FONTE: iG São Paulo, TRIBUNA
DA BAHIA.
Estudo americano mostra que interação com aparelhos é precoce e indiscriminada; tempo de exposição aos gadgets tende a aumentar com o passar dos anos.
Dizer
que os pequenos já nascem sabendo usar celulares, smartphones e outros
dispositivos móveis pode soar um tanto quanto exagerado, mas é exatamente o
reflexo atual do desenvolvimento infantil.
De
acordo com um estudo americano, mais de um terço dos bebês já sabe “explorar”
as possibilidades desses aparelhos eletrônicos antes mesmo de aprender a andar
ou a falar.
Já por
volta do primeiro ano de vida, o tempo de uso dos aparelhos pelas crianças
chega a uma hora por dia, aproximadamente.
Esse
comportamento é desencorajado pela Academia Americana de Pediatria, que defende
que a exposição a mídias como televisão, computador, smartphone e tablets deve
se dar mais tarde, no fim da primeira infância.
Para
investigar o uso, os pesquisadores elaboraram um questionário específico para
os pais de crianças de seis meses até quatro anos, com 20 perguntas sobre
hábitos tecnológicos de cada família.
O
objetivo era descobrir quando foi a primeira exposição aos aparelhos, qual a
frequência e o modo de utilização de cada item e se o pediatra da criança
estava ciente da situação.
Uso
indiscriminado.
Os
resultados mostraram que mais de 95% das famílias possuem pelo menos um
televisor em casa, enquanto 83% possuem tablets e 77% têm um smartphone. O
acesso à internet também é um fator de destaque, já que 59% afirmaram ter
conexão à rede em casa.
Outro
detalhe que chamou a atenção dos pesquisadores foi a idade das crianças, que
com menos de um ano já estão expostas a alguma dessas mídias.
De
acordo com as respostas, 52% já assistiram a algum programa na televisão, 36%
já tocaram ou “rolaram” a tela de um smartphone, 24% já fizeram uma ligação
para alguém, 15% usaram algum aplicativo e 12% jogaram videogame.
A
partir dos dois anos, a maioria das crianças já têm uma relação mais íntima e
frequente com os dispositivos móveis. “Nós não esperávamos que crianças a
partir dos seis meses de vida já estivessem utilizando esses aparelhos. Algumas
ficam em contato com a tela dos dispositivos por até 30 minutos”, revela Hilda
Kabali, autora do estudo, que foi financiado pela Einstein Healthcare Network e
divulgado na reunião anual da Pediatric Academic Societies, em San Diego,
na Califórnia.
O
estudo reafirmou os dispositivos móveis como uma das principais ferramentas de
entretenimento das crianças em casa. Cerca de 73% dos pais permitem que os
filhos utilizem os aparelhos durante as tarefas de casa.
Os
itens eletrônicos também têm um efeito calmante nos pequenos: 65% dos pais
afirmaram que usam celulares e tablets para “distrair” a criança, enquanto 29%
fazem proveito da tecnologia para adormecer os filhos com mais facilidade.
Apenas 30% afirmaram que o pediatra das crianças tem conhecimento desse hábito
em casa.
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