FONTE: Leidiane Brandão, TRIBUNA DA BAHIA.
Dados da Secretaria de Saúde do Estado da
Bahia (Sesab) apontam que de janeiro a dezembro de 2012 foram registradas 4.090
internações por causas externas relacionadas a acidentes com crianças de 0 a 10
anos de idade na Bahia.
Entre as principais
causas, afogamentos, acidentes de transporte, sufocações, queimaduras,
quedas e intoxicações. Um estudo realizado pela Sociedade Brasileira
de Pediatria revela que 5,3 mil crianças morrem por ano vítimas de acidentes
domésticos no Brasil e outras 137 mil são hospitalizadas em
decorrência de acidentes.
Os dados revelam que tanto em mortes
quanto em hospitalizações, o número de meninos acidentados é cerca de duas
vezes maior do que o de meninas. O quintal e a cozinha estão entre os
locais de maior incidência de acidentes, com predomínio de quedas e contusões.
A presidente do Departamento de Segurança
Infantil da Sociedade Baiana de Pediatria (Sobape), Márcia Barreto alerta para
os altos índices registrados no país e diz que os acidentes não podem ser
tratados como algo imprevisível. Ela ressalta ainda a implicação de fatores de
risco favoráveis à ocorrência de acidentes, como questões sociais/econômicas,
idade e sexo. “Entre outros aspectos, estudos epidemiológicos mostram, por
exemplo, que os meninos acidentam-se cerca de duas vezes mais que as meninas,
devido a características comportamentais ligadas ao sexo”, completa.
Barreto destaca a importância do papel do
pediatra no estímulo à prevenção no consultório. “Os pediatras devem incluir
orientações às famílias, sobretudo esclarecendo as características de cada
etapa do desenvolvimento da criança e os principais riscos, considerando
fundamental o papel das escolas e creches em prol da redução das estatísticas.
Ainda de acordo com a especialista, quando
as crianças começam a dar os primeiros passos exigem uma atenção maior, sendo
que os pais nunca devem deixá-las sozinha ou aos cuidados de outra criança. Até
os 4 anos de idade, a criança fica muito exposta a vários tipos de risco, sendo
a fase que inicia a exploração do mundo ao seu redor por meio dos sentidos.
“As quedas podem provocar lacerações,
fraturas e até traumatismo craniano encefálico. Redes de proteção em varandas e
janelas, bloqueios nas entradas da cozinha, banheiro e escadas, além de manter
fora de seu alcance objetos cortantes e pontiagudos, remédios, produtos de
limpeza e caroços de frutas, essas atitudes protegem a criança de sequelas
visuais, motoras, auditivas ou até da morte. Medidas preventivas podem reduzir
significativamente as estatísticas”, afirma a médica.
Dicas para evitar
acidentes com crianças:
-- Além do ambiente residencial, espaços de
lazer como praias, parques, plays e piscinas oferecem muito perigo para as
crianças.
-- Ao andar de bicicleta, skate ou patins, o
capacete é o equipamento fundamental. Ele pode reduzir o risco de lesões na
cabeça em até 85%.
-- Conservar a tampa do vaso sanitário
fechada, se possível lacrado com algum dispositivo de segurança.
-- Janela com grade protetora e sem objetos
por perto. Usar proteção nas escadas.
-- Tomadas com protetores, uso de piso
antiderrapante.
-- Quinas/cantos de móveis arredondados ou
com protetor.
-- Não deixar objetos pequenos ou
pontiagudos espalhados pela casa.
-- Portas e gavetas de armários devem ter
chaves inacessíveis às crianças.
-- As grades laterais de berços devem ser
altas e as barras devem ter intervalos menores que 6cm.
-- O pescoço de bebês e crianças deve estar
livre de enfeites e cordões de chupetas.
-- No fogão, não deixar cabos de panelas
para fora e fechar o registro do gás.
-- Não manipular alimentos no fogão com
crianças no colo.
-- Medicamentos e produtos de limpeza e/ou
inflamáveis devem estar fora do alcance das crianças, assim como sacos
plásticos.
-- Guardar bem tesouras, alicates e outros
objetos perfuro cortantes
-- Piscinas devem ser cercadas e mantidas
cobertas com lonas ou redes de proteção.
-- Evitar brinquedos e outros atrativos
próximos à piscina e aos reservatórios de água.
-- Piscinas devem ser protegidas com cercas
de no mínimo 1,5m que não possam ser escaladas e portões com cadeados ou trava
de segurança que dificultem o acesso dos pequenos.
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