FONTE: Estadão Conteúdo, CORREIO DA BAHIA.
Um quarto dos
14 milhões de aposentados com mais de 60 anos de idade estava trabalhando em
2013.
Enquanto os brasileiros mais jovens
perdem participação no mercado de trabalho, os mais velhos avançam. Um quarto
dos 14 milhões de aposentados com mais de 60 anos de idade estava trabalhando
em 2013. Quatro anos antes, em 2009, essa média era de 20%, revela pesquisa do
Instituto Somatório.
“O baixo valor da aposentadoria para suprir as necessidades básicas e a dificuldade das empresas de recrutar mão de obra ampliaram a fatia dos mais velhos no mercado de trabalho”, afirma Marcello Guerra, sócio do Instituto Somatório.
A pesquisa para traçar o perfil dos seniores, feita a cada dois anos e coordenada por ele, consultou mil pessoas entre setembro e outubro de 2013 em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Guerra diz que quanto mais alto o estrato social e o nível de escolaridade, maior é a participação de aposentados no mercado de trabalho. Assim, na classe A, um terço dos aposentados são ativos e nas camadas B, C e D, a participação cai para 30%, 25% e 13%, respectivamente.
Outro dado que confirma a tendência de avanço dos mais velhos na ativa aparece nos dados da Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano passado, a faixa etária que mais cresceu na População Economicamente Ativa (PEA), aquela com mais de 10 anos de idade e apta para o trabalho, foi a de pessoas com mais de 50 anos, apontam os dados do IBGE, elaborados pela Tendências Consultoria Integrada.
“Essa fatia de trabalhadores impediu que houvesse uma desaceleração ainda mais expressiva da PEA em 2013”, afirma o economista da consultoria, Rafael Bacciotti.
No ano passado, a PEA cresceu apenas 0,6% sobre o ano anterior, depois de ter aumentado 1,6% em 2012. A desaceleração de 1,1 ponto porcentual que houve de 2012 para 2013 na taxa de crescimento da PEA, ocorreu por causa da queda nos trabalhadores jovens, entre 18 e 24 anos. Essa faixa etária caiu 4,5% na PEA e foi responsável por 0,7 ponto porcentual da desaceleração total no ano passado.
Em compensação, a faixa de trabalhadores com mais de 50 anos de idade cresceu 5,5% na PEA em 2013 e contribuiu positivamente com 1,2 ponto porcentual na PEA. O alfaiate Leonildo Gomes da Rocha, de 66 anos, há quase dois aposentado, faz parte desse grupo de trabalhadores que voltou ao mercado para complementar a renda da família. “Com um salário mínimo de aposentadoria não dá para viver”, diz ele.
Casado e pai de quatro filhos, dos quais três morando na sua casa, além do sogro idoso que vive com o casal, Rocha conta que, depois de aposentado, decidiu abrir uma microempresa individual para complementar a renda. Com a oficina especializada em consertos e ajustes, ele diz que chega a tirar perto de R$ 2 mil por mês. “Sou a principal a fonte de renda da casa.”
É exatamente isso que a pesquisa mostra. Os aposentados respondem por mais da metade da renda familiar. E essa participação aumenta quanto menor o estrato social. Exemplo: na classe A, eles respondem por 55% da renda e na classe D por 88%.
Custos.
A pesquisa revela também que mais da metade dos aposentados que exercem atividade remunerada são autônomos e só uma minoria volta a ser assalariada. “Esse é um fato positivo para as empresas”, diz Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador do Centro de Economia Aplicada da FGV.
A vantagem para as empresas é ter um trabalhador qualificado e experiente com custo menor, já que os encargos sobre os autônomos é reduzido comparado com o dos assalariados. “Enquanto mercado estiver bom, os trabalhadores mais velhos e aposentados que voltam à ativa permanecem no mercado”, diz. Barbosa lembra que, no auge da crise americana, em 2008 e 2009, os primeiros trabalhadores a abandonar o mercado foram os mais velhos.
“O baixo valor da aposentadoria para suprir as necessidades básicas e a dificuldade das empresas de recrutar mão de obra ampliaram a fatia dos mais velhos no mercado de trabalho”, afirma Marcello Guerra, sócio do Instituto Somatório.
A pesquisa para traçar o perfil dos seniores, feita a cada dois anos e coordenada por ele, consultou mil pessoas entre setembro e outubro de 2013 em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Guerra diz que quanto mais alto o estrato social e o nível de escolaridade, maior é a participação de aposentados no mercado de trabalho. Assim, na classe A, um terço dos aposentados são ativos e nas camadas B, C e D, a participação cai para 30%, 25% e 13%, respectivamente.
Outro dado que confirma a tendência de avanço dos mais velhos na ativa aparece nos dados da Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano passado, a faixa etária que mais cresceu na População Economicamente Ativa (PEA), aquela com mais de 10 anos de idade e apta para o trabalho, foi a de pessoas com mais de 50 anos, apontam os dados do IBGE, elaborados pela Tendências Consultoria Integrada.
“Essa fatia de trabalhadores impediu que houvesse uma desaceleração ainda mais expressiva da PEA em 2013”, afirma o economista da consultoria, Rafael Bacciotti.
No ano passado, a PEA cresceu apenas 0,6% sobre o ano anterior, depois de ter aumentado 1,6% em 2012. A desaceleração de 1,1 ponto porcentual que houve de 2012 para 2013 na taxa de crescimento da PEA, ocorreu por causa da queda nos trabalhadores jovens, entre 18 e 24 anos. Essa faixa etária caiu 4,5% na PEA e foi responsável por 0,7 ponto porcentual da desaceleração total no ano passado.
Em compensação, a faixa de trabalhadores com mais de 50 anos de idade cresceu 5,5% na PEA em 2013 e contribuiu positivamente com 1,2 ponto porcentual na PEA. O alfaiate Leonildo Gomes da Rocha, de 66 anos, há quase dois aposentado, faz parte desse grupo de trabalhadores que voltou ao mercado para complementar a renda da família. “Com um salário mínimo de aposentadoria não dá para viver”, diz ele.
Casado e pai de quatro filhos, dos quais três morando na sua casa, além do sogro idoso que vive com o casal, Rocha conta que, depois de aposentado, decidiu abrir uma microempresa individual para complementar a renda. Com a oficina especializada em consertos e ajustes, ele diz que chega a tirar perto de R$ 2 mil por mês. “Sou a principal a fonte de renda da casa.”
É exatamente isso que a pesquisa mostra. Os aposentados respondem por mais da metade da renda familiar. E essa participação aumenta quanto menor o estrato social. Exemplo: na classe A, eles respondem por 55% da renda e na classe D por 88%.
Custos.
A pesquisa revela também que mais da metade dos aposentados que exercem atividade remunerada são autônomos e só uma minoria volta a ser assalariada. “Esse é um fato positivo para as empresas”, diz Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador do Centro de Economia Aplicada da FGV.
A vantagem para as empresas é ter um trabalhador qualificado e experiente com custo menor, já que os encargos sobre os autônomos é reduzido comparado com o dos assalariados. “Enquanto mercado estiver bom, os trabalhadores mais velhos e aposentados que voltam à ativa permanecem no mercado”, diz. Barbosa lembra que, no auge da crise americana, em 2008 e 2009, os primeiros trabalhadores a abandonar o mercado foram os mais velhos.
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