sexta-feira, 6 de julho de 2012

QUEDA DE CABELO PODE TER CAUSA EMOCIONAL...



FONTE: *** TRIBUNA DA BAHIA.

Poucas pessoas sabem, mas a saúde do cabelo pode ter uma relação direta com a saúde emocional. Momentos de estresse, preocupação, ansiedade e depressão podem refletir na beleza das madeixas e agravar ou até causar doenças. “Geralmente o equilíbrio interno é refletido em pele e cabelos bonitos e saudáveis”, afirma a dermatologista Cristiane Braga, especialista em tricologia (ramo da medicina que trata dos pelos e cabelos).

A assistente administrativa Rosemary Vieira, 51 anos, levou um susto quando notou algumas casquinhas em seu couro cabeludo há um ano. No médico, o diagnóstico: estava com psoríase, uma doença autoimune, e seu aparecimento tinha ligação direta com o estresse que ela vivia. Mãe de duas adolescentes gêmeas e trabalhando em período integral, o resultado da consulta médica não lhe causou estranheza. “A correria diária, os filhos, a casa e o trabalho acabam gerando muita preocupação, nervosismo e desencadeiam este tipo de reação no corpo”, desabafa.

Segundo Cristiane Braga, a dermatite seborreica, mais conhecida como caspa, é outra doença que pode se agravar em pessoas estressadas. “Já a depressão pode ter como primeiro sintoma a queda acentuada de cabelos”, continua a médica. Se os fios estão caindo mais do que o normal há mais de três meses, vale uma investigação mais profunda.

A alopecia areata é outro mal que pode ser desencadeado por períodos de grande estresse. A doença causa perda de cabelo ou de pelos em áreas bem delimitadas do corpo, em geral de forma arredondada ou oval. Já a tricotilomania é um distúrbio caracterizado por arrancar cabelos sem fins estéticos e acomete indivíduos muito ansiosos. O estresse pode gerar ainda processos inflamatórios no couro cabeludo que causam excesso de oleosidade nesta região. Alergias a processos químicos, como tinturas e escovas progressivas, ou desequilíbrios hormonais causados por doenças como diabetes, hipotireoidismo e ovários policísticos, também podem deixar os cabelos pesados e oleosos.

Em qualquer um dos casos, o correto diagnóstico só pode ser feito por um médico. “A principal orientação é procurar um especialista o mais rápido possível, para uma correta investigação”, indica Cristiane Braga.

Alimentação e cuidados – Quem come fora de casa todos os dias está sujeito, ainda, a desequilíbrios no organismo causados pela má alimentação ou por comer em horários irregulares. Para saber se está ingerindo os nutrientes de que precisa, prestar atenção aos cabelos pode ser uma boa dica. De acordo com a dermatologista, madeixas sem brilho e quebradiças geralmente indicam deficiências nutricionais ou até mesmo anemia por falta de ferro ou de vitamina B12.

Para fugir deste problema e, de quebra, ainda ter cabelos bonitos e saudáveis não se deve deixar de incluir no cardápio carnes vermelhas, que são fonte de ferro; verduras, legumes e frutas, que contêm vitaminas e oligoelementos como zinco, cobre, licopeno; e castanhas, boas fontes de selênio e alfatocoferol.

Para manter a saúde capilar em ordem é preciso ainda lavar os cabelos em dias alternados, de preferência com água fria ou morna, e evitar dormir com o cabelo molhado, o que pode facilitar o crescimento de fungos e bactérias na região.

No frio, os cuidados devem ser maiores para evitar o ressecamento do couro e dos fios. “É bom evitar banhos com água muito quente e utilizar máscaras hidratantes com proteção térmica, para manter uma melhor hidratação”, explica a dermatologista. Ela indica ainda aumentar a ingestão de água, frutas, legumes e verduras, para garantir a nutrição adequada dos fios.

COMO AMENIZAR E TRATAR O PROBLEMA.

Veja dicas dos especialistas entrevistados para diminuir a queda e recuperar os fios perdidos:

- Mantenha bons hábitos alimentares. A alimentação correta, com o suporte adequado de nutrientes, é fundamental para evitar e conter a queda do cabelo após o parto. Caso seja necessário, procure um médico ou nutricionista para fazer a reposição de vitaminas e minerais. Beber água é fundamental. A ingestão de líquidos é importante para todos os tecidos, inclusive o capilar;

- Mantenha a boa higiene das madeixas e do couro cabeludo. Use sempre produtos de qualidade. Aplique xampus, condicionadores e cremes adequados ao seu tipo de cabelo –seco, oleoso, fino, com química. E de preferência da mesma marca, pois assim os itens se complementam e há um equilíbrio. Leia mais sobre lavar os cabelos corretamente aqui.

- Evite processos como tinturas e alisamentos. Pelo menos durante essa fase, não submeta os fios a descolorações profundas com amônia ou processos que alteram a estrutura do fio. Não utilize secador muito quente e evite o uso de chapinha. Para mantê-los bonitos, faça hidratações frequentes. Uma vez por semana, no salão ou em casa;

- Cuide do seu corpo e mente. Tente se manter no seu peso ideal, pois o sobrepeso contribui para a ocorrência de alterações hormonais, que afetam o cabelo, e controle o estresse. Se preciso, procure ajuda terapêutica para ter equilíbrio (que faz bem à mãe, ao bebê e os cabelos).

PROBLEMA PODE FICAR INTENSO APÓS A GESTAÇÃO.

Durante os nove meses em que carregou seu bebê na barriga, é provável que você tenha percebido como seus cabelos ficaram bonitos, fortes, saudáveis. Tal injeção de vida é decorrente dos hormônios femininos, estrógeno e progesterona, que, nessa fase, se mantêm em franca atividade no organismo.

Acontece que, depois que a criança nasce, poucas mulheres escapam de uma das consequências dolorosas da gravidez: a queda de cabelo.

O problema, em geral, acontece após 60 dias do nascimento e se estende por até seis meses.

“Na gestação, os hormônios masculinos praticamente desaparecem e sobram os femininos, que são bons para os cabelos. No pós-parto, as taxas voltam à normalidade e os fios que não caíram no período despencam todos ao mesmo tempo.

Daí, a queda acentuada, que tanto desagrada às mulheres”, explica Valcenir Bedin, dermatologista, mestre e doutor em medicina pela Unicamp (Universidade de Campinas), tricologista e nutrólogo, diretor do Centro Integrado de Prevenção do Envelhecimento e presidente da Sociedade Brasileira do Cabelo.

A média é cair cerca de 30% dos fios. “O estado nutricional da paciente conta muito. Dependendo de como esteja, a perda varia entre 10% a 50%”, diz Adriano Almeida, dermatologista e tricologista, diretor do Instituto de Dermatologia e Estética e professor da Fundação Pele Saudável.

Ele recomenda que, durante e depois da gestação, a mulher mantenha uma alimentação o mais saudável possível. A lista inclui itens ricos em ferro, zinco, cobre e vitamina B6, como frutas secas, banana, legumes, vegetais verde-escuros, grãos integrais, peixes –especialmente frutos do mar–, fígado, gema de ovo e leite.

“O cabelo é pura proteína, portanto, precisa de aminoácidos, vitaminas e sais minerais para se formar. Para quem quer investir pesado na prevenção, vale ingerir, durante a gravidez, suplementos com tais itens, com prescrição médica”, diz Bedin.

A boa notícia é que, caso não haja outro problema envolvido, seu organismo irá repor todos os fios que caíram. “Algumas gestantes desenvolvem, durante o período, distúrbios da tireoide ou diabetes. Nestes casos, o restabelecimento da massa capilar é mais demorado ou incompleto”, explica Adriano Almeida.

Importante: quanto mais cuidar da alimentação, mais rápido tudo voltará ao normal. “Caso a mamãe não ingira os nutrientes necessários, a reposição pode demorar um ano ou até mais”, salienta Valcenir Bedin.

Os cosméticos ajudam? – Há muitos cremes no mercado que prometem fazer a cabeleira crescer, ganhar força e vida... “Eles melhoram a saúde do fio na haste [comprimento], mas não têm influência na prevenção da queda e tampouco colaboram muito para o fortalecimento.

De qualquer forma, hidratam, restauram e deixam o cabelo mais macio, elástico e bonito”, afirma Ademir Jr., tricologista, membro e diretor da Internacional Association of Trichologists. Bedin concorda e diz que os cremes melhoram a aparência, “porém não dá para esperar deles um tratamento contra a queda”.

Já Adriano completa que ajudam a prevenir a quebra, principalmente nas madeixas com química. “É bom lembrar, também, que pode haver modificação na textura após o parto –o fio nascer menos liso, por exemplo. Isso ocorre por causa das alterações hormonais.”

*** Folha Press.

Nenhum comentário:

Postar um comentário