sexta-feira, 19 de junho de 2015

BRASILEIROS CONHECEM POUCO O CÂNCER DE MAMA METASTÁSICO...

FONTE: *** Alexandre Faisal (dralexandrefaisal.blogosfera.uol.com.br).


Câncer de mama metastático não é sentença de morte. Um  inquérito nacional mostra as crenças dos brasileiros sobre este problema

Na sua opinião, o que leva a mulher a não realizar a mamografiaClique aqui para votar

O Datafolha acaba de publicar dados inéditos e preocupantes sobre o nível de conhecimento dos brasileiros sobre o câncer de mama metastático, fase da doença na qual o tumor atinge outros órgãos, reduzindo as chances de sobrevida. Reduzindo mas não eliminando, como muitos erroneamente acreditam. Esta desinformação é uma dentre outras observadas na pesquisa. A ela se somam o fato de que quase metade dos entrevistados não sabe dizer a diferença entre câncer de mama inicial e avançado; que 70% dos entrevistados acredita que uma mulher com câncer metastático tem pouco tempo de vida e que invariavelmente câncer é sinônimo de má-qualidade de vida. A pesquisa que faz parte da campanha “Por Mais Tempo” (www.pormaistempo.com.br), realizada pela Femama (Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama), pelo Instituto Oncoguia e pela Roche, teve como objetivo ampliar o debate sobre câncer de mama metastático na sociedade, entrevistou 2.907 pessoas, homens e mulheres, com 25 ou mais anos de idade, que não tem ou nunca tiveram câncer, de todas as classes econômicas, no período de março e abril de 2015, contemplando 174 municípios, das cinco regiões geográficas do País.  Os dados são fundamentais para a conscientização da importância do diagnóstico e tratamento, precoce ou tardio, do câncer de mama no Brasil. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima aproximadamente 57 mil novos casos de câncer de mama em 2015, no Brasil. Mas infelizmente e ao contrário de países desenvolvidos, o diagnóstico, em cerca de 50% dos casos, ocorre em fases tardias, comprometendo a sobrevida das mulheres. Para citar um exemplo, a taxa de sobrevida do câncer de mama supera 80% nos Estados Unidos, Suécia, Japão e Austrália, enquanto no Brasil é de aproximadamente 60%. A ausência do diagnóstico precoce por meio da mamografia é uma das explicações para estas taxas brasileiras reduzidas. A própria pesquisa do Datafolha revela que entre as usuárias do setor público, 19% das mulheres com idades entre 40 e 69 anos nunca fizeram esse exame. O dado é menos desolador para as mulheres que tem planos de saúde: 5%. A mensagem final é que é possível melhorar estes e outros índices, desde que a população, incluindo homens e mulheres, esteja mais informada. Hoje, com a descoberta de novos tratamentos, as mulheres portadoras de câncer de mama podem viver mais tempo e com qualidade de vida. Ótima notícia para as mulheres com e sem câncer de mama.

(Coleman et al. Cancer survival in five continents: a worldwide population-based study (CONCORD). Lancet Oncol 2008;9:730-56).

Sobre o autor.
Alexandre Faisal é ginecologista-obstetra, pós-doutor pela USP e pesquisador científico do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP. Formado em Psicossomática, pelo Instituto Sedes Sapientiae, publicou o livro "Ginecologia Psicossomática" e é co-autor do livro "Segredos de Mulher: diálogos entre um ginecologista e um psicanalista”. Atualmente é colunista da Rádio USP (FM 93.7) e da Rádio Bandeirantes (FM 90.9). Já realizou diversas palestras médicas no país e no exterior. Apresenta palestras culturais e sobre saúde em empresas e eventos.

Sobre o blog.

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