, por razão de coerência, caberia ao PT sair na frente. Os deputados democratas ou coligados a Souto poderiam tomar atitude idêntica, demonstrando assim não temerem a verdade. Aliás, o ex-governador está tranquilo quanto à lisura do seu procedimento. Não tem por que tremer ante a uma investigação dos fatos mesmo sob o ponto de vista político. Para encerrar, digo apenas que se nenhuma providência for tomada pelos nobres parlamentares na AL é sinal de que ninguém está querendo mexer com fogo. É estranho que a bancada situacionista tenha, aparentemente, um banquete à sua frente mas a falta de apetite é tamanha que nenhum deles se atreve a meter a mão num naco de salmão ou de lagosta. Não houve um pronunciamento sequer sobre a Ilha do Urubu e nem simples requerimentos solicitando às partes citadas no processo explicações sobre o que, efetivamente, ocorreu e está ocorrendo. De qualquer modo soa estranho, como bem ponderou Souto, que as denúncias surjam agora a praticamente um ano das eleições.
O “nebulso caso Ilha do Urubu”, como pertinentemente detalhou ontem a Tribuna da Bahia, em matéria assinada pelo repórter Evandro Matos, pode ser transformado numa cachoeira de transparência caso os principais personagens envolvidos no episódio se disponham a comparecer a uma Comissão Parlamentar de Inquérito específica sobre o tema. A CPI seria aberta pela Assembleia Legislativa a pedido da bancada da situação (PT e seus correligionários) já que a questão surgiu na época do governador Paulo Souto (Democratas). Seriam ouvidos os posseiros, beneficiados com a doação das terras por iniciativa de Souto, os empresários que a adquiriram dos seus supostos donos e os atuais proprietários do pedaço, que teriam pago uma merreca pela área. Os advogados de todos os lados também prestariam depoimentos. Bem, já levantei a bola. Agora, vamos aguardar que os deputados estaduais façam o gol. A CPI se comprometeria a atuar sem colocar obstáculos ao acompanhamento da imprensa. Nada de sessões privadas para encobrir a responsabilidade de fulano ou sicrano.
Para o leitor que ainda está tateando a respeito desse comentário, tentaria pintar o quadro mais reduzido possível sobre o “nebuloso caso Ilha do Urubu”. Em síntese, tratou-se de um patrimônio público baiano que foi parar nas mãos de investidores no fim do governo passado. Tem até especulador belga na jogada. Como se vê, nessa ilha há de tudo, menos carniça. Seu valor atual está calculado em R$ 50 milhões. Uma verdadeira mina de ouro próxima a Trancoso, em Porto Seguro. Há uma ação popular na Justiça do Estado em nome de Rubens Luís Freiberger que contesta o ato de Paulo Souto, sob a justificativa de ilegalidades. O ex-governador desmente categoricamente a existência de qualquer irregularidade no processo conduzido pela Coordenação de Reforma Agrária (CDA) do Estado, e que teve o seu aval. Souto, inclusive, promete acionar judicialmente o advogado José César Oliveira, que anda falando horrores sobre a transação. Oliveira representa Freiberger, o autor da ação popular.
Se partirmos do princípio segundo o qual não há mistério que não seja desvendado, logo chegaremos a uma única conclusão: estamos diante de uma situação que tem, sim, um viés político e pode, perfeitamente, ser tratada também sob esse ângulo. Deixemos que o Judiciário faça a sua parte, mas está na hora de pressionarmos a Assembleia Legislativa para a instalação de uma CPI. Não importa a autoria do pedido de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito mas, por razão de coerência, caberia ao PT sair na frente. Os deputados democratas ou coligados a Souto poderiam tomar atitude idêntica, demonstrando assim não temerem a verdade. Aliás, o ex-governador está tranquilo quanto à lisura do seu procedimento. Não tem por que tremer ante a uma investigação dos fatos mesmo sob o ponto de vista político. Para encerrar, digo apenas que se nenhuma providência for tomada pelos nobres parlamentares na AL é sinal de que ninguém está querendo mexer com fogo. É estranho que a bancada situacionista tenha, aparentemente, um banquete à sua frente mas a falta de apetite é tamanha que nenhum deles se atreve a meter a mão num naco de salmão ou de lagosta. Não houve um pronunciamento sequer sobre a Ilha do Urubu e nem simples requerimentos solicitando às partes citadas no processo explicações sobre o que, efetivamente, ocorreu e está ocorrendo. De qualquer modo soa estranho, como bem ponderou Souto, que as denúncias surjam agora a praticamente um ano das eleições.
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