FONTE: bebe.bolsademulher.com
Você sabe dizer quando começa o seu
período fértil?
Conhece o que é hiperovulação e o método Billings?
E após deixar de tomar a pílula,
em quanto tempo estará pronta para engravidar?
Pessoas com a síndrome dos ovários policísticos
ovulam? Se você não sabe a maioria dessas respostas, é uma boa hora de se
inteirar mais sobre o universo feminino e da reprodução. Você vai precisar
dessa informações se estiver se planejando
para uma gravidez e até mesmo para
evitá-la!
A ovulação é um
processo natural, pertencente ao
ciclo menstrual de qualquer mulher. “É
nele que o folículo ovariano é rompido, liberando o óvulo
(célula reprodutiva feminina) para que encontre o espermatozóide
(célula reprodutiva masculina) e ocorra a fecundação”, explica o diretor médico
do Centro de Medicina
Reprodutiva Huntington, Márcio Coslovsky. Este
processo é controlado pela ação de dois hormônios: o FSH (Hormônio Folículo
Estimulante) e LH (hormônio luteinizante), secretados pela glândula hipófise.
Quando o óvulo é “liberado”, ele viaja pelas trompas em direção ao útero. Se
for fecundado, ele se implanta no útero, num período que varia de seis a 12
dias de sua liberação, dando início à gravidez. Caso contrário, o óvulo se
degrada em 24 horas e, ao fim de alguns dias, ocorre a menstruação.
Algumas mulheres também relatam maior
sensibilidade aos odores e desejo sexual nos dias que antecedem a ovulação.
Pesquisas recentes da Universidade Estadual de Nova York apontam, ainda, que
durante a ovulação a mulher fica com a voz mais sexy
É, o universo feminino é mesmo
cheio de mitos, por isso, o Bolsa de Mulher foi atrás das dez dúvidas
mais frequentes sobre ovulação e trouxe as respostas e dicas dos
especialistas para você!
1. Quando começo a ovular?
Existem sintomas físicos que demonstrem que estou ovulando?
O ciclo menstrual de uma mulher
começa no primeiro dia em que ela menstrua e vai até o último dia antes da
próxima menstruação. “Em mulheres com ciclos regulares de 28 dias, a ovulação
ocorre entre o 11º e 15º dia antes de cada menstruação”, afirma Márcio. A conta
é simples! Se o seu ciclo for de 35 dias, você irá ovular no 21º dia do ciclo
(35 menos 14). Se for de 21 dias, será no 7º dia do ciclo (21 menos 14) e assim
por diante.
Além de recorrer à calculadora,
você poderá ficar atenta a algumas transformações no seu corpo durante esse
período. “É comum durante a ovulação as mulheres se queixarem de uma dor
abdominal, semelhante à cólica, provocada pela distensão do folículo na hora de
eliminar o óvulo. Nessa fase, ela também produz e elimina um muco vaginal transparente,
com aspecto de clara de ovo. E após o período ovulatório se nota um aumento de
temperatura de 0,5º em virtude da produção de progesterona pelo folículo”,
explica Márcio.
Algumas mulheres também relatam
maior sensibilidade aos odores e desejo sexual nos dias que antecedem a
ovulação. Pesquisas recentes da Universidade Estadual de Nova York apontam,
ainda, que durante a ovulação a mulher fica com a voz mais sexy. Mas não confie
muito nessas transformações. Os especialistas alertam que nem sempre elas são
sentidas por todas as mulheres.
2. Minha menstruação é irregular. Existem testes e métodos
mais precisos para determinar a ovulação?
Hoje em dia já existem métodos mais
fiéis para saber o dia exato da ovulação do que observar a temperatura e o
aspecto do muco vaginal. Dentre eles está a ecografia, equipamentos que medem o
aumento do hormônio LH na urina e a progesterona no sangue. “Mas a técnica mais
precisa atualmente é a ultrassonografia
transvaginal. Através dela é possível ver o folículo crescendo e se rompendo”,
esclarece Márcio. Existem ainda os testes de farmácia. “Eles funcionam como os
de gravidez, mas os tracinhos indicam o pico de produção do LH que antecede a
ovulação”. Quando o teste der positivo e o casal estiver querendo engravidar,
ele deve ter relações nesse mesmo dia ou no dia seguinte, já que a ovulação,
nesse teste, é prevista com uma antecipação máxima de dois dias. Mas a
ginecologista Nilka Donadio adverte: “Eles não são totalmente precisos”!
3. Quantos dias após a ovulação é meu período fértil? Por que
nessa fase a probabilidade de gravidez é maior?
Segundo o Dr. Márcio, o período
fértil começa um dia antes da ovulação e dura até quatro dias depois. “Se
durante o período fértil a mulher tiver relação sexual com um homem, a
probabilidade de gravidez é de 15 a 18% ao mês. Se o casal mantiver relações
sem proteção, as chances aumentam para 90% ao ano”, afirma o especialista.
4. Se eu ficar sem sexo durante os dias que estou ovulando,
eu não engravido?
A idéia de se abster de relações
sexuais nos dias férteis é muito usada no método tabelinha, no entanto as
chances de erro são grandes. “Só é eficaz se houver certeza dos dias férteis.
Como é difícil precisá-los, esse é um método falho”, explica Márcio. E Nilka
explica os motivos. “O ciclo da mulher pode apresentar alterações em função de
medicamentos, ansiedade, viagens e, por isso, o período fértil pode se alterar”.
