FONTE: *** Dr. Tufi Dippe Jr
(portaldocoracao.uol.com.br).
O evolucomabe é um novo agente
redutor de colesterol que inibe a proteína PCSK9, responsável pela degradação
do receptor de LDL-colesterol (conhecido como "colesterol
ruim"). A sua ação permite que mais receptores de LDL-c fiquem
disponíveis na superfície celular, reduzindo a concentração de LDL-c circulante
no sangue.
O estudo OSLER, apresentado no
Congresso do American College of Cardiology, avaliou os efeitos do evolucomabe
sobre complicações cardiovasculares. Um total de 4.465 foram selecionados para
serem incluídos nesse estudo. Os pacientes foram randomizados na proporção 2:1
para receber o evolucomabe em combinação com tratamento padrão (2.976) ou,
simplesmente, tratamento padrão (1.489). O tratamento padrão consistia no uso
das estatinas, como a sinvastatina e atorvastatina (30% dos pacientes não usava
nenhuma estatina).
O seguimento médio dos pacientes
foi de 11,1 meses. O evolucomabe foi administrado de forma subcutânea nas doses
de 140mg a cada 2 semanas ou 420mg ao mês, uma vez que reduziram os níveis de
LDL-c de forma similar.
O estudo avaliou os níveis de
colesterol, a tolerabilidade à droga e as complicações cardiovasculares (morte,
infarto do miocárdio, angina instável, revascularização miocárdica, acidente
vascular cerebral, isquemia cerebral transitória e insuficiência
cardíaca). A administração de evolucomabe em associação ao tratamento
padrão reduziu os níveis de LDL-c em 61% (nível médio de 73mg/dL) ao final de
48 semanas. Ao se considerar as metas recomendadas para o LDL-c, mais de 90%
alcançaram concentrações abaixo de 100 mg/dL de LDL-c no grupo evolucomabe
versus 26% no grupo controle.
Em relação aos desfechos
clínicos, a incidência de complicações cardiovasculares foi de 2,18% no grupo
controle e 0,95% no grupo evolucomabe ao final de 1 ano. No quesito segurança,
os achados clínico-laboratoriais foram similares entre os grupos e a
interrupção de evolucomabe aconteceu em apenas 2,4% dos pacientes.
O Dr. Marc Sabatine, professor
da Harvard Medical School, concluiu a apresentação do estudo dizendo: "os
dados desses estudos dão suporte à inibição do PCSK9 como um meio seguro e
efetivo para a redução de complicações cardiovasculares maiores através de uma
redução intensa do LDL-c".
Devemos lembrar que muitas
pessoas não toleram as estatinas por seus efeitos colaterais (dores musculares)
ou não atingem os níveis ideais de LDL-c em doses máximas ou associadas com
outras drogas, como a ezetimiba. Um estudo que já está em andamento, chamado de
Fourier, deverá avaliar os efeitos do evolucomabe em mais de 27 mil pacientes
com doença cardiovascular.
Fonte: Congresso do American College of
Cardiology,
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr. CRM 13700 - Cardiologista em
Curitiba.
Dr. Tufi Dippe Jr
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