Estresse físico e emocional, barulho, luminosidade
excessiva, dormir pouco, jejum prolongado, consumo excessivo de álcool,
gorduras, sedentarismo: todos esses são apenas alguns dos gatilhos mais comuns
para a dor de cabeça. Segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia, 95% da
população apresentará uma dor de cabeça ao longo de sua vida. Cerca de 70% das
mulheres e 50% dos homens apresentam pelo menos um episódio de cefaleia ao mês.
A enxaqueca ocorre em até 20% das mulheres. E um total de 13 milhões de brasileiros
apresenta dor de cabeça pelo menos 15 dias por mês, o que chamamos de cefaleia
crônica diária.A neurologista Thaís Rodrigues Villa, da Universidade Federal de
São Paulo (Unifesp), explica que a grande maioria, infelizmente, costuma
procurar atendimento médico apenas quando a dor de cabeça aparece com crises
intensas e, principalmente, muito frequentes. Mas esse é apenas um dos
equívocos quando o assunto é tratar a cefaleia. Veja outros sete erros e
elimine a dor de cabeça junto com esses maus hábitos.
Automedicação.
O uso excessivo de analgésicos, sem prescrição médica,
pode transformar uma dor de cabeça esporádica em crônica, ou seja, quase
diária. "Quanto mais se toma analgésicos, menos efeito eles fazem, o que
pode fazer a pessoa procurar remédios mais potentes, ou aumentar sua dose,
levando a um perigoso círculo vicioso de dor", explica a neurologista
Thaís Rodrigues Villa. O uso excessivo de medicações analgésicas é hoje a
principal causa da enxaqueca crônica. "Analgésicos são medicações
necessárias e excelentes para o tratamento das crises de dor aguda - o problema
é a forma indiscriminada com que são usados, sem um diagnóstico e orientação
médica adequada", explica. Ao procurar um médico para tratar a dor, muitos
pacientes tem que ser "desintoxicados" de todos esses remédios. Ou
seja, todos os medicamentos utilizados são suspensos, para que o tratamento que
vai prevenir a dor crônica funcione.
NÃO PRESTAR
ATENÇÃO NA DOR.
Fazer um
diário de dor de cabeça ajuda não apenas quem sofre com a dor, mas também seu
médico a combater a cefaleia - uma vez que os diagnósticos da enxaqueca e da
dor do tipo tensional se baseiam nos dados clínicos, ou seja, nas informações
que o paciente trouxer à consulta. "Quanto mais detalhado melhor",
orienta Thaís Rodrigues, que aconselha: "Deve-se anotar no diário os dias
em que a dor acontece, sua duração, intensidade, sintomas associados, se houve
uso de alguma medicação e a situação desencadeante da crise".
MANTER OS
VELHOS HÁBITOS.
Junto com
o diário da dor, você vai também acabar descobrindo quais situações fazem a sua
dor se agravar e, com isso, poderá evitá-las. A neurologista Thaís Rodrigues
Villa explica que inibir as crises é a base do tratamento da cefaleia. Mudar
hábitos, conforme a orientação do seu médico, é o primeiro passo para acabar
com o incômodo.
NÃO SEGUIR
O TRATAMENTO MÉDICO.
Mesmo
evitando os desencadeantes, algumas pessoas precisarão fazer um tratamento
específico para prevenir que as crises ocorram. Ele é feito com medicações não
analgésicas, prescritas pelo médico caso a caso, que vão ser tomadas
diariamente por algum tempo. O neurologista José Geraldo Speciali, da Sociedade
Brasileira para Estudos da Dor (SBED), explica que quando as crises são de
baixa frequência - até duas vezes por mês - pode-se tomar analgésico apenas nos
dias da crise. Mas se elas excedem essa frequência, há necessidade do
tratamento preventivo por um tempo de, no mínimo, seis meses.
CONVIVER
COM A DOR.
A dor é
um alerta de que algo está fora de ordem no seu corpo, eliminar esse sinal pode
trazer consequências indesejadas. O neurologista José Geraldo Speciali conta
que estudos demonstram que quem sofre de cefaleia frequente tem pior qualidade
de vida em comparação com quem não convive com a dor. "E mais, os
pacientes evitam situações importantes como contato social, reuniões familiares
e processos seletivos em função da ansiedade, ou seja, o medo de assumir
compromissos e não poder ir caso tenha uma crise nesse dia", conta.
ESPERAR A DOR PASSAR.
Muita
gente pensa que o melhor é esperar a dor de cabeça passar. Mas nem sempre isso
funciona. Thaís Rodrigues explica que a dor de cabeça crônica tem tratamento.
Ele é feito com medicações prescritas por um especialista - a maioria dessas
medicações são tomadas via oral. Mas também existem outras opções, como a
acupuntura, as orientações de rotina, como a alimentação adequada, e o
exercício físico regular.
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