quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

A PESQUISA...

FONTE: Ivan de Carvalho (TRIBUNA DA BAHIA).

Na nova pesquisa do Instituto DataFolha, o governador Jaques Wagner, do PT, obteve 39 por cento das intenções de voto. O ex-governador Paulo Souto, democrata, atingiu o percentual de 24 por cento e o ministro Geddel Vieira Lima, do PMDB, ficou com 11 por cento.
Os petistas e os governistas em geral cuidaram de montar uma espécie de festa em torno desse resultado, usando como argumento principal o de que, somadas, as intenções de voto em Souto e em Geddel ficam abaixo (quatro pontos percentuais) do percentual alcançado pelo governador.
Na análise festiva dos governistas, isto significaria a probabilidade de Jaques Wagner ser reeleito no primeiro turno, deixando seus concorrentes, que vêm sustentando a tese de que o segundo turno é inevitável e, de várias formas, sinalizando que esse segundo turno será disputado entre Wagner e um de seus dois principais concorrentes, Souto ou Geddel.
Alguns procuram ainda fixar a tese segundo a qual o cenário político e, no centro dele, os eleitores, estão caminhando para uma polarização entre Wagner e Souto, o que no final levaria a um esvaziamento da candidatura de Geddel. Este é, aliás, o grande sonho dos governistas.
Já os Democratas, peemedebistas e tucanos (estes, na coligação de Paulo Souto) dão sinais claros de que, no que eles consideram um assegurado segundo turno, estarão todos juntos na oposição, apoiando Souto ou Geddel. A convenção do PMDB no domingo mostrou bem essa disposição, pois foi montada para ser uma demonstração de força do peemedebista e contou com a presença de Souto, ACM Neto, bem como de tucanos emplumados e do senador e ex-governador César Borges, presidente estadual do PR e candidato à renovação de seu mandato no Senado. Borges é hoje um fator importante na equação sucessória.
Enquanto os petistas e governistas em geral “comemoram” os números da pesquisa, o líder da oposição na Assembleia Legislativa, Heraldo Rocha, faz o mesmo. Trata, aliás, de montar o mesmo tipo de festa no lado oposicionista, argumentando que os números do DataFolha, ao contrário do que dizem os governistas, a estes desfavorecem, enquanto favorecem a oposição.
Heraldo Rocha afirmou que Wagner, se teve uma ascensão, foi tímida o suficiente para não “ultrapassar a margem de erro” da pesquisa, se comparados os seus 39 por cento com o percentual obtido por ele em outra pesquisa do mesmo instituto, realizada em abril. Teria, assim, o governador, segundo o líder da oposição, “batido no seu teto de votos”. O que pode ser um exagero, ou uma ousadia, mas tem o significado real de que cada ponto percentual a ser conquistado por Wagner a partir disso exigirá tanto esforço quanto carregar pedras.
Já para Souto, espaços mais acessíveis estariam abertos, o que estaria demonstrado por sua escalada de sete pontos percentuais entre a pesquisa de abril e a de agora. Heraldo Rocha atribui, pelo menos em grande parte, o percentual superior de votos de Wagner à “farra das propagandas de autopromoção” e avisa que em abril isto acaba, por lei, enquanto no período da propaganda eleitoral gratuita pelo rádio e televisão as oposições terão os meios que não têm agora para o contra-ataque.

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