A ingestão moderada de
lipídeos pode auxiliar no bom funcionamento do coração.
É comum ouvir que ao sofrer com determinadas doenças cardiovasculares, o
paciente precisa restringir o consumo de alimentos ricos em gordura, no
entanto, para aqueles que estão saudáveis e tem como objetivo prevenir essas
doenças, dietas extremamente restritivas não são necessárias e em certos casos,
podem ser contraindicadas.
No último mês, foi apresentada no congresso da Sociedade de Ressonância
Magnética Cardiovascular uma pesquisa que examinou os efeitos das dietas de
alta restrição calórica sob a saúde cardíaca. Realizada pelo Universidade de
Oxford com 21 participantes obesos na faixa dos 52 anos, os resultados do
estudo mostraram que esse tipo de deita causa um aumento provisório dos níveis
de gordura no coração, além de prejudicar sua capacidade de bombear sangue.
Embora o consumo exagerado de gorduras e açúcares contribua para o
aparecimento de doenças cardiovasculares, existem alimentos com tipos de
gorduras específicas que contribuem para o bom funcionamento do
coração. “É comum que na tentativa de eliminar alguns quilos as pessoas
adotem dietas extremamente restritivas e, em consequência, interrompam o
consumo de alimentos com tipos específicos de gorduras, essenciais ao bom
funcionamento cardiovascular”, explica o especialista Dr. Carlos Scherr,
cardiologista da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Peixes selvagens e de água fria, assim como as nozes, são exemplos disso.
Ricos em gorduras monoinsaturadas e poli-insaturadas, também conhecidas como
ômega 9 e ômegas 3 e 6, esses alimentos ajudam na prevenção de doenças
cardiovasculares. “A ingestão das boas gorduras de forma controlada proporciona
uma reserva energética para o organismo que serve como isolante térmico,
auxilia na utilização eficaz das proteínas e carboidratos e na sintetização de
hormônios, por exemplo”, explica o doutor.
De acordo com o cardiologista, o consumo dos carboidratos complexos ricos
em fibra também auxilia na redução do colesterol e na prevenção de doenças do
coração. A ingestão desses alimentos também auxilia o funcionamento do
intestino e diminui o risco de diabetes tipo 2.
Embora não seja necessário banir alimentos que são fonte de gorduras e
carboidratos do cardápio, é preciso consumi-los de forma inteligente. Já
quando o paciente é cardíaco e já apresenta algum tipo de doença crônica ou
passou por episódios agudos, a indicação é outra. “Pacientes com condições
cardiovasculares devem ter atenção redobrada à qualidade do alimento ingerido e
principalmente a quantidade. O indicado é contar com a orientação de um
nutricionista junto ao cardiologista”, explica o cardiologista.
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