terça-feira, 8 de dezembro de 2009

CENÁRIO INDEFINIDO...

FONTE: Janio Lopo (TRIBUNA DA BAHIA).

Os principais candidatos ao governo baiano em 2010 estão bombando. Isoladamente, todos teem suas dificuldades, mas para o grande público que acompanha a questão sucessória, Jaques Wagner, Geddel Vieira Lima e Paulo Souto ( nessa ou noutra ordem, tanto faz) continuam por cima da carne seca. Falta, a meu ver, uma quarta alternativa. Em tese, há várias candidaturas.
Poderíamos ter cinco, seis ou dez nomes, mas dificilmente todos teriam condições de competir democraticamente. Os partidos de maior estrutura teem mais dinheiro e um arsenal de militantes capaz de decidir qualquer pleito. O PT, nesse caso, sai na frente. Aliás, quem está no poder sempre conta com uma chance extra de nele permanecer. Quem disser o contrário ou é hipócrita ou finge-se de bobo da corte. Isso não quer dizer, entretanto, que Wagner já pode mandar o terno da posse para a lavanderia (petista como o governador não gosta de gastar dinheiro com coisa supérflua. Prefere usar o mesmo terno conservado pelo tempo do que comprar um novo. Não se trata de ser judeu ou não. Trata-se de ser comedido com as próprias finanças).
A propósito, Souto já tinha roupa nova encomendada para um segundo mandato consecutivo quando o inesperado lhe fez uma surpresa. Não podia ser diferente. O inesperado sempre faz surpresas. Geddel tem, ao seu favor, uma vantagem ainda não mensurada pelos adversários. Acho risível quando falo em Geddel. Petistas esqueléticos ( não são petistas saudáveis) acham que o ministro é carta fora do baralho e se apoquentam quando digo o contrário. Mas eu quero que os xiitas se explodam. Se Wagner, por exemplo, nutre o desejo verdadeiro de ser reeleito ( o que é normalíssimo) não ficar balançando na rede do Palácio de Ondina à espera de que suas aspirações sejam atendidas pelos céus. Ao contrário, Wagner já viajou mais pela Bahia do que Lula pelo mundo. Mas no seu encalço há, sim, Geddel e Souto.
O governador, sempre precavido, deve permanecer com as barbas de molho, mesmo que alguns dos seus auxiliares, no intuito desesperado de agradar o rei, não percebam ou não tenham a coragem de enxergar, numa situação extrema, que o rei está nu.
É apenas uma observação sem maiores consequências. Os bajuladores – qualquer governador tem uma coleção deles – normalmente querem agradar o chefe mesmo que este, como na história de Hans Christian Andersen, desfile despido nas passarelas (políticas ou não) da vida. Wagner está numa boa. Souto e Geddel (nunca necessariamente nessa ordem) precisam se preocupar em encomendar um tecido mais resistente caso tencionem usar um terno novíssimo para uma possível posse em primeiro de janeiro de 2011. Mas há ainda um bom caminho a seguir. Wagner sabe disso. Geddel e Souto também. Todos nós, aliás, sabemos que cada fruta só dá no seu tempo.

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