FONTE: Jolivaldo Freitas (TRIBUNA DA BAHIA).
Li outro dia, acho que foi numa revista de circulação nacional, que os casos de dengue tinham crescido na Bahia exatos 291 por cento em relação ao ano de 2008. Lá estava também que os casos de meningite cresceram 50 por cento se correlacionando ao ano que passou. E tem muito mais doenças acabando com o baiano em todos os rincões, sem falar naquelas amenas como lombrigas, bicho de porco, doença de Chagas, terçol e unha encravada, coisa de que ninguém está seguro, para não falar na espinhela caída, de difícil cura, pois não temos mais tantas benzedeiras – assim como sumiram as parteiras e mães-de-leite – como antigamente.
Pelo andar da carruagem a Bahia está caminhando para a Idade Média em termos de controle de pandemias ou até mesmo de simples impinges. Doenças que já não ouvíamos falar estão de volta. E ainda nos aparece este treco da gripe suína, que os doutos classificam com o soberbo nome de Gripe Infuenza H1N1. Nome pomposo para uma gripe que mata igual às outras, com queimação, catarro e costipio.
São tantas as pragas que até parece que estamos em Londres nos anos 1575, quando a praga, a peste negra dizimou um quinto dos seus habitantes (Deus nos livre, toc, toc, toc, mangalô três vezes). Interessante é que tudo se repete. Na Europa ocorreram quatro graves epidemias de gripe (já esqueci da Bahia) no século XVII; dez no século XVIII; seis no século XIX e uma pandemia em 1918 que matou sem parar. Espalhou-se e matou 25 milhões de pessoas em todo o mundo. Para a Europa foi bom, pois resolveu o problema da superpopulação, me desculpe aí o cinismo.
Interessante é que os médicos da época garantiam que a terrível gripe, quando acabou a mortandade, tinha voltado para os porcos, mas que um dia poderia voltar de forma alarmante. E não é que os doutores tinham razão. O vírus saiu do chiqueiro e hoje domina o mundo todo, sem respeitar nem autoridade. O presidente da Colômbia está com gripe suína.
O interessante na nossa realidade (volto a falar da Bahia) é que velhas doenças estão de volta. Até a tuberculose que matou os poetas Olavo Bilac e Cruz e Souza, e era considerada justamente uma doença de poetas, aparece sem quê nem para quê. Como se morre de tísica em pleno século 21 é que não se pode entender. Encontrei um pescador no Porto da Barra tossindo sangue. Disse que foi ao centro de saúde e examinado de longe pela médica que passou uns remédios que não deu para comprar por falta de dinheiro. Está se cuidando com gemada e xarope de juazeiro comprado na Feira de São Joaquim. Tem tomado mastruz com leite. Está doente, mas continua a mergulhar atrás de lagosta. Mandei que procurasse a Fundação José Silveira. Dei endereço e tudo. Disse que depois iria. Tenho certeza que não foi.
Não que eu seja paranóico ou hipocondríaco como dizem as más-línguas, só porque passo na porta da farmácia e pergunto se tem alguma novidade; mas ando cheio de receio com tantas doenças que assolam a Bahia. Deixei de ir para o São João em Porto Seguro. Para um torneio de tênis em Ilhéus e ando correndo de lugares cheios, como cinema, por exemplo. Outro dia sonhei com uma cena de filme antigo, ambientado no período da peste negra (chamada negra porque o cara morria e ficava preto esturricado) em que um carroceiro passava por minha porta, com o burro puxando um monte de corpos e gritava:
- Tragam seus mortos!
Me arrepiei todo e corri para tomar Yakult, vitamina C, chá de boldo, cidreira, quebra-pedra, polivitaminas, chupei limão, bati no liquidificador uma vitamina de banana, mamão, abacate, aveia, linhaça, leite, mel e farinha láctea e tomei. Se bem não fizer, mal não fará. Vou parar por aqui, pois estou achando que vou ficar com febre. Atchim! Vou fazer um escalda-pés.
