FONTE: , em Washington (noticias.uol.com.br).
Cerca de 70% dos
americanos estão infectados com alguma cepa do vírus do papiloma humano (HPV),
entre as quais apenas um pequeno número é responsável pelo desenvolvimento de
algum tipo de câncer, segundo estudo divulgado na terça-feira (20).
Os cientistas
detectaram 109 cepas deste vírus, das 148 conhecidas, em amostras de tecidos
provenientes da pele, vagina, cavidade bucal e intestinos de adultos saudáveis,
segundo trabalhos apresentados na conferência da Sociedade Americana de
Microbiologia, realizada em Boston, nos Estados Unidos.
Apenas 4 dos 103
homens e mulheres com DNA tornado público nos bancos de dados do governo
federal apresentaram um dos dois tipos de HPV conhecidos por provocar a maior
parte dos cânceres de colo de útero, garganta e também verrugas genitais.
"A fauna
microbiana do HPV em pessoas com boa saúde é surpreendentemente mais vasta e
complexa do que pensávamos", afirmou Yingfei Ma, pesquisadora da faculdade
de Medicina de Langone, da Universidade de Nova York e principal autora do
estudo.
"São necessários
mais controles e pesquisas para determinar como as cepas destes papilomas que
não causam câncer interagem com as cepas responsáveis por tumores cancerosos,
os genótipos 16 e 18, e explicar porque estas cepas causam câncer",
acrescentou.
Enquanto a maior
parte destes vírus parece até agora inofensiva e permanece
"adormecida" durante anos, sua presença abundante no organismo sugere
a existência de um delicado equilíbrio, no qual as cepas virais se neutralizam
reciprocamente e evitam que outras, mais patogênicas, se multipliquem de forma
incontrolável, explicaram os pesquisadores.
As infecções por
estes vírus parecem acontecer por meio do contato com a pele. O HPV continua
sendo a fonte de infecção venérea mais frequente nos Estados Unidos. Segundo
infectologistas, quase todos os homens e mulheres contraíram algum subtipo em
um momento da vida.
Os resultados da
pesquisa, disseram, lançam luz sobre as fragilidades dos exames atuais para detectar
o HPV, desenvolvidos para identificar apenas uma dezena de cepas, mais
vinculada ao desenvolvimento do câncer de útero.
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