terça-feira, 30 de março de 2010

AVENTURA EM DUAS RODAS...

FONTE: Cristiane Flores, TRIBUNA DA BAHIA.

Rapidez no trânsito e economia no bolso fazem da moto uma alternativa de locomoção por milhões de brasileiros, ainda mais com a lei sancionada pelo presidente Lula no ano passado que regulamenta a profissão de mototaxista. Embora em Salvador ainda se espere a regulamentação da categoria através do projeto de lei da vereadora Léo Kret (PR), na Câmara de Vereadores, desde junho do ano passado, já se veem circulando mototaxistas por vários bairros..
Esperançosa de que a lei entre em vigor, a vereadora afirma que “é Léo Kret aqui e Lula lá. Estou muito feliz com a decisão do presidente e confiante de que isso se repetirá em Salvador e em todas as cidades brasileiras. A profissão de mototaxista e motoboy é uma realidade e precisa ser regulamentada com urgência para o bem da categoria e da sociedade em geral, que terá um serviço com maior qualidade e segurança.”
No entanto, condutor de moto deve ter muito cuidado e atenção: em 2009 ocorreram 5.423 acidentes envolvendo motos em Salvador, enquanto em 2008 foram 4.428. Além disso, entre janeiro e julho do ano passado, foram 8.088 infrações. Nestes dois anos, a frota subiu 20%, somente em Salvador.
De acordo com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), em 2007 havia 53.214 motos registradas, e em 2010 a frota aumentou para 75.461. O veículo é o sonho de consumo da maioria dos jovens de todas as classes sociais por ser bem mais barato que o carro e com baixo consumo de combustível, além de várias vantagens na hora da compra, mas não se deve esquecer de que requer muita atenção e cuidado na direção.
IMPRUDÊNCIAS - Por conta deste aumento gradativo de motos circulando nas principais avenidas e ruas da cidade, é possível observar as imprudências praticadas por condutores de motos, que vão desde a alta velocidade, a prática de cavalos-de-pau, transporte de um número de pessoas além do permitido em uma só moto, e ainda praticar outras manobras arriscadas.
Lamentavelmente, são comuns cenas com motos passando em cruzamentos sem ao menos reduzir a velocidade, causa de acidentes em diversos locais da cidade. A população reclama da situação, mas infelizmente não se tem uma atitude rigorosa por parte das autoridades policiais da cidade. “Eles não respeitam sinais, sempre apressados e se a gente não esperar, é atropelada”, reclamou a professora Lurdes Maria Santana, 53 anos.
MOTOCICLISTAS SE SENTEM MARGINALIZADO.
Motoristas alegam que os motociclistas são os mais imprudentes, mas estes se defendem afirmando que são marginalizados. O que se sabe é que só faz crescer o número de acidentes envolvendo motos. O taxista Valdir Oliveira, 58 anos, que trabalha no ramo há 30 anos, afirma que a moto é necessária para dar fluidez ao trânsito, mas o grande problema são seus condutores. “Acho que a moto facilita muito, principalmente em uma cidade como Salvador, que está crescendo muito.
O que eu acho absurdo é a maneira com que os motoqueiros conduzem as motos, com total irresponsabilidade, sem respeitar o espaço deles, ‘costurando’ entre os carros, sem respeitar as sinaleiras, colocando em risco vida de pedestres. Tem que haver uma fiscalização maior”, opina o taxista.
Jair Cosme de Souza, motoboy de uma empresa de salgados de festa, concorda com o taxista, no entanto diz que eles (motoqueiros) são sempre alvo de fiscalização mais rigorosa. “Realmente, existem muitos motociclistas que são imprudentes, e isso acaba prejudicando quem trabalha certo.
Eu, por exemplo, tiro meu sustento da moto, então se eu cometer alguma imprudência vou perder meu ganha pão. Motociclista é muito marginalizado, inclusive quando a gente é abordado por uma blitz eles são mais rigorosos, são capazes de apreender a moto por qualquer bobagem, ao contrário do que fazem com os carros”, desabafa Jair.
Já Luciano Silva, que também presta serviço como motoboy, contou que os principais inimigos dos motociclistas são os motoristas de ônibus e taxistas. “Eles jogam o carro em cima mesmo, é uma verdadeira guerra para conquistar o espaço, para os motoristas é como se a gente fosse um mosquito que eles querem espantar para fora da pista”.
Mas a luta da categoria na cidade ainda continua para a regulamentação da profissão de mototaxista, inclusive a autora do projeto de lei a vereadora Léo Kret disse que “não entendo por que o projeto ainda não foi aprovado.
Em esfera nacional, o Presidente Lula já aprovou, o senado idem. Até Feira de Santana já está regulamentando, por que Salvador, a terceira maior capital do país, não?. Essa atividade é uma realidade crescente e precisa com urgência ser regulamentada”.

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