FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.
Denominada catarata senil, problema ocorre devido
ao envelhecimento do cristalino.
Em cada etapa da vida, as pessoas
ficam mais propensas a desenvolver diferentes tipos de doenças. Uma que pode
vir com a idade avançada é a catarata. Dados da Organização Mundial
de Saúde (OMS) apontam que a catarata é uma das principais causas de cegueiras
do mundo, principalmente entre os idosos.
De acordo com a OMS, a doença
atinge a maioria das pessoas acima de 55 anos, porém apenas uma pequena
porcentagem necessita de cirurgia (17% das pessoas entre 55 e 65 anos, 47% das
que têm entre 65 e 75 anos e 73% das que têm mais de 75 anos). No Brasil,
estima-se que a catarata é responsável por cerca de 350 mil casos novos de
cegueira por ano, sendo 18 milhões em todo o mundo.
A catarata dos idosos, denominada
catarata senil, ocorre devido ao envelhecimento do cristalino, como explica o
oftalmologista Richard Yudi Hida.
“A catarata é uma
opacidade do cristalino, lente situada atrás da íris, cuja transparência
permite que os raios de luz o atravessem e alcancem a retina para formar a
imagem. Com o envelhecimento, o cristalino torna-se opacificado e compromete a
visão causando baixa de visão ou cegueira reversível. Alguns fatores, no
entanto, podem acelerar a formação da catarata, dentre eles: diabetes,
inflamações crônicas do olho, trauma, histórico familiar, uso de corticóides
via oral ou tópicos, exposição à radiação, fumo, cirurgia oftalmológico prévia
ou exposição excessiva a raios ultravioleta”.
O especialista acrescenta
que o principal sintoma é a baixa percepção visual, descrita pelo paciente
como uma sensação de visão turva ou nublada.
Ainda de acordo com o médico,
apesar de todos os esforços, a falta de informação ainda é uma grande barreira
para a prevenção da cegueira proveniente deste mal.
“Existem muitos mitos
relacionados a correção deste problema. Muitos acreditam que a idade avançada
possa comprometer a realização de cirurgias. Outros acreditam que a catarata
deve ficar avançado para operar. No entanto, os avanços da medicina e as
intervenções cada vez mais modernas e rápidas, fazem com que inexista um tempo
ou idade ideal para o tratamento da catarata”, ressalta.
Tratamento.
O único método conhecido hoje de
curar a catarata ainda é por meio de uma cirurgia. “O tratamento cirúrgico da
doença consiste na substituição do cristalino opaco por uma lente artificial.
Um aparelho aspira o conteúdo interno do cristalino e injeta-se uma lente
transparente no lugar do cristalino”, explica.
Ainda de acordo com o especialista,
na maioria dos casos, é possível dar adeus aos óculos e lentes de contato com a
cirurgia. “Na maioria dos casos, o paciente pode ficar independente dos óculos
ou lentes. Atualmente, existe uma grande variedade de técnicas e lentes
intraoculares com este objetivo. Existem lentes intraocules chamadas de
monofocais, com foco só para longe ou só para perto, o que faz dos óculos ainda
imprescindíveis. Mas há também as lentes intraoculares multifocais, bifocais ou
pseudoacomodativas, que permitem a visão de perto, a meia distância e de longe
sem a necessidade de uso de óculos em 80% dos pacientes”, esclarece Dr.
Richard.
“É importante lembrar que
nem todos os indivíduos com catarata têm o perfil para este tipo de implante,
portanto, o médico deve ser consultado para analisar essa possibilidade”,
ressalta.
Antes de realizar a cirurgia, o
oftalmologista recomenda conhecer como a prática é feita e quais os riscos que
traz para o paciente.
“Todo o procedimento cirúrgico
apresenta risco de infecções e outras complicações. Tais riscos são minimizados
pelos cuidados envolvidos na preparação do paciente e na hora da cirurgia.
Desde que ele seja avaliado por profissionais qualificados, a chance da
cirurgia ser bem sucedida é bastante alta com as eventuais tecnologias de hoje.
Consulte seu oftalmologista”, finaliza.
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