quarta-feira, 2 de setembro de 2009

OS MOVIMENTOS DO PT E DO PMDB...

FONTE: Janio Lopo (TRIBUNA DA BAHIA).

Interlocutores do governo baiano avaliam que este é um momento de fragilidade política do ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) e estariam recomendando a Jaques Wagner a ampliar suas intervenções no Estado no sentido de isolar o ex-aliado. A ideia seria atrair prefeitos peemedebistas esvaziando ainda mais o comando do partido. Em tese essa é uma estratégia válida na medida em que está em jogo a eleição majoritária de 2010. Na prática, porém, ela só vai funcionar se Wagner tiver o que oferecer em troca pelo apoio à sua reeleição. Os prefeitos sabem de suas potencialidades e não vão simplesmente trocar de lado se não houver um bom motivo. O que eles querem são recursos e investimentos para suas cidades, matérias-primas importantíssimas, mas em falta no Palácio de Ondina.
Wagner sabe que não vai conquistar novos companheiros apenas e tão somente por conta dos seus olhos azuis. Governistas admitem ser esta uma realidade, porém contam com o suposto auxílio do presidente Lula, providencial numa instante como o atual. Wagner busca puxar o tapete de Geddel, mas com os cuidados necessários para que uma questão doméstica não tome proporções imensuráveis e venha atingir em cheia a candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à Presidência da República. Geddel tem poder de fogo junto ao PMDB nacional e pode, se quiser, usar de sua influência na legenda para frear os planos de Lula. Aparentemente o ministro não deverá mover uma palha no sentido de trazer transtornos para o presidente até porque sua pretensão é de, na Bahia, Dilma contar com os palanques do governador e o do próprio Geddel. Wagner abomina essa hipótese, mas terá de conviver com ela. Natural que Dilma e Lula desejem não apenas dois, mas dez palanques num mesmo Estado. Recusar apoios numa hora como esta é jogar votos fora.
Por outro lado, o ministro da Integração não deve assistir passivamente a movimentação de seu rival para o governo da Bahia. Daí ter ampliado os encontros regionais do PMDB e sua peregrinação pelos 417 municípios do Estado. O curioso é que, sem mover uma palha, Wagner impingiu algumas derrotas a Geddel, embora não conseguindo levá-lo a nocaute. Verdade ou não, só o tempo vai dizer se é verdadeira a informação de bastidor segundo a qual o governador estaria atazanando a cabeça de Lula para que o presidente despache seu ministro o mais rápido possível. O “galego” não vê a hora de ter uma aporrinhação a menos.
Fontes próximas a ele asseguram que Lula deve tratar Geddel em banho-maria, já que está convencido de que Wagner se sente por cima da cocada preta e já teria descartado qualquer possibilidade de uma recomposição com o ministro. Geddel tem dado sinais de que ainda é muito cedo para definições. Falta mais de um ano para a eleição e o tempo, senhor da razão, pode fazer chover incessantemente no deserto ou, quem sabe, fazer secar parte do oceano. Por isso não se precipita e nem deixa levar por elucubrações. Prefere o deixa a vida me levar, vida leva eu, ao o que será que será que andam suspirando pelas alcovas, que andam combinando no breu das tocas...

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