FONTE: Chayenne Guerreiro, TRIBUNA DA BAHIA.
De
acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o álcool mata, todos os anos,
cerca de 320 mil jovens e está entre as principais causas de adoecimento e
morte no Brasil, segundo a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Mais de 60 tipos de doenças estão ligadas ao consumo de
bebidas alcoólicas; e um novo costume tem tornado ainda mais grave a situação,
a mistura de destilados com energéticos.
A prática tem o objetivo de adiar o sono, garantindo mais
tempo para curtir a balada, além de disfarçar o gosto do álcool, o resultado?
Taquicardia e o risco eminente de morte. “A mistura de álcool com enérgico
contém substâncias que aumentam o ritmo cardíaco, causam euforia, estimulam o
coração fazendo ele produzir batimentos mais acelerados. Além disso, eles
potencializam o álcool, e todos os seus efeitos”, explica o cardiologista e
superintendente do Hospital da Bahia, Jadelson Andrade.
As arritmias trazem sensações recentes e intensas, como
palpitações, dor no peito, falta de ar e desmaios, e devem ser investigadas.
“No jovem, a mistura das duas substâncias causa a arritmia, que se não for
notada pode causar uma morte súbita. Já aqueles que têm problemas cardíacos, ou
são hipertensos, podem chegar a ter um infarto ou até mesmo um derrame”, pontua
o cardiologista.
Como um estimulante, o energético traz consigo a lenda de anular os efeitos depressivos do álcool. “Quando vou pra balada e tomo um energético com uísque, consigo curtir a noite toda, e fico bem, não me sinto bêbado. Quando deixo de tomar a bebida, quero ir embora cedo, não tenho tanto pique, “conta o estudante, de 22 anos, Adriano Costa. As percepções de Adriano estão corretas, a bebida reduz a sensação de sonolência, mas é preciso ficar atento, os reflexos continuam mais lentos sob o efeito do álcool.
Percepção alterada.
Segundo dados do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool(CISA), o consumo de
álcool com energéticos pode estimular o alcoolismo, já que oferece ao indivíduo
mais disposição para beber (a aceleração causada pelo energético faz com que a
pessoa passe mais tempo bebendo), além disso, faz que com a pessoa se torne
mais suscetível aos problemas relativos ao consumo de álcool (sofrem mais
acidentes, precisam de atendimento médico ou enfrentam problemas sexuais). “Os
destilados misturados com energético causam riscos à vida das pessoas. Eles
aumentam a euforia, o que faz com que as pessoas não pensem nos seus atos.
Elevam a agressividade, mudam o comportamento das pessoas”, conta o
cardiologista e superintendente do Hospital da Bahia, Jadelson Andrade.
Andrade alerta ainda que o uso contínuo das substâncias
podem trazer problemas irreversíveis ao coração. “Os jovens que têm o costume
de sair todo fim de semana, e sempre optam por esse tipo de bebida, correm um
risco muito grande de apresentar problemas no coração no futuro, é praticamente
certo isso,” explica.
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