De
acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), esse diagnóstico é
registrado em três de cada dez tumores relacionados a hábitos evitáveis.
Tabagismo e consumo de
álcool ainda são os grandes responsáveis pelo alto índice de casos de cânceres
na região da cabeça e do pescoço. De acordo com dados do Instituto Nacional do
Câncer (Inca), esse diagnóstico é registrado em três de cada dez tumores
relacionados a hábitos evitáveis.
O Instituto do Câncer
do Estado de São Paulo também traz números alarmantes: oito em cada dez
diagnósticos têm a ver com o cigarro - a pessoa é ou já foi fumante. A pesquisa
menciona ainda que o consumo de bebida alcoólica está presente em 50% dos casos
positivos.
Janaína Jabur, média
oncologista da Aliança Instituto de Oncologia, explica que esse tipo de câncer
engloba os tumores da cavidade nasal, seios da face, boca, laringe e faringe e,
portanto, os sintomas vão depender do local acometido. "Normalmente, o
paciente sente alguma área endurecida ou uma ferida persistente, dolorosa e
sangrante que prejudica a fala e/ou a alimentação", destaca. Outros
sintomas também chamam atenção, como dificuldade para engolir ou rouquidão
persistente.
Números do Inca indicam
surgimento de novos casos de cânceres nas regiões da cavidade oral (11,2 mil),
esôfago (8,24 mil) e laringe (6,39 mil) - todos entre os dez mais frequentes
entre homens.
"Apesar de serem
estruturas localizadas próximas umas das outras, são tumores com comportamentos
inteiramente diferentes. Alguns são mais agressivos que outros", afirma a
médica Juliana Ominelli, integrante da Oncoclínica Centro de Tratamento
Oncológico. Ela ressalta que a doença é mais frequente em pacientes com idade
entre 50 e 60 anos.
O câncer de cabeça e
pescoço afeta de duas a três vezes mais homens do que mulheres, mesmo quando
relacionado ao vírus do papiloma humano (HPV), doença sexualmente
transmissível.
Ameaça do HPV.
Outro fator de risco
importante para câncer na região da cabeça e pescoço é a infecção pelo
papilomavírus humano, o HPV, o mesmo que causa câncer de colo de útero, canal
anal, pênis, vagina e vulva e é transmitido por via sexual.
A oncologista Juliana
Ominelli enfatiza que a infecção por HPV está associada, principalmente, ao
câncer que surge na boca, frequente em pacientes mais jovens. "Já era
sabido que o HPV estava relacionado a outros tumores, como câncer de colo
uterino Contudo, a associação dessa infecção ao câncer de cabeça e pescoço
ficou mais evidente com a diminuição do tabagismo e aumento da doença em
pacientes jovens. Afinal, historicamente, este tipo de câncer ocorria
principalmente em homens com cerca de 60 anos".
A médica Janaina Jabur
recomenda o uso de preservativo durante as relações sexuais como forma de
reduzir o risco de infecção por este vírus. "A vacinação contra o HPV para
meninas e meninos, que é fornecida pelo Sistema Único de Saúde, também deve ser
fomentada", pontua a oncologista.
Tratamento e prevenção.
A busca pela cura dos
cânceres de cabeça e pescoço passa pela cirurgia ou radioterapia, dependendo da
localização e do tamanho do tumor. A escolha do tratamento deve ser feita por
uma equipe de médicos especialistas para definir a melhor opção e minimizar
sequelas.
O diagnóstico precoce é
essencial para que seja possível realizar um tratamento com boas chances de
cura. O surgimento de lesões (nódulos, massas, machucados) em pessoas que já
possuem fatores de risco deve ser sempre investigado.
Ter uma vida saudável e
equilibrada diminui muitos problemas, desde o risco de câncer até ameaça de
doenças do coração. Então, evitar o tabagismo e a ingestão de bebida alcoólica
favorece diretamente a prevenção de câncer de cabeça e pescoço. Prevenção ainda
é o melhor caminho.
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