FONTE: Tamirys Machado, TRIBUNA DA BAHIA.
Conforme
a Pesquisa Nacional de Saúde feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística), em parceria com o Ministério da Saúde, onde foram entrevistados
143 milhões de pessoas, o problema crônico de coluna é a segunda doença que
mais atinge os brasileiros. 18,5% da população maior de 18 anos revelaram
sofrer de dores na coluna. A doença só perde para a hipertensão, que ocupa o
primeiro lugar. Em terceiro, no ranking, está o colesterol alto, seguido pela
depressão. O público feminino é maioria, cerca de 1.011 mulheres têm doença na
coluna, já os homens representam 719 dos entrevistados.
Na
Bahia o quadro também é considerado alto. Cerca de 17,9% da população baiana
sofre de problemas da coluna ou possui grau intenso de limitação nas atividades,
devido ao problema. Em salvador, 241 pessoas têm algum tipo de problema dessa
natureza, o equivalente a 10,7%. As mulheres somam 153 e os homens 88. E o que
em outrora era uma doença típica da 3ª idade, hoje já atinge muitos jovens.
Para o médico ortopedista, especializado em coluna, Luiz Felipe Fernandes, da
Clínica ProHope, isso se deve a três fatores principais: má postura,
sedentarismo e sobrepeso. “Quando avaliamos os principais fatores causadores de
dor na coluna nos pacientes jovens, vemos a tríade sedentarismo, má postura e
sobrepeso. Hoje, os computadores, tablets e smartphones substituem as
brincadeiras antigas e atividades físicas. Fast-food substitui o jantar, e tudo
isso interfere. Isso nos deixa muito preocupados com os hábitos e automatização
dos jovens”, pontuou.
A
vendedora Natalia Santana, 27 anos, desenvolveu o problema de coluna devido ao
trabalho. “Trabalhava em uma empresa de trigo, na qual pegava fardos de farinha
de 10 Kg cada um, diariamente, e por conta do excesso de peso acabei sentindo
dores na coluna. Fiz uma ressonância magnética e descobri que tenho dois
discos rompidos na minha coluna”, conta. A jovem saiu da empresa, hoje trabalha
por conta própria e faz sessões de fisioterapia, além da atividade física. “A
única forma de amenizar a dor é fazendo o uso dos medicamentos, sessões de
fisioterapia, RPG (Reeducação Postural Global) e Pilates”, revela.
Já a
jornalista Chayenne Guerreiro, 22 anos, começou a sentir as dores aos três anos
de idade, quando foi diagnosticado que ela tinha duas vértebras quebradas da
coluna lombar. “Primeiro fiz o tratamento emergencial para dor, porque tive uma
fratura e as vértebras quebradas ficavam raspando a medula e podia causar uma
paralisia no futuro. Eu tinha dores muito fortes, não conseguia andar. Então o
primeiro tratamento foi para aliviar essas dores, com remédios, injeções, para
que eu conseguisse viver de forma normal”, explica. Posteriormente,
Guerreiro fez sessões de fisioterapia e RPG, porém não obteve muito sucesso.
“Quando comecei a dirigir, sentia muitas dores, tinha dias que não conseguia
voltar para a casa dirigindo”, diz.
Hábitos de vida saudáveis.
Ela
conta que o Pilates foi fundamental para melhorar o quadro de dores constantes.
“Há um ano passei a fazer Pilates e hoje não tenho mais crises de dores, vivo
tranquilamente. Só quando ando muito que sinto dores na perna, mas acho que
isso é natural de qualquer pessoa, mas não da forma que sentia, que era uma dor
alucinante. Hoje consigo ter uma vida normal, uso saltos, e tudo isso se deve
ao Pilates”, afirmou.
Conforme
o médico Fernandes, qualquer pessoa que sinta os primeiros sintomas de dores na
coluna é necessário procurar um ortopedista, para fazer uma avaliação e exames.
Porém, para prevenção, ele indica “atividade física, cultivar hábitos de
vida saudável e correção da postura”. Se o quadro for diagnosticado, é
necessário o tratamento adequado a cada situação. “Nos casos onde são
encontradas alterações estruturais é indicado fisioterapia, RPG (Reeducação
Postural Global) e atividade física”, ressalta.

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