FONTE: Daniela Pereira, TRIBUNA DA BAHIA.
Quando algum órgão do corpo
humano não apresenta normalidade é preciso cuidados. Quando
este órgão é responsável por filtrar o sangue, excretando as substâncias que
devem ser desprezadas e retendo aquelas que fazem parte do sistema metabólico,
a situação complica ainda mais. Segundo levantamento feito este ano pela
Sociedade Brasileira de Nefrologia, em cada grupo de 1 milhão de habitantes no
Brasil, 400 estão com rins comprometidos e são submetidos a sessões de diálise,
sendo que em 2014 este número crescerá cerca de 8%. Ainda conforme a pesquisa,
somente 30% dos pacientes conhecem o próprio diagnóstico, o que
dificulta o tratamento e possibilita a morte prematura.
Diante dos dados, o censo de doença renal
crônica da Sociedade Brasileira de Nefrologia garante que a doença está
assumindo níveis epidêmicos no país. Apesar disso, especialistas acreditam que
a doença ainda é subdiagnosticada. “Esta diferença deve-se ao fato de que
muitos brasileiros morrem de doença renal crônica desconhecendo o diagnóstico”,
alerta Hugo Abensur, coordenador do setor de diálise peritoneal e da Liga de
Doença Renal Crônica do Hospital das Clínicas de São Paulo, presidente da
Sociedade Paulista de Nefrologia e membro da Sociedade Brasileira de
Nefrologia.
Dois tipos de exames são
utilizados para diagnosticar o problema. O teste de creatinina pode contribuir
para o diagnóstico precoce da doença, quando ainda é possível trata-la. Já o
teste de concentração de fósforo e cálcio pode levar a um melhor controle da
doença já instalada. Apesar da simplicidade dos exames, ambos feitos através da
coleta de sangue, médicos garantem que, na maioria dos casos, o diagnóstico só
é feito num estágio avançado da doença em que as únicas alternativas
de tratamento são a diálise ou transplante. “É importante manter o hábito de
fazer exames periódicos, principalmente após os 40 anos. Além disso, é
importante manter hábitos alimentares saudáveis, não fumar e nem usar bebidas
alcoólicas”, explica o nefrologista Paulo Dantas Oliveira.
Existem cinco estágios da doença, de acordo
com o grau de lesão e perda da função renal. No estágio cinco, quando o
paciente já perdeu mais de 85% da função renal, é necessária uma terapia de
substituição da função renal. Caso contrário, o paciente evoluirá para o óbito.
Quando a doença é diagnosticada em fase inicial tem tratamento e pode ser
controlada, através da medição dos índices de creatinina no sangue.
De acordo com a SBN, a creatinina
é um metabólito que “circula pelo sangue e serve como um marcador do funcionamento dos rins.
É derivada da creatina,
substância produzida pela musculatura que, ao transformar-se em creatinina,
deve ser eliminada pelos rins. O valor da creatinina em indivíduos normais apresenta uma
variação em relação ao sexo e ao volume de massa muscular. A sua concentração
no sangue é maior nos homens e nos atletas.
Nas mulheres, crianças
e idosos, a concentração sanguínea é, proporcionalmente, menor. Seus valores
normais são aproximadamente 1 mg/dL nos homens, 0,8 mg/dL nas mulheres e 0,5/dL
nas crianças pequenas. Seus valores aumentam à medida que ocorre a diminuição
da função dos rins; por isso, são utilizados como marcadores da função renal.
Os aumentos se tornam significativos quando existe uma perda de mais de 50% da
função dos rins”.
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