Você ainda arrisca e transa sem camisinha? Infelizmente, você
não está sozinho. Em 2015, uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde
apontou que 45% dos brasileiros costuma fazer o mesmo.
Essa
estatística assustadora pode ser um dos principais fatores para o aumento nos
casos de DSTs no Brasil e no mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde
(OMS), cerca de 340 milhões de pessoas são infectadas todos os anos com DSTs,
e dados do Ministério da Saúde mostram que mais de 13 milhões de
brasileiros já sentiram algum sintoma de DST- mas nem todos procuram um médico.
Recentemente,
o Ministério da Saúde também alertou a população que o Brasil vive uma epidemia
de sífilis.
Se
esse cenário alarmista ainda não foi o suficiente para te convencer que você precisa usar camisinha, temos a cereja do
bolo:
A
clamídia, a gonorreia e a sífilis estão mais fortes do que nunca, em crescente
resistência aos antibióticos. A OMS (Organização Mundial da Saúde) até divulgou
um alerta sobre isso.
Essas
três DSTs causadas por bactérias são geralmente curáveis com
antibióticos. Porém, a falta de diagnóstico, o mau uso de medicamentos e a
prescrição excessiva dos mesmos remédios resultaram na resistência aos efeitos
dos antibióticos e reduziram as opções de tratamento.
Você
já deve ter ouvido falar sobre o fortalecimento de bactérias – principalmente
porque a um tempo é necessário apresentar a receita médica para comprar
antibiótico – mas, se você ainda não entende muito bem como isso funciona,
vamos explicar: quando ficamos doentes, centenas de bactérias aparecem no
nosso organismo. Ao tomarmos antibiótico, nós matamos as bactérias.
Mas
você já se sentiu tão bem que achou melhor parar de tomar o antibiótico antes
do período prescrito pelo médico? Com certeza sim. E esse é o problema! Quando
interrompemos o uso, podemos deixar de matar algumas bactérias, e são elas
que se tornam resistentes ao antibiótico.
Ana
Cristina Gales, infectologista e professora da Unifesp, complementou essa
explicação em uma entrevista para o UOL: “E não é porque você nunca tomou
um antibiótico errado na vida que não precisa se preocupar. Você pode ser
infectado de primeira por bactérias mais resistentes que foram selecionadas em
outro organismo”.
A
estimativa da OMS é de que, a cada ano, 131 milhões de pessoas são infectadas
com clamídia; 78 milhões com gonorreia; e 5,6 milhões com sífilis.
Entre
as três doenças, foi a gonorreia que desenvolveu a maior resistência
aos medicamentos: foram identificadas cepas de N. gonorrhoeae multirresistentes
que não reagem diante de nenhum dos antibióticos existentes.
Para
tentar impedir o avanço das superbactérias, a solução sugerida no guia da OMS é
o uso de antibióticos mais eficazes e, é claro, o reforço da necessidade de
usar a dosagem correta, pelo período e horário prescrito pelo médico.
Porém,
Ana Cristina Gales faz outro alerta: “Um remédio mais eficaz vai resolver
o problema agora. Mas podemos entrar em um ciclo vicioso”.
Ou
seja, os antibióticos mais comuns não serão mais usados e
novos medicamentos mais eficazes serão distribuídos em larga escala. Daqui
alguns anos, as bactérias também podem ficar resistentes a eles e o ciclo vai
se repetir.
Então
a melhor forma de prevenção continua sendo a mesma: use camisinha.
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