FONTE: *** Jairo Bouer (doutorjairo.blogosfera.uol.com.br).
Um dos estudos mais
completos sobre sono e infância já feitos confirmam: dormir menos que o
recomendado em qualquer fase de desenvolvimento faz as crianças acumularem mais
gordura aos 7 anos.
Ao contrário de
outros trabalhos, a pesquisa, realizada por uma equipe do Hospital Geral de
Massachusetts, nos EUA, e publicado no periódico Pediatrics. indica
que não há uma fase mais crítica para a privação de sono. Até então, dizia-se
que o perigo era maior nos dois primeiros anos de vida.
Os pesquisadores
contaram com dados de entrevistas presenciais com as mães de 1.046 crianças aos
6 meses, aos 3 anos e aos 7, e também com questionários preenchidos por elas
ano a ano.
As mães diziam quanto
tempo os filhos dormiam à noite e nas sonecas durante o dia. E as crianças
tinham não apenas o IMC (Índice de Massa Corporal) calculado, mas também
percentuais de gordura e massa magra no corpo, gordura abdominal e
circunferências da cintura e quadril medidos em cada entrevista presencial.
Definiu-se como sono
insuficiente menos de 12 horas até os 2 anos de idade, menos de 10 horas entre
3 e 4 anos e menos de 9 horas na faixa dos 5 aos 7 anos.
As crianças com menos
horas de sono eram as que tinham maiores níveis de gordura no corpo, inclusive
a abdominal, considerada a mais perigosa. A associação ocorreu em todas as
idades.
Lares com menores
rendimentos e cujas mães tinham nível mais baixo de escolaridade foram os mais
afetados pela quantidade insuficiente de sono, segundo o estudo.
Ainda não se sabe exatamente
qual o mecanismo que faz a falta de sono ser fator de risco para obesidade. Mas
a hipótese mais aceita é que dormir pouco altera hormônios que controlam a fome
e a saciedade.
Além disso, o cansaço
leva os indivíduos a fazerem escolhas menos saudáveis na hora de comer, a
gastar menos energia com atividade física e a passar mais horas em frente à TV.
Uma rotina saudável
de sono inclui dormir e acordar sempre nos mesmos horários, evitar bebidas ou
alimentos com cafeína no fim do dia (inclusive o chocolate!) e nunca usar
tablets ou videogames antes de dormir.
Sobre o autor
***
Jairo Bouer é médico formado
pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, com residência em
psiquiatria no Instituto de Psiquiatria da USP. A partir do seu trabalho no
Projeto Sexualidade do Hospital das Clínicas da USP (Prosex), passou a focar
seu trabalho no estudo da sexualidade humana. Hoje é referência no Brasil, para
o grande público, quando o assunto é saúde e comportamento jovem, atendendo a
dúvidas através de diferentes meios de comunicação.


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