FONTE: Noemi Flores, TRIBUNA DA BAHIA.
A recomendação médica é de que o
check-up, uma avaliação médica para a prevenção e o diagnóstico
de doença, seja feito antes dos 18 anos, mesmo que o paciente não esteja
sentindo nada, pois é uma forma de detectar algo, principalmente doenças
ligadas ao coração, pois são consideradas pelos médicos como silenciosas: sem
sintoma em algumas pessoas.
E não necessita de uma bateria de exame,
apenas a medição da pressão arterial e uma avaliação da dosagem do colesterol,
através do exame de sangue (hemograma), o que pode ser solicitado por um
clínico geral.
De acordo com o médico, Júlio Braga,
coordenador do Setor Cardiológico do Hospital Espanhol, trata-se de um exame
preventivo que irá detectar se o paciente tem algum problema. “Deve ser feita
uma avaliação do colesterol uma vez antes dos 18 anos e também da pressão
arterial. Feito isto, a cada cinco anos deve-se dosar o colesterol e a pressão
arterial uma vez por ano”, explicou.
O cardiologista adverte que esta
periodicidade é para aqueles pacientes que não apresentam nada, mas mesmo assim
devem fazer uma consulta por ano. Já para quem apresente alguma alteração no
resultado do check-up “se recomenda fazer um eletrocardiograma e no caso do
colesterol alto o médico deve solicitar outros exames”, afirmou Braga,
acrescentando que neste caso a periodicidade dos exames será de acordo com a
solicitação do profissional.
Para o especialista, o cuidado que as pessoas
de todas as idades devem ter, independentemente se já foi confirmado ou não
problemas cardiológicos, é basicamente manter uma alimentação saudável rica em
frutas e verduras, sem gorduras, e a prática de exercícios constantemente. “O
mais importante são os exercícios e a dieta”, aconselhou o cardiologista.
É considerado check-up
exames solicitados quando ainda não há manifestação de sintomas, justamente
para prevenir o surgimento de
doenças, mesmo sem a reclamação dos pacientes. No caso de doenças ligadas ao
sexo do paciente, mulheres e homens, geralmente os exames são chamados
preventivos, no caso da mulher para prevenção do câncer de mama, faz exame de
mamografia (após quarenta anos, só no caso de quem tem pessoas com câncer na
família pode ser feito antes), no caso do colo do útero, exame com aparelho
chamado papanicolau (a partir dos 9 anos) e o homem para detectar câncer de
próstata, faz exame de próstata (recomendado a partir dos 40 anos, menos para
quem tenha hist
Exames investigativos
para detectar câncer
Segundo o oncologista Fábio de Oliveira
Ferreira, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), mesmo
sem o diagnóstico de câncer, mas se a pessoa estiver preocupada com a saúde,
uma boa ideia é procurar um especialista para planejar uma investigação de
rotina e sanar suas dúvidas.”Alguns dados clínicos são considerados na
elaboração de um
programa de investigação com finalidade de
check-up oncológico, isto é, realização de consulta e exames complementares em
pessoas assintomáticas”, salientou.
Ferreira assinala que quando há alguma
queixa, a avaliação deixa de ter um caráter de avaliação preventiva e passa ter
uma finalidade de esclarecimento diagnóstico. “Entre indivíduos assintomáticos,
o check-up deve levar em conta
a idade, o sexo, a presença de
casos de câncer na família e a idade em que o diagnóstico de câncer foi feito
no familiar.Não faz sentido solicitar um grande número de exames de maneira
indiscriminada para todas as pessoas, o que na maioria das vezes gera ansiedade
sem trazer benefícios e pode até gerar
uma falsa sensação de segurança”, afirmou.
O médico conta que é muito comum observar
que alguns profissionais solicitam como exames de rotina, sem diagnóstico
prévio de câncer, a dosagem de
substâncias sanguíneas conhecidas como
“marcadores tumorais”. “Um resultado alterado não significa obrigatoriamente
que o indivíduo tem câncer, pois essas substâncias podem estar aumentadas em
inúmeras condições benignas”, explica.
Ele acrescenta que “o resultado alterado
gera grande ansiedade e leva a uma investigação ampla através de outros exames
que na maior parte das
vezes não traz benefício algum. Um resultado
normal, por outro lado, traz a falsa sensação de que a pessoa está totalmente
protegido, porém uma fração considerável de tumores não expressa tais
substâncias e o resultado pode ser normal mesmo na vigência de câncer”,
sinaliza.
Para o oncologista , “esse é um bom exemplo
da prática errada quanto à solicitação de exames de maneira
indiscriminada.Assim, na elaboração dos programas de check-up, deve haver
racionalidade e a investigação deverá ser
feita com base no risco de desenvolver
câncer nos diferentes momentos da vida”, pontuou.
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