De acordo com um estudo publicado recentemente no periódico
científico Cancer Epidemmiology, em 2025,
o Brasil terá 640.000 casos de câncer e quase
30.000 deles vão estar associados à obesidade. A pesquisa, feita
por cientistas brasileiros, americanos e franceses, constata que a relação
entre o câncer e a obesidade está nos estímulos à maior proliferação celular
provocada pelo peso elevado.
Para chegar a esta
conclusão, os pesquisadores utilizaram como base dados de 2012, período em que
o excesso de peso esteve associado a 15.465 casos de câncer (3,8% do total). De
acordo com os autores, entre os quais está o brasileiro Leandro Machado Rezende,
esses dados podem ser usados para apoiar programas de prevenção contra o câncer
no Brasil.
Projeções
para 2025.
Em 2012, foram 470.000
casos de câncer no país. As projeções para 2025 revelam que o Brasil terá
640.000 pacientes da doença. Os autores indicam que a obesidade (Índice de
Massa Corporal – IMC- maior que 30) será um fator relevante para o aumento do
câncer, chegando a 29.490 ocorrências em 2025. Esse número
representa 4,6% de todos os casos de novos câncer diagnosticados. O
estudo ainda aponta que a obesidade vem crescendo nos últimos anos,
atingindo 14,4% dos homens e 25,4% das mulheres maiores de 20 anos em 2013.
Segundo a pesquisa, há
13 tipos de câncer associados ao aumento de peso, entre eles estão o de mama e
o de próstata. Com base nos dados coletados durante pesquisas feitas no
Brasil em 2002 e 2013, o câncer de mama é o que mais sofre influência da
obesidade, com 4.777 pacientes registrados em 2012; depois estão o
câncer de colo de útero (1729), o câncer colorretal (681), o de próstata (926)
e o de fígado (651).
Nas projeções para
2025, os casos de câncer relacionados ao peso podem afetar 15.702 (3,2%)
dos homens; nas mulheres, esse número sobe para 18.837 (6,2%).
Causas
da obesidade.
De acordo com os
autores do estudo, a industrialização e o alto consumo de alimentos
processados são uma das causas do aumento da obesidade. “A
industrialização de sistemas alimentares mudou profundamente as culturas
alimentares tradicionais, que eram geralmente composta de alimentos frescos e
minimamente processados”, escreveram no relatório.
O estudo revelou ainda
que a venda de produtos ultraprocessados em países latino-americanos
aumentou 103% entre 2000 e 2013. Consequentemente, no mesmo período, também
houve aumento do IMC entre adultos nesses países.
Para solucionar o
problema, os pesquisadores recomendam que sejam feitas intervenções e políticas
de saúde pública para reduzir a obesidade em nível populacional. Além disso,
outra medida capaz de ajudar na diminuição da obesidade – e consequentemente os
números de alguns tipos de câncer – são inovações de mercado que valorizem
alimentos frescos.
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