segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

HALITOSE: CONHEÇA OS PRINCIPAIS TIPOS E SEUS TRATAMENTOS...

FONTE: , Nathalie Ayres, (www.msn.com).


Apesar de não ser tão comum, se a doença celíaca não for tratada, também poderá gerar algumas formas de câncer.
Quem nunca conferiu o hálito antes de falar com alguém que considerava importante, não sabe o que é o medo de estar com halitose. Afinal, além de o mau hálito ser um indicativo de que há um problema de saúde, ele também traz consequências sociais, por ser constrangedor e impedir a pessoa de socializar, atrapalhando suas relações pessoais e até o trabalho
Para piorar, nem todo mundo percebe que está com um quadro de mau hálito. Isso porque o cérebro normalmente passa a ignorar odores a que está exposto há muito tempo. No entanto, assim que a halitose é percebida, é importante buscar ajuda imediatamente, pois ela pode revelar diversos problemas de saúde.
Existem diversas causas de mau hálito, desde as temporárias, como a ingestão de alguns alimentos, até mesmo doenças. "Acredita-se que cerca de 90% dos casos de halitose tem origem na boca ou em áreas próximas, como garganta, ouvido, nariz e seios paranasais", especifica a odontologista Mônica Andrade Lotufo, docente da Universidade de Guarulhos e professora doutora em diagnóstico bucal.
Veja a seguir as principais causas e as possibilidade de tratamento para cada uma delas.
Problemas bucais.
Existem diversas doenças bucais que podem causar halitose. Veja algumas delas:
Gengivite e periodontite.
A gengivite e a periodontite são causadas pelo acúmulo de placa bacteriana e também de alimentos entre os dentes. "Acaba havendo uma produção de substâncias com mau cheiro devido aos alimentos aprisionados entre os dentes, além do sangramento da gengiva (gengivite) ou uma piora do quadro em periodontite", explica a odontologista Mônica. Basicamente as bactérias se alimentam dos restos de comida entre os dentes, produzindo substâncias que causam a halitose, além de fazerem mal à saúde bucal - o quadro de periodontite pode levar até mesmo a queda dos dentes. Nesses casos, uma boa escovação e uso do fio dental são maneiras importantes de prevenir o problema.
Saburra lingual.
Sabe quando dizem que você precisa escovar também a língua? Não higienizá-la corretamente pode levar a formação de saburra lingual, o acúmulo de resíduos alimentares que pode trazer acúmulo de bactérias e de alimentos podres o que, mais uma vez, causa halitose. Para tanto, é preciso higienizar a língua usando a escova de dentes, não é necessário recorrer àqueles limpadores de língua.
Próteses mal adaptadas.
Próteses dentais mal colocadas são um lugar ótimo para acúmulo de comida, já que muitas vezes é difícil acessar essas regiões com a escova. Dessa forma, o resíduo alimentar acumula bactérias, que aqui também produzirão substâncias com cheiro ruim, causando halitose, além de uma possível gengivite, frisa Ana Carolina Martinez. Portanto, é importante fazer próteses dentais com um dentista de confiança e sempre voltar ao consultório na periodicidade recomendada por ele.
Dente quebrado.
Dentes quebrados também são um prato cheio para o acúmulo de resíduos alimentares e bactérias. Mais uma vez, ele pode ser o culpado pela halitose, além de causar uma possível cárie. "É muito importante tratar e reconstruir dentes quebrados para evitar esses problemas", ressalta Ana Carolina.
Cáries extensas.
Cáries nada mais são do que bactérias invadindo sua boca. E quanto mais tempo você evita tratá-las e as deixa se reproduzindo lá, maior o estrago e o mau cheiro produzido por elas! "Normalmente essas cáries já causam um tecido amolecido e o tratamento costuma ser intenso", considera Renata Martins, responsável técnica da Odontoclinic (SP). Além disso, quando as bactérias causam uma abertura no dente, lá se torna um local de acúmulo de alimentos, o que potencializa sua atividade.
Problema de canal.
Problemas de canal, além de serem uma morada excelente para bactérias produtoras de mau cheiro, também podem causar infecções graves que podem até atingir a gengiva e os ossos. Essas infecções são muito perigosas e causam pus, mais um fator que aumenta a halitose. Portanto, ao tratar o mau hálito, você pode acabar resolvendo um problema ainda mais grave!
Boca seca.
Pessoas que tem um fluxo menor de saliva costumam ter mais halitose. "Condições locais ou sistêmicas do paciente que causem redução do fluxo salivar provoca um efeito negativo sobre a ação de autolimpeza da saliva e levam a produção de responsáveis pelo mau hálito", explica Monica Lotufo. Diversas condições podem levar a essa redução da saliva, conhecida como boca seca, como uso de alguns medicamentos ou até mesmo problemas nas glândulas salivares.
Doenças sistêmicas.
Além dos problemas bucais, algumas doenças podem levar à halitose. Uma delas é a diabetes, doença em que o corpo não consegue utilizar a glicose presente no sangue de forma adequada, aumentando a glicemia. "O hálito cetônico (semelhante ao cheiro de maçã velha) é característico no diabético e a doença periodontal costuma estar presente nesses quadros", explica a odontologista Eliana Avelãs. Inclusive essa halitose pode ser um dos primeiros sinais da doença.
Além disso, uma série de outras doenças podem se relacionar com a halitose: asma, problemas renais, cirrose hepática, doenças metabólicas, obstruções intestinais, infecções nasais e alguns tipos de câncer. Nesses casos, se depois de o odontologista avaliar a boca, ele não encontrar nenhuma razão aparente para a halitose, ele indicará que seu paciente para a avaliação de um médico, que possa investigar esses problemas sistêmicos.
Nesses casos, enquanto a doença de base é tratada, tratamentos paliativos podem ser usados. "O paciente pode lançar mão de opções como enxaguante bucal, spray bucal e gomas de mascar sem açúcar são os métodos rápidos, mas é importante lembrar que eles não têm efeito prolongado", ressalta Renata Martins.
Medicamentos.
Alguns medicamentos podem causar halitose também. "Em geral são medicamentos que causam boca seca, como remédios para pressão, calmantes, antidepressivos e antialérgicos", considera Mônica Lotufo. Além disso, medicamentos para estômago ou fígado podem trazer esse efeito também. Nesses casos, nem sempre trocar a medicação é possível ou indicado. Se após conversar com o médico essa opção for inviável, é possível pensar em tratamentos paliativos. "Alguns pacientes podem recorrer à saliva artificial, que tem as mesmas propriedades da saliva comum e evita a halitose", considera Ana Carolina.
Causas temporárias.
Doenças bucais, sistêmicas ou medicamentos costumam causar halitoses crônicas, que requerem tratamento. No entanto, existem hábitos do dia a dia que podem causar halitoses temporárias, que podem passar apenas com essa mudança. Confira algumas delas:
Ingestão de alguns alimentos.
Alguns alimentos contêm propriedades que causam halitose, mas a maioria é mais do que conhecida. "Alimentos com muita quantidade de alho e cebola ou muito condimentados, depois de serem absorvidos pela corrente sanguínea durante a digestão são transferidas para os pulmões, e o ar expirado é caracterizado pelo odor dessas substâncias específicas", considera Mônica.
Nesses casos, é preciso deixar passar. A escovação ajuda a reduzir o cheiro, mas como ele vem dos pulmões, não resolverá 100%. Por sorte, essa halitose costuma passar após algumas horas.
Jejum prolongado.
Ficar muito tempo sem comer, normalmente mais do que três horas, também pode aumentar a halitose. "Isso ocorre por causa do excesso de produção de ácido estomacal que se reflete em mau hálito", considera Renata Martins. Além disso, em momentos de restrição alimentar nosso corpo utiliza outras fontes de energia que solta odores específicos. Nesses casos, a solução é rápida: basta quebrar o jejum, que não faz nada bem à saúde!
Ao despertar.
Logo cedo é muito normal ter halitose também. "Como a salivação é estimulada pela fala e mastigação, durante a noite ela costuma diminuir. Então, as bactérias da boca podem atuar mais, mesmo sem restos de comida para se alimentarem, o que traz um odor mais forte para a boca", explica Ana Carolina Martinez. Higienizar a boca é a solução imediata. Mas se você deixa de escovar os dentes antes de dormir, você ainda por cima dá alimento para essas bactérias, o que só aumenta o mau cheiro.
Halitose imaginária.
Existem também pessoas que acham que tem halitose, mas não tem! Esse tipo de caso é raro, mas na maioria dos casos ela pode ser psicológica. "É muito comum em pessoas que já tiveram halitose, mas trataram e deixaram de ter, mesmo assim elas têm medo que o problema volte", explica Ana Carolina. No entanto, não confunda esse quadro, chamado de halitose imaginária, com a "neura" normal de estar com mau hálito, já que nessa situação a pessoa realmente acredita sentir o próprio bafo e precisa de tratamento psicológico para superar a situação. Normalmente o problema está relacionado a baixa autoestima ou mesmo estados depressivos.
Além disso, algumas pessoas podem acreditar que tem halitose devido a problemas no olfato. "Esses pacientes podem apresentar a Síndrome da Alteração Olfativa, acabam sentindo um mau hálito que na verdade não existe para outras pessoas", explica Mônica Lotufo. Nesses casos, vale buscar a avaliação de neurologista e um otorrinolaringologista para melhor avaliação do caso.
Cuide da higiene!
Na maioria dos casos os problemas bucais que ocasionam a halitose podem ser prevenidos com a higienização adequada dos dentes. O primeiro passo é usar fio-dental ao menos uma vez ao dia, sempre antes da escovação. O melhor horário para uso do fio dental é a noite, pois evita que os alimentos se acumulem entre os dentes durante o sono, horário em que as bactérias da boca agem mais ativamente.

Depois é preciso escovar os dentes cuidadosamente. "Não use força e faça movimentos de varredura e circulares, lembrando-se de limpar todas as faces do dente, afinal todas entram em contato com a comida na mastigação", ensina Ana Carolina Martinez. A especialista ainda orienta a higienizar a língua com a própria escova de dentes, usando apenas água e fazendo movimentos verticais de dentro para fora apenas. Isso evita a formação de saburra lingual, uma causa comum de halitose.

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