Li outro dia, acho que foi numa revista de circulação nacional, que os casos de dengue tinham crescido na Bahia exatos 291 por cento em relação ao ano de 2008. Lá estava também que os casos de meningite cresceram 50 por cento se correlacionando ao ano que passou. E tem muito mais doenças acabando com o baiano em todos os rincões, sem falar naquelas amenas como lombrigas, bicho de porco, doença de Chagas, terçol e unha encravada, coisa de que ninguém está seguro, para não falar na espinhela caída, de difícil cura, pois não temos mais tantas benzedeiras – assim como sumiram as parteiras e mães-de-leite – como antigamente.
Pelo andar da carruagem a Bahia está caminhando para a Idade Média em termos de controle de pandemias ou até mesmo de simples impinges. Doenças que já não ouvíamos falar estão de volta. E ainda nos aparece este treco da gripe suína, que os doutos classificam com o soberbo nome de Gripe Infuenza H1N1. Nome pomposo para uma gripe que mata igual às outras, com queimação, catarro e costipio.
São tantas as pragas que até parece que estamos em Londres nos anos 1575, quando a praga, a peste negra dizimou um quinto dos seus habitantes (Deus nos livre, toc, toc, toc, mangalô três vezes). Interessante é que tudo se repete. Na Europa ocorreram quatro graves epidemias de gripe (já esqueci da Bahia) no século XVII; dez no século XVIII; seis no século XIX e uma pandemia em 1918 que matou sem parar. Espalhou-se e matou 25 milhões de pessoas em todo o mundo. Para a Europa foi bom, pois resolveu o problema da superpopulação, me desculpe aí o cinismo.
Interessante é que os médicos da época garantiam que a terrível gripe, quando acabou a mortandade, tinha voltado para os porcos, mas que um dia poderia voltar de forma alarmante. E não é que os doutores tinham razão. O vírus saiu do chiqueiro e hoje domina o mundo todo, sem respeitar nem autoridade. O presidente da Colômbia está com gripe suína.
O interessante na nossa realidade (volto a falar da Bahia) é que velhas doenças estão de volta. Até a tuberculose que matou os poetas Olavo Bilac e Cruz e Souza, e era considerada justamente uma doença de poetas, aparece sem quê nem para quê. Como se morre de tísica em pleno século 21 é que não se pode entender. Encontrei um pescador no Porto da Barra tossindo sangue. Disse que foi ao centro de saúde e examinado de longe pela médica que passou uns remédios que não deu para comprar por falta de dinheiro. Está se cuidando com gemada e xarope de juazeiro comprado na Feira de São Joaquim. Tem tomado mastruz com leite. Está doente, mas continua a mergulhar atrás de lagosta. Mandei que procurasse a Fundação José Silveira. Dei endereço e tudo. Disse que depois iria. Tenho certeza que não foi.
Não que eu seja paranóico ou hipocondríaco como dizem as más-línguas, só porque passo na porta da farmácia e pergunto se tem alguma novidade; mas ando cheio de receio com tantas doenças que assolam a Bahia. Deixei de ir para o São João em Porto Seguro. Para um torneio de tênis em Ilhéus e ando correndo de lugares cheios, como cinema, por exemplo. Outro dia sonhei com uma cena de filme antigo, ambientado no período da peste negra (chamada negra porque o cara morria e ficava preto esturricado) em que um carroceiro passava por minha porta, com o burro puxando um monte de corpos e gritava:
- Tragam seus mortos!
Me arrepiei todo e corri para tomar Yakult, vitamina C, chá de boldo, cidreira, quebra-pedra, polivitaminas, chupei limão, bati no liquidificador uma vitamina de banana, mamão, abacate, aveia, linhaça, leite, mel e farinha láctea e tomei. Se bem não fizer, mal não fará. Vou parar por aqui, pois estou achando que vou ficar com febre. Atchim! Vou fazer um escalda-pés.
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