FONTE: *** Jairo Bouer (doutorjairo.blogosfera.uol.com.br).
Pesquisadores
financiados pelos Institutos Nacionais de Saúde, nos Estados Unidos, afirmam
que um videogame pode ajudar pacientes com depressão.
Eles avaliaram os
efeitos de um aplicativo para celular ou tablet criado para atuar em nível
neurológico e melhorar o foco e a atenção. A tecnologia foi desenvolvida por
uma empresa e chama-se Projeto: EVO. Importante ressaltar que os pesquisadores,
da Universidade de Washington, não têm qualquer relação com o fabricante.
O experimento contou
com adultos com mais de 60 anos, divididos em dois grupos: o primeiro utilizava
o videogame, enquanto o segundo foi submetido a um tratamento breve conhecido
como terapia de solução de problemas. Ambos passaram por consultas semanais.
Muitos participantes nunca tinham utilizado um tablet na vida, e mesmo assim
aderiram bem ao aplicativo.
Os resultados,
publicados no periódico Depression and Anxiety, mostraram que os
usuários do game apresentaram uma melhora expressiva no humor. O curioso é que
o aplicativo não foi desenvolvido especificamente para pessoas com depressão –
o que acontece é que melhorar funções cognitivas, como foco e atenção, acaba
tendo um efeito positivo para quem sofre com o transtorno e está sempre
distraído pelo excesso de preocupações.
Um segundo
experimento, feito em parceria com pesquisadores da Universidade da Califórnia,
em São Francisco, contou com mais de 600 indivíduos norte-americanos com
depressão leve ou moderada. As conclusões, publicadas no Journal of Medical
Internet Research, indicam que o game trouxe resultados tão positivos
quanto a terapia de solução de problemas e um aplicativo com dicas de saúde,
uma espécie de placebo. No entanto, só os dois primeiros tratamentos deram
resultados para os pacientes com sintomas mais fortes.
A vantagem do
videogame é que ele não demanda consultas semanais com um terapeuta, algo que
não é acessível para todos os pacientes. Mas os autores ressaltam que o
aplicativo só funciona se houver supervisão, ou a pessoa não se sente motivada
para jogar com a frequência necessária.
Vários outros estudos
têm sido feitos com o Projeto: EVO para avaliar o efeito em outros tipos de
doenças, como alzheimer e lesão cerebral. A empresa também já solicitou
liberação do FDA (Food and Drug Administration) para utilização do game em
crianças com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Ainda faltam
resultados para comprovar os benefícios desse tipo de tecnologia, mas toda
novidade é bem-vinda para ajudar as pessoas a lidar com transtornos mentais.
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