FONTE: Kelly Cerqueira, TRIBUNA DA BAHIA.
A evolução de
doenças causadas por fungos, bactérias e vírus para a Sepse - conhecida
popularmente como infecção generalizada- é mais comum do que se possa imaginar.
Reação inflamatória típica do organismo que sofreu algum tipo de
infecção, a Sepse é responsável atualmente por 240 mil óbitos por ano,
principal causa de morte nos leitos de UTis no Brasil. Nesta sexta-feira (13),
11 capitais brasileiras, entre elas Salvador, realizam a campanha “Pare a
Sepse, Salve Vidas”, com o objetivo de chamar a atenção das pessoas sobre a
necessidade do diagnóstico precoce e de intervenções básicas que evitem a
evolução do quadro a este estágio.
De acordo com dados apresentados pelo
Instituto Latino-Americano de Sepse (ILAS) e a Associação de Medicina Intensiva
Brasileira (AMIB), a sepse mata mais do que o infarto do miocárdio e de alguns
tipos de câncer. Em algumas regiões do país, o índice de mortalidade por
sepse chega a 70%, segundo as instituições. Bebes prematuros, crianças abaixo
de um ano, idosos acima de 65 anos, pacientes com câncer, AIDS ou que
fizeram uso de quimioterapia ou outros medicamentos que afetam as defesas do
organismo, estão mais propensos a evoluírem o quadro de infecção.
Segundo o coordenador da Unidade
de Terapia Intensiva Geral do Hospital da Bahia, Cláudio Zollinger, qualquer
quadro inflamatório pode evoluir para a
sepse. “Na verdade a sepse não é uma doença, é uma resposta do próprio
organismo contra um quadro de infecção.
Essa resposta inicialmente se
apresenta de forma fisiológica, caracterizada por uma inflamação. A
exacerbação desta resposta acaba causando lesões nas células dos órgãos”,
explica o médico. Ele alerta para o aparecimento de sintomas característicos ,
como febre alta persistente, alteração de consciência, taquicardia e
mudança no padrão respiratório. “As pessoas devem reconhecer a evolução das
infecções para que o diagnóstico da sepse seja precoce”, continuou o
especialista.
Ele esclarece que o diagnóstico tardio
oferece ainda mais riscos ao paciente. “Umas pessoa que é internada na UTIs por
conta da sepse corre outros riscos de infecções, como as associadas à
assistência hospitalar, causadas, sobretudo, pelas intervenções necessárias
para a manutenção da vida, como a hemodinâmica, a instalação de cateteres,
entre outros procedimentos que favorecem o aparecimento de outras
infecções”, afirmou.
São Paulo, Rio de Janeiro,
Florianópolis, Belo Horizonte,
Salvador, Brasília, Curitiba, Belém, Manaus, Fortaleza e Recife aderiram a
campanha que quer conscientizar a população, através de ações em farmácias
populares e locais de grande circulação como rodoviárias e aeroportos, onde
serão distribuídos folhetos informativos.
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