FONTE: Janio Lopo (TRIBUNA DA BAHIA).
Se eu dissesse que é pura veadagem ou vadiagem logo me chamariam de preconceituoso e discricionário. Poderia também afirmar tratar-se de vagabundagem ou de uma sacanagem imensurável. No entanto não me permito recorrer a baixarias. Temo perder os poucos leitores e, talvez, o próprio emprego. Agora, tem um senão: a troca de “delicadezas” entre o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) e o governador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), deve entrar para a história dos casos pitorescos da política brasileira. Ou os dois não têm absolutamente nada o que fazer ou têm disfunções sexuais terríveis ou não honram o cargo que ocupam ou estão, efetivamente, apaixonados. Das hipóteses mencionadas prefiro ficar com a última. Só faço um reparo: como nós, cidadãos, não têm nada a ver com o namoro alheio, é recomendável que ambos se debrucem sobre as questões amorosas em ambiente fechado. Se preferirem o faça na penumbra da alcova ou no raio que os partam.
O abominável é que um ministro e um governador de um Estado cheguem a um nível tão baixo usando expressões chulas e depois venham queixarem-se se por ventura o tacharem nas ruas de moleques ou algo semelhante. Minc chamou Puccinelli de homossexual enrustido, depois que o primeiro o considerou um veado e fumador de maconha, acrescentando que o estupraria em praça pública se ele voltasse ao Mato Grosso do Sul para participar de eventos ambientais. Veja leitor, as palavras de Minc: “Ele deve fazer uma análise mais profunda da declaração dele sobre o estupro em praça pública e examinar e tratar com mais carinho o homossexualismo que existe dentro dele próprio e talvez aceitar isso com mais razoabilidade. O Freud explica que muitas pessoas que têm o homossexualismo enrustido tentam matar o homossexual que há dentro dele próprio”, disse o ministro, descartando pretender processar Puccinelli pelas agressões. “O governador é uma pessoa desequilibrada. Aliás, tem de um lado o desequilíbrio ambiental que ele provocaria se a gente deixasse destruir o Pantanal com cana-de-açúcar, e um desequilíbrio patológico também”, ressaltou o ministro. “Estou acostumado a embate político com ruralistas, com governadores, mas em cima de ideias. Uma agressão como essa é difícil até imaginar como uma pessoa dessa pretende exercer o governo do Estado”, concluiu.
Parece até que um foi feito para o outro. Não importa o que mais digam ou venham a reclamar. Perderam o respeito da opinião pública e não devem protestar contra essa realidade. Ainda bem que o bom humor do brasileiro não tem limites. Em qualquer país fundamentalista eles seriam condenados à forca ou à fogueira. Quem sabe receberiam um tiro bem no meio da testa. Mas aqui prevalece a esculhambação. E o exemplo vem de cima. Infelizmente. São eles os mesmos que depois, sem qualquer motivo, responsabilizarão a imprensa pelas consequências de seus atos e falas ridículos. São eles também que acabam impedindo o debate sério sobre temas relevantes como a descriminalização da maconha e liberdade sexual, já que usam o deboche e a ironia como armas de defesa pessoal. Minc e Puccinelli deveriam, pois, ter mais vergonha na cara e assumir a condição de homens públicos comprometidas com causas que dizem respeito a toda a sociedade.
Se preferirem a frescurinha, a picuinha, os puxões de cabelo e a troca de tapas histérica devem, ao menos, entregar seus cargos para que sejam preenchidos por políticos (ou não) que não extrapolem aos assuntos relacionados à sua pasta. Minc, que já protagonizou outras cenas hilárias, está desgastado profissional e politicamente. As palavras que vomitar daqui para frente vão soar hipócritas ou histéricas. Quanto ao governador mato-grossense do sul... Bem, ainda lhe resta praticamente mais um ano de mandato. Deixemos que os eleitores, democraticamente, decidam o seu rumo.
Se eu dissesse que é pura veadagem ou vadiagem logo me chamariam de preconceituoso e discricionário. Poderia também afirmar tratar-se de vagabundagem ou de uma sacanagem imensurável. No entanto não me permito recorrer a baixarias. Temo perder os poucos leitores e, talvez, o próprio emprego. Agora, tem um senão: a troca de “delicadezas” entre o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) e o governador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), deve entrar para a história dos casos pitorescos da política brasileira. Ou os dois não têm absolutamente nada o que fazer ou têm disfunções sexuais terríveis ou não honram o cargo que ocupam ou estão, efetivamente, apaixonados. Das hipóteses mencionadas prefiro ficar com a última. Só faço um reparo: como nós, cidadãos, não têm nada a ver com o namoro alheio, é recomendável que ambos se debrucem sobre as questões amorosas em ambiente fechado. Se preferirem o faça na penumbra da alcova ou no raio que os partam.
O abominável é que um ministro e um governador de um Estado cheguem a um nível tão baixo usando expressões chulas e depois venham queixarem-se se por ventura o tacharem nas ruas de moleques ou algo semelhante. Minc chamou Puccinelli de homossexual enrustido, depois que o primeiro o considerou um veado e fumador de maconha, acrescentando que o estupraria em praça pública se ele voltasse ao Mato Grosso do Sul para participar de eventos ambientais. Veja leitor, as palavras de Minc: “Ele deve fazer uma análise mais profunda da declaração dele sobre o estupro em praça pública e examinar e tratar com mais carinho o homossexualismo que existe dentro dele próprio e talvez aceitar isso com mais razoabilidade. O Freud explica que muitas pessoas que têm o homossexualismo enrustido tentam matar o homossexual que há dentro dele próprio”, disse o ministro, descartando pretender processar Puccinelli pelas agressões. “O governador é uma pessoa desequilibrada. Aliás, tem de um lado o desequilíbrio ambiental que ele provocaria se a gente deixasse destruir o Pantanal com cana-de-açúcar, e um desequilíbrio patológico também”, ressaltou o ministro. “Estou acostumado a embate político com ruralistas, com governadores, mas em cima de ideias. Uma agressão como essa é difícil até imaginar como uma pessoa dessa pretende exercer o governo do Estado”, concluiu.
Parece até que um foi feito para o outro. Não importa o que mais digam ou venham a reclamar. Perderam o respeito da opinião pública e não devem protestar contra essa realidade. Ainda bem que o bom humor do brasileiro não tem limites. Em qualquer país fundamentalista eles seriam condenados à forca ou à fogueira. Quem sabe receberiam um tiro bem no meio da testa. Mas aqui prevalece a esculhambação. E o exemplo vem de cima. Infelizmente. São eles os mesmos que depois, sem qualquer motivo, responsabilizarão a imprensa pelas consequências de seus atos e falas ridículos. São eles também que acabam impedindo o debate sério sobre temas relevantes como a descriminalização da maconha e liberdade sexual, já que usam o deboche e a ironia como armas de defesa pessoal. Minc e Puccinelli deveriam, pois, ter mais vergonha na cara e assumir a condição de homens públicos comprometidas com causas que dizem respeito a toda a sociedade.
Se preferirem a frescurinha, a picuinha, os puxões de cabelo e a troca de tapas histérica devem, ao menos, entregar seus cargos para que sejam preenchidos por políticos (ou não) que não extrapolem aos assuntos relacionados à sua pasta. Minc, que já protagonizou outras cenas hilárias, está desgastado profissional e politicamente. As palavras que vomitar daqui para frente vão soar hipócritas ou histéricas. Quanto ao governador mato-grossense do sul... Bem, ainda lhe resta praticamente mais um ano de mandato. Deixemos que os eleitores, democraticamente, decidam o seu rumo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário