FONTE: *** Jairo Bouer, https://doutorjairo.blogosfera.uol.com.br
No Instagram, todo mundo parece perfeito: as fotos, bem produzidas,
trazem rostos bonitos, corpos esculpidos, pratos e paisagens irretocáveis. Para
se rebelar contra essa tendência, ou apenas se divertir, muitos jovens têm
criado contas falsas em grupos privados – o Finsta, ou Fake Instagram, onde
publicam apenas fotos feias, ou melhor, aquelas imagens reais, que é melhor
manter apenas entre amigos íntimos.
Uma dupla de pesquisadores da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos
Estados Unidos, decidiu estudar o fenômeno e chegou a constatações
interessantes. Eles fizeram entrevistas online com 106 estudantes de graduação
que tinham tanto contas falsas (Finsta) como reais no Instagram (chamadas por
eles de Rinsta).
Jin Kang e Lewen Wei descobriram que os jovens usam as contas “fake”, e
as fotos da “vida como ela é”, para se sentirem mais conectados socialmente.
Mas essa também não é a motivação de quem usa o Instagram? Não tanto. Segundo
as entrevistas, o Instagram real, com todo seu cuidado com a perfeição, é usado
mais para escapar da realidade.
A dupla concluiu que há duas coisas que tornam o Finsta único: 1. Existe
um acordo para que todos sejam inapropriados 2. A maioria dos usuários revela o
oposto do que é apresentado em outras plataformas. Se os indivíduos exibem o
seu melhor em redes como o Facebook, o seu pior é o que aparece no Finsta.
Os resultados da análise serão apresentados na 68ª Conferência Anual da
Associação Internacional de Comunicação, na República Tcheca, em maio. E, ainda
segundo esse trabalho, o Finsta é mais popular entre as garotas. Será que elas
sentem maior necessidade de expressar seu lado feio ou inapropriado que os
homens? É possível. Ou é provável que a pressão para parecer bonita, certinha e
inteligente, estimulada pelas redes sociais, pese mais para elas.
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