FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.
Muitas
dúvidas preenchem as cabeças de pais e mães na hora de decidir sobre quais
esportes os filhos devem praticar. Com que idade começar? Qual é a modalidade
mais indicada? A partir de quando eles devem entrar em competições?
Mario
Cesar Martins, proprietário da Academia Científica Atitude, em São Paulo, e
especialista em reabilitação e tratamento preventivo de patologias
osteo-mio-articulares, dá algumas dicas para os pais nesse momento tão especial
da vida dos pequenos.
Segundo
ele, o exercício físico é fundamental para auxiliar o crescimento, manter
níveis adequados de colesterol e triglicérides e proporcionar um gasto
energético que evite problemas como obesidade e diabete.
“Geralmente,
o primeiro contato dos pequenos com esportes vem com a natação ou a yoga para
bebês, antes mesmo de eles completarem um ano. A natação é uma atividade muito
importante para a parte respiratória, para eles desenvolverem a coordenação
motora e também para defesa no meio aquático”, explica.
Já a
partir dos dois anos, dependendo da maturidade da criança para entender os
comandos, os pais podem pensar em matriculá-la em um esporte individual.
Martins acredita que o judô é uma aposta certeira. “O judô é um esporte completo
para eles, pois, além de desenvolver a coordenação motora tanto dos membros
superiores quanto dos inferiores, auxilia no equilíbrio físico e emocional,
dando postura e segurança para a criança enfrentar problemas que vão aparecer
no decorrer de sua infância, como o bullying”.
O
especialista ressalta ainda o fato de o judô fazer com que a criança aprenda a
ter autocontrole e tenha noções de limite, além de ensinar a primeira defesa
pessoal que ela deve aprender, que é o “saber cair”, sem bater a cabeça, por
exemplo.
Com
seis anos, os pais podem começar a considerar um esporte coletivo, que ensine à
criança a necessidade de respeitar e aceitar os erros dos outros e os seus
próprios insucessos. “É importante que ele seja treinado por um profissional
que saiba controlar a intensidade e o volume da atividade que ele for
praticar”.
Martins
recomenda que a criança frequente uma escola de esportes, para experimentar
diversas modalidades e trabalhar a parte motora de diferentes formas. “No
começo, ele pode praticar todos os esportes que estiverem à sua disposição. Com
o tempo, ele vai sentindo com quais se identifica mais, e as possibilidades vão
se afunilando”.
Segundo
o especialista, apenas na pré-adolescência, com cerca de 13 anos, os pais devem
incentivá-los a participar de competições com foco em resultado. “Antes disso,
eles devem entrar em competições apenas de uma forma mais moderada, para que
aprendam a encarar diferentes situações, como a frustação pela perda e o
comodismo que pode surgir com as vitórias”.
No
momento das competições, antes de pressionar as crianças, despejando sobre elas
muita expectativa, os pais devem entender que, mais que pelos resultados, elas
já são vitoriosas a partir do momento em que aceitam com coragem o desafio de
participar e lutam com garra pela vitória.
Para o
especialista, um dos principais cuidados dos pais no momento da escolha deve
ser em relação à forma correta de os pequenos realizarem as atividades. “A
orientação de um profissional qualificado é fundamental para evitar problemas
como desvios posturais, instabilidade articular e artrose. Algumas modalidades,
como o tênis, requerem mais cuidado”, explica.
Em
casos de crianças com sobrepeso, por exemplo, deve-se fugir de esportes com
muito impacto, para evitar problemas de articulação. “É importante que os pais
conheçam bem a modalidade escolhida, o professor e a metodologia. Acompanhar de
perto a evolução também é essencial, para mostrar ao pequeno sentimentos como
cuidado e preocupação”, finaliza.
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