O melhor então é se abster de relações durante toda a ovulação, certo? Errado.
“Os espermatozóides ficam viáveis por uma média de dois dias no trato genital
da mulher. Ou seja, se a mulher tiver relação sexual hoje, mas só ovular depois
de amanhã, mesmo assim existe risco de gravidez, e se ela ovular hoje e só
tiver relação daqui a dois ou três dias também pode engravidar”.
5. O que é o método de ovulação
Billings? Ele é eficaz?
O método Billings é uma forma natural de
planejamento familiar, muito incentivada pela Igreja Católica, na qual a mulher
previne a gravidez através da observação de seu muco vaginal. Quando ele começa
a ficar aquoso e semelhante à clara de ovo, a mulher está em seu período
fértil. Por isso, recomenda-se que ela não tenha relações sexuais quatro dias
antes e quatro dias depois desse dia. No entanto, as possibilidades de falha
são grandes. E não há proteção contra doenças sexualmente transmissíveis.
6. Após parar de tomar a pílula,
quanto tempo levo para engravidar?
De acordo com os especialistas, não há relação
direta entre o fim da pílula e a gravidez. “Existem mulheres que engravidam na
primeira tentativa pós-pílula e, nesses casos, a chance de gravidez de gêmeos é
maior”, revela Márcio. No entanto, segundo Nilka, as mulheres que usam
anticoncepcional injetável trimestral podem demorar até seis meses para
voltarem a menstruar e ovular. E ela esclarece: “É normal um casal sem nenhum
problema para engravidar demorar até 18 meses para que isso aconteça”.
A Síndrome dos Ovários Policísticos é uma disfunção
que atinge cerca de 10% das mulheres em idade fértil e é caracterizada pela
produção de cistos nos ovários que levam à ovulação irregular.
7. Quando eu tomo pílula eu não
ovulo? Isso traz conseqüências para mim?
Grande parte dos anticoncepcionais à base de
hormônios inibem a ovulação. É o caso das pílulas anticoncepcionais, adesivos e
injeção que reproduzem os níveis hormonais do ciclo menstrual. Porém, não há
nenhum malefício no uso prolongado dos mesmos. “Ficar sem ovular por causa da
pílula não traz nenhum problema. Trata-se de um método transitório. Quando a
mulher deixa de tomar a pílula, ela volta a ovular. Só havia conseqüências no
passado, quando a pílula possuía altíssima dosagem hormonal e se recomendava que
as mulheres dessem um intervalo em seu uso. Hoje, esses intervalos não são mais
necessários”, argumenta Márcio.
8. Existe hiperovulação? Quais as
implicações?
“Ainda que não seja comum, a hiperovulação pode
ocorrer nos extremos da vida reprodutiva, isto é, no início da adolescência e
depois dos 40 anos, em virtude uma produção excessiva de hormônio FSH”, explica
Márcio. A única implicação é que o fenômeno aumenta a incidência de gravidez de
gêmeos. No entanto, alguns medicamentos desencadeiam a hiperovulação e, nesses
casos, ela pode ser perigosa. “Alguns remédios para engravidar podem provocar o
desenvolvimento de vários óvulos no ovário causando problemas graves. Por
exemplo, a síndrome de hiperestímulo ovariano, que provoca ascite, trombose
entre outros”, afirma Nilka. Mas isso só ocorre se as medicações forem tomadas
em doses excessivas e sem controle de ultra-som.
9. Tenho ovário policístico. Não
tenho ovulação? Como faço para engravidar?
A Síndrome dos Ovários Policísticos é uma disfunção
que atinge cerca de 10% das mulheres em idade fértil e é caracterizada pela
produção de cistos nos ovários que levam à ovulação irregular. Nestes casos,
geralmente o intervalo de uma menstruação e outra pode variar de 45 dias a três
meses, ou ocorrer a ausência da mesma, dificultando a gravidez. São sintomas da
disfunção: aumento de pêlos no rosto, seios e abdômen, e sobrepeso. “Nesses
casos, o melhor a fazer para emagrecer é praticar atividade aeróbica. Se ainda
sim a mulher não voltar a menstruar, será preciso a administração de remédios”,
explica Márcio. Mas, antes de se desesperar com o prognóstico, Nilka alerta:
“Algumas mulheres tem ovários policísticos ao ultra-som, mas não têm a
síndrome. Elas ovulam normalmente”.
Vale lembrar que os exercícios em excesso
prejudicam a ovulação. “A gordura seca tanto que não permite que o ovário tenha
o substrato necessário para produzir o estrogênio. Assim, a mulher deixa de
ovular/menstruar e perde também os formatos feminino – seios, bumbum, curvas”,
adverte Márcio. Entretanto, o processo é transitório e a mulher volta a ovular
quando diminui a intensidade dos exercícios.
10. Existem métodos de indução da
ovulação?
Nem tudo está perdido quando a mulher não ovula e deseja
engravidar. Além de comprimidos de citrato de clomifeno, bem comuns, já existem
alternativas mais modernas para realizar o sonho de muitos casais em serem
pais. “As gonadotrofinas, em comprimidos ou injeção, estimulam a ovulação, mas
sua administração deve ser acompanhada pelo ultra-som para evitar casos como
gravidez de sêxtuplos”, diz Márcio. Ele garante que se a dificuldade em
engravidar for apenas devido à falta de ovulação, em alguns ciclos o problema
estará resolvido.
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