FONTE:
*** Jairo Bouer
(doutorjairo.blogosfera.uol.com.br).
A fissura causada
pela dependência de drogas gera mudanças tão expressivas no cérebro que é
possível encontrar seus sinais depois que o usuário morre. A afirmação é de
cientistas do departamento de medicina forense da Universidade Médica de Viena,
na Áustria.
Em pesquisa publicada
no Journal of Addiction Research & Therapy, os autores explicam que
a dependência altera uma proteína, conhecida como FosB, no centro de recompensa
do cérebro. Essa substância é modificada geneticamente e se torna mais estável,
permanecendo mais tempo do que deveria nessa área envolvida no desejo por uma
nova dose. Isso acontece até várias semanas após a abstinência da droga.
Junto com outras
moléculas, a FosB está envolvida na transmissão de estímulos para as células e
também na ativação de genes. Com o uso crônico de drogas, portanto, o cérebro é
alterado de forma estrutural.
O estudo contou com
amostras de tecido cerebral de 15 cadáveres de dependentes de heroína. Os
pesquisadores, liderados por Monika Seltenhammer, viram que a “memória do
vício” foi detectada até nove dias após a morte dos usuários.
A equipe acredita que
os resultados possam ajudar, no futuro, em tratamentos que ajudem dependentes
em recuperação durante o período de abstinência. E saber que a fissura é tão
poderosa que pode ser identificada após a morte é um motivo a mais para as
pessoas manterem distância das drogas.
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