FONTE: Rita Trevisan e Thaís Macena, Do UOL, em São Paulo (mulher.uol.com.br).
Há algum tempo,
perder a capacidade de ereção e, com isso, diminuir o ritmo e o nível de
satisfação com a vida sexual era tido como inevitável para a maioria dos homens
à medida em que iam envelhecendo. Com o desenvolvimento dos medicamentos que
favorecem a ereção essa realidade mudou.
No entanto, nem todos
os homens vão precisar recorrer a esse tipo de remédio, mesmo com o avanço da
idade. "Indivíduos com boa saúde poderão manter uma vida sexual ativa e de
qualidade, mesmo após os oitenta anos", afirma o médico João Afif Abdo,
mestre em urologia pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Cultivar bons hábitos
durante toda a vida é, portanto, fundamental. "A ereção ocorre a partir de
um estímulo, que provoca uma resposta neurovascular. Os corpos cavernosos do
pênis se dilatam, permitindo o fluxo de grande quantidade de sangue no local. É
isso o que garante a rigidez peniana", explica o urologista Eduardo Gröhs,
da Sociedade Brasileira de Urologia.
Não por acaso, as
doenças que afetam a circulação são as que geralmente provocam a dificuldade de
se ter e manter a ereção durante o tempo necessário para que o casal obtenha a
satisfação sexual. "O problema é muito comum entre os idosos diabéticos e
hipertensos, por exemplo", explica o médico Rodrigo W. Andrade, urologista
pela Santa Casa de São Paulo.
Quando persiste, o
mal também pode estar relacionado a alterações no colesterol, problemas
neurológicos, alterações hormonais, entre outras doenças crônicas. E, na
presença dessas complicações, conseguir uma única ereção torna-se mais difícil.
"Também será
necessário um esforço maior para conseguir ereções consecutivas. Se um
indivíduo jovem precisa de 20 minutos de recuperação, em média, entre uma
ereção e outra, no caso de um homem mais velho essa pausa poderá ser de um dia
ou até mesmo de uma semana", diz Abdo.
A rigidez do pênis do
homem maduro também pode ser diferente da observada no início da juventude.
Porém, isso não é uma regra. "Em uma pessoa que está envelhecendo de forma
absolutamente saudável, as chances de conseguir ter e manter uma boa ereção são
praticamente iguais em qualquer idade", afirma Gröhs.
Assim, os cuidados
que ajudam a prevenir as doenças crônicas citadas também colaboram para a
manutenção de uma vida sexual satisfatória. Ter uma alimentação equilibrada,
praticar atividades físicas regularmente, evitar o sobrepeso, cessar o
tabagismo e não exagerar no consumo de bebidas alcoólicas estão entre as
medidas mais importantes.
Bem-estar emocional e
envolvimento do casal também contam.
Além das causas
chamadas de fisiológicas, e que têm a ver com a saúde física, os desequilíbrios
emocionais respondem por boa parte dos problemas de ereção. "Em geral,
indivíduos mais jovens apresentam problemas de disfunção erétil relacionados a
questões psíquicas. E, nessa fase da vida, a insegurança e a falta de
experiência são, sem dúvida, as maiores vilãs", explica Andrade.
Segundo o médico
Amaury Mendes Júnior, professor do serviço de sexologia da UFRJ (Universidade
Federal do Rio de Janeiro), a preocupação em agradar a parceira pode provocar
efeito contrário, impedindo o homem de obter uma boa performance. "Hoje em
dia, a mulher também faz questão de sentir prazer no sexo e isso, de certa
forma, aumenta a responsabilidade que o homem impõe sobre si mesmo", diz o
sexólogo.
Problemas como
estresse, depressão e ansiedade também podem influenciar a qualidade e a
quantidade das ereções durante a prática sexual, tanto quanto o entrosamento
entre o casal. Afinal, mesmo quando se utilizam medicamentos que facilitam a
ereção, é preciso que haja um estímulo forte para que a rigidez peniana ocorra
e se mantenha. Por isso, ainda que a disfunção erétil seja um problema do
homem, é preciso que haja apoio do par para vencê-la. "Ter um par
interessante e interessado em sexo ajuda muito", afirma o sexólogo.
Diagnóstico e tratamento.
Detectar uma
disfunção orgânica relacionada à perda de ereção muitas vezes requer a
realização de exames específicos, que variam de um paciente para outro. Em
geral, logo na primeira consulta com o urologista, haverá uma tentativa de
afastar ou comprovar a existência de doenças associadas. Com o diagnóstico
fechado, depois de uma investigação médica minuciosa, diversos tratamentos
poderão ser utilizados para melhorar a qualidade da vida sexual do casal, a
começar pelos medicamentos via oral.
"Hoje em dia, os
pacientes contam com a possibilidade de usar comprimidos que causam
vasodilatação das artérias penianas, melhorando a circulação de sangue dentro
dos corpos cavernosos do pênis e possibilitando uma ereção mais fácil",
explica o urologista Eduardo Gröhs.
Dentro dessa classe
de remédios, há algumas diferenças, tanto no efeito quanto no modo de
administração. No entanto, se o medicamento for prescrito por um especialista e
se houver um acompanhamento médico, os riscos para a saúde serão mínimos, mesmo
que o remédio seja de uso contínuo. A utilização indiscriminada, por outro
lado, é extremamente perigosa.
"Esse tipo de
remédio pode apresentar efeitos colaterais, como dores de cabeça e quedas súbitas
de pressão. Além disso, se ministrado de forma errada, poderá até gerar uma
fibrose no pênis, caso o órgão fique ereto por muito tempo. Então, o ideal é
sempre procurar um urologista e não utilizar esses medicamentos sem
receita", diz o médico Rodrigo Andrade. Outro risco é a dependência
psicológica. "Esse talvez seja o efeito colateral mais importante do uso
inadequado dos remédios que facilitam a ereção", afirma o urologista João
Afif Abdo.
Injeções de fármacos
diretamente no pênis, próteses penianas e até bombas de vácuo são outras opções
de tratamento que podem ser receitados por especialistas, dependendo do quadro
e do perfil do paciente. A psicoterapia também é bem-vinda, até como um
complemento ao tratamento físico. "O mais importante é que o homem que
está tendo problemas de ereção não tenha vergonha de conversar com um médico e
de buscar tratamento adequado", afirma Abdo.